Doce Encontro

Capítulo 43

- O que esta achando da festa? - perguntou Ana para Vitória.

- Ta, linda, tudo maravilhoso. - disse Vitória.

- E você bebendo. - disse Ana.

- Elas estão juntas? - perguntou Vitória apontando para Gabriela e Olivia.

- Eu sou amiga de vocês duas e não pretendo entrar nesse jogo. Vocês não tinham decidido ser amigas? Pois então conversem e se entendam, vou ver os demais convidados. - disse Ana.

Vitória sabia que Ana tinha razão, mas Vitória não podia chegar e simplesmente perguntar se Gabriela estava com alguém, ela não tinha esse direito depois de ter terminado com Gabriela.

O que mais perturbava Vitória era que ela ainda continuava achando que ela e Gabriela não funcionavam como casal, mas ela sentia falta do toque, do beijo...

Suspirou fundo e foi até o bar e pegou uma água, a bebida não tinha ajudado só piorado era melhor ela manter a lucidez ou aquilo não ia dar certo.

Ana tinha mandado fazer um bolo enorme e logo tinha chegado a hora dos parabéns. Gabriela tinha reparado que Giovana não saia de perto de Vitória e embora os jornais dizerem que Vitória estava com Raul, Gabriela já não acreditava mais nisso.

Cantaram parabéns para Ana e os garçons trataram de servir o bolo. Vitória foi até o banheiro e respirou fundo enquanto se olhava no espelho porque era tão difícil ver Gabriela depois de tanto tempo? Elas não tinham combinado de ser amigas, qual era o problema?

Vitória estava saindo do banheiro quando esbarrou em Gabriela que estava entrando. Novamente elas se esbarraram e os braços se tocaram a onda percorreu o corpo de Vitoria e Gabriela automaticamente.

- Desculpa. - disse Gabriela.

- Eu que peço. - disse Vitória.

- A gente devia fazer alguma coisa um dia desses. - disse Gabriela tentando parecer indiferente.

- Claro, seria ótimo, vamos marcar. - disse Vitória saindo dali.

- Aconteceu alguma coisa? Você esta com as bochechas rosadas.- perguntou Giovana.

- Nada, esta tudo bem. Só esta muito calor aqui dentro. - disse Vitória se abanando.

Gabriela saiu do banheiro estranha, estava em um conflito de sentimentos e não sabia direito o que estava sentindo naquele reencontro.

Olívia foi até o bar e pegou duas taça de champanhe. Alcançou uma para Gabriela e pediu brinde.

- A que vamos brindar? - perguntou Gabriela.

- A você, está se saindo muito bem diante dessa situação toda. - disse Olivia radiante.

- Eu não acho que deveriamos comemorar isso. - disse Gabriela.

- O que houve?

- Nada, é que vendo ela assim tão perto me deixa bastante confusa. - disse Gabriela.

Olívia assentiu e Gabriela não disse mais nada.

Vitória continuava linda, mas tinha deixado claro que não queria mais nada. Gabriela não ia ficar insistindo, mas ao ver Vitória depois de meses ela já não tinha mais certeza se realmente tinha superado aquele sentimento.

Já era perto das 5 da manhã quando as pessoas começaram a ir embora. Gabriela e Olívia se despediram de Ana e foram embora. Vitória observava as duas se afastarem. Seriam um casal?

Ela e Giovana também se despediram de Ana e foram até a porta do salão.

- Também estão esperando um uber? - perguntou Giovana para Gabriela e Olívia.

- Sim, mas está difícil encontrar um. - disse Gabriela.

As quatro continuaram ali na frente esperando até finalmente o uber chegar.

- Por que não dividimos? Cabem nós quatro. - disse Gabriela.

As quatro entraram no Uber.

- Vamos para onde? - perguntou o motorista.

- Minha casa, sou a que mora mais perto. - disse Olivia sendo a primeira a descer.

Em seguida desceu Giovana.

- Amanhã eu passo na sua casa para pegar as minhas coisas. - avisou Giovana e Vitória assentiu.

Agora só restava as duas no uber e como se não bastasse isso as duas moravam a poucas quadras uma da outra. A próxima parada seria a casa de Vitória.

- Então como está tudo? - perguntou Gabriela.

- Bem, terminei de gravar outro projeto e tenho mais alguns em mente e você? - disse Vitória.

- Trabalhando bastante o que é bom. - disse Gabriela.

- Sim, não conhecia sua amiga, Olívia não é? - perguntou Vitória.

- Sim, ela é enfermeira nos conhecemos no dia do seu acidente, ela que tirou o sangue que eu doei. - disse Gabriela.

- Que interessante, daria um bom roteiro de filme romântico. - disse Vitória.

Gabriela riu.

- Pensando por esse lado até que daria, mas estou no meu ano sabático quero focar só no trabalho. - disse Gabriela.

- Entendo. - disse Vitória pensativa, então Gabriela e Olívia não era um casal suas dúvidas estavam sanadas.

- E você a vejo sempre nas revistas. - disse Gabriela.

Se Vitória queria tanto saber sobre Olívia ela tinha o direito de tirar a limpo a história de Raul.

- Agora nem tanto, era mais na época da novela, as revistas adoram vender uma ideia de amor e as pessoas confundem muito o que vêem nas câmeras com a vida real. - disse Vitoria.

- Digamos que tudo se trata de marketing então? - perguntou Gabriela.

- Eu não diria marketing porque eu sempre fui transparente com a imprensa, ao dizer que estava solteira, mas eles publicam aquilo que vende mais. - disse Vitória.

- Esse meio é realmente complicado.

- Sim é, mas Giovana me ajuda porque ela já está a mais tempo do que eu nesse meio. - disse Vitória.

- Sim, é bom ter alguém por perto pra nos apoiar. - disse Gabriela.

- Pronto chegamos. - informou o motorista.

- Então acho que já vou. - disse Vitória.

- Devíamos fazer isso mais vezes. - disse Gabriela.

- Isso o que?

- Isso, conversar, como você mesmo me disse ainda podemos ser amigas.- disse Gabriela.

Vitória sentiu um desconforto no estômago, porque aquelas palavras tinham atingido ela daquela forma?

- Deveríamos sim. - disse Vitória.

Gabriela assentiu.

- Bom, então já vou indo. - disse Vitória sem sair do lugar.

- Boa noite ou melhor bom dia. - disse Gabriela.

- Bom dia então. - disse Vitória sem jeito e sem saber se abraçava ou não Gabriela.

Gabriela abriu e fechou os braços e as duas sem jeito acabaram se abraçando e depois apertando as mãos.

Vitória inalou o cheiro de Gabriela o mesmo perfume de quando elas estavam juntas e reparou que na mão esquerda Gabriela estava usando o pingente que ela havia dado de natal. Gabriela tinha transformado em um pulseira.

Ao abraçar Vitória, Gabriela respirou fundo tentando manter a compostura era difícil depois de tanto tempo ter Vitória em seus braços como amiga.

O motorista do táxi fez um barulho com a garganta já irritado com a demora de Vitória para descer do carro.

Finalmente Vitória saiu do carro e abanou Gabriela e foi entrar em seu apartamento. Em seguida o motorista deixou Gabriela em casa, assim que foi pagar e sair do táxi, ela percebeu que Vitória tinha esquecido a bolsa com seu celular no carro juntamente com a chave do apartamento.