55- Penélope Somers

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— Penélope — ouço a voz da tia Samanta e olho pra porta e seco meu rosto ainda úmido — podemos conversar?

— Me desculpa tia — choro deixando meu celular na cama e ela nega fechando a porta.

— Não precisa se desculpar — ela diz se aproximando e quando senta em minha cama acho que ela pensa sobre algo, procurando palavras.

— Eles estão brigando — digo ouvindo o tio Justin e meu pai gritando lá embaixo.

— Eles vão se resolver — tia Samanta diz olhando meus olhos — gostaria muito de te levar pra dormir lá em casa, mas isso daria mais brigas ainda.

— Você me odeia? — pergunto e ela me olha negando rapidamente — Eu amo o Drew tia, e tudo que eu não quero é brigas para nós todos.

— Querida — ela molha os lábios — você e o Drew ainda são muito novos, precisam pensar antes de fazer qualquer coisa, pois podem acabar se machucando. E causando conflitos desnecessários.

— A senhora sabe que eu nunca precisei pensar em relação ao Drew, acho que todos sempre souberam que eu gosto dele. Não é surpresa alguma.

— O Drew disse quais são as intenções dele? — ela pergunta e eu nego meio pensativa — Me preocupo com vocês, principalmente com você Pene, que é uma garota que ainda não sabe totalmente sobre tudo que a paixão trás.

— Eu sei — molho meus lábios — mas acho que consigo fazer o Drew feliz tia, ele e eu estamos nos dando bem.

Digo meio que empolgada e ela assente, no fundo sei que ela desacredita disso, acho que por ver o Drew sempre me esnobando.

— Estão juntos? — ela pergunta e eu meio que nego.

— Ainda não sei — mordo meu lábio pensativa — ficamos duas vezes. Três na verdade.

— Estão se protegendo Penélope? — ela pergunta preocupada e eu concordo.

Tia Samanta respira fundo e mexe em seu cabelo loiro e logo segura minha mão olhando em meus olhos e sorri.

— Vai ser bom te ter como nora — ela diz me fazendo sorrir e a abraço sentindo ela beijar meu rosto.

— Obrigada tia — sussurro.

[...]

Desço a escada e vejo meu pai sentado no sofá com a cabeça baixa com suas mãos sobre o rosto e minha mãe me encarando e eu apenas respirei fundo, sabia que agora seria uma das piores partes. Teria que ouvir muita coisa.

— Eu conversei com ela, e quero que saibam oque eu penso sobre tudo isso — tia Sam diz fazendo meu pai olhar pra ela — eles são adolescentes, assim como fomos um dia. E se eles se gostam, não temos muito oque fazer. Apenas aconselhar eles a como "fazerem" isso dar certo de um modo correto.

— Penélope tem dezesseis anos Samanta, não tenta me dizer que isso é certo — meu pai retruca.

— Na sua cabeça eu já transava, e olha só, acabou de descobrir que estava errado — digo sem paciência — todos vocês me julgaram pelo meu modo de ser, sendo que eu não fazia nada de "errado" e se eu... me envolvi com o Drew, é porque...

— Eu não quero ouvir isso — Chaz diz se levantando.

— Conversarei com o Drew, e garanto a vocês que ele nunca quis se aproveitar da Penélope, Drew não é um garoto ruim e sei que ele sabe que somos todos uma família.

— Será que sabe mesmo? — Chaz diz e tia Samanta revira os olhos.

— Se cuida — tia Sam sussurra e eu apenas assenti e ela pegou sua bolsa saindo da minha casa e eu molhei meus lábios olhando para meu pai que nega desviando seu olhar do meu.

— Com quantos anos fez sexo? Dezoito? Vinte? — digo sem paciência — Está agindo como se eu tivesse cometido um crime, na minha idade garotas fazem coisas piores.

— Por que não tem pais que as corrijam — Chaz diz nervoso.

— Pai, eu estou apaixonada. E isso não é um crime — tento explicar e ele me encara — até quando vai agir como se eu tivesse a mesma idade de sempre? Eu fiz dezesseis anos, já sai dos dez sabia?


— Não deveria estar fazendo oque estava fazendo antes de chegarmos Penélope — minha mãe diz e eu respiro fundo.

— Me desculpem, mas não estou errada em ter um momento como aquele — nego e meu pai continua negando enquanto se controla pra não me bater — é o Drew pai, não um garoto estranho.

— Acha que vou achar essa merda certa só por ser o Jeremy, Penélope? — ele praticamente rosna e eu reviro os olhos.


— Eu não quero brigar — digo e vejo minha mãe olhar pra ele por alguns segundos.

— Não vou negar que estou surpresa — ela diz respirando fundo — e aliviada por ouvir oque ouvi, o Drew dizer.

— Eu nunca fui a garota que vocês me acusam de ser — digo notando os dois me olharem — eu tenho os meus valores, sei o momento certo de cada coisa.

— Será que sabe mesmo? — meu pai pergunta sério.

— Se me conhecesse, saberia que eu sei sim pai. Que eu sei muito sobre muitas coisas — dou de ombros — não sou uma patricinha boba, sempre fui muito inteligente.

Minha mãe meio que ri e nega e vejo meu pai continuar me encarando, e respira fundo ainda meio sério.

— Arrume sua mala, vai morar comigo por um tempo — ele diz e eu franzo o cenho sem entender e minha mãe o encara.

— Ela vai oque?

— Pai — digo e ele olha pra minha mãe e depois pra mim.

— Não quer que eu te conheça? Ótimo, vai estar comigo todos os dias. Dos cafés da manhã até o jantar, arrume suas coisas.

Não sei por que, mas acabo sorrindo com isso e minha mãe nega. Mas eu apenas molho meus lábios pronta pra dizer que eu toparia, e Louise chega em casa preocupada. Será que ela já sabia oque estava acontecendo aqui?

— Penélope mora comigo desde que nasceu, ficou doido?

— Daniela, é só por um tempo. E ela vai poder vim ficar aqui quando quiser. Eu só quero... ter um tempo com ela e tentar concertar oque está acontecendo aqui.

— Não está pensando que vai me afastar do Drew, está?

Pergunto e eu meu pai me olha e eu nego, ele estava mesmo planejando isso? Pois vai ser lamentável pra ele quando ver que isso não vai rolar.


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• Heirs Of Love / Herdeiros do amor •Onde histórias criam vida. Descubra agora