— Penélope — ouço a voz da tia Samanta e olho pra porta e seco meu rosto ainda úmido — podemos conversar?
— Me desculpa tia — choro deixando meu celular na cama e ela nega fechando a porta.
— Não precisa se desculpar — ela diz se aproximando e quando senta em minha cama acho que ela pensa sobre algo, procurando palavras.
— Eles estão brigando — digo ouvindo o tio Justin e meu pai gritando lá embaixo.
— Eles vão se resolver — tia Samanta diz olhando meus olhos — gostaria muito de te levar pra dormir lá em casa, mas isso daria mais brigas ainda.
— Você me odeia? — pergunto e ela me olha negando rapidamente — Eu amo o Drew tia, e tudo que eu não quero é brigas para nós todos.
— Querida — ela molha os lábios — você e o Drew ainda são muito novos, precisam pensar antes de fazer qualquer coisa, pois podem acabar se machucando. E causando conflitos desnecessários.
— A senhora sabe que eu nunca precisei pensar em relação ao Drew, acho que todos sempre souberam que eu gosto dele. Não é surpresa alguma.
— O Drew disse quais são as intenções dele? — ela pergunta e eu nego meio pensativa — Me preocupo com vocês, principalmente com você Pene, que é uma garota que ainda não sabe totalmente sobre tudo que a paixão trás.
— Eu sei — molho meus lábios — mas acho que consigo fazer o Drew feliz tia, ele e eu estamos nos dando bem.
Digo meio que empolgada e ela assente, no fundo sei que ela desacredita disso, acho que por ver o Drew sempre me esnobando.
— Estão juntos? — ela pergunta e eu meio que nego.
— Ainda não sei — mordo meu lábio pensativa — ficamos duas vezes. Três na verdade.
— Estão se protegendo Penélope? — ela pergunta preocupada e eu concordo.
Tia Samanta respira fundo e mexe em seu cabelo loiro e logo segura minha mão olhando em meus olhos e sorri.
— Vai ser bom te ter como nora — ela diz me fazendo sorrir e a abraço sentindo ela beijar meu rosto.
— Obrigada tia — sussurro.
[...]
Desço a escada e vejo meu pai sentado no sofá com a cabeça baixa com suas mãos sobre o rosto e minha mãe me encarando e eu apenas respirei fundo, sabia que agora seria uma das piores partes. Teria que ouvir muita coisa.
— Eu conversei com ela, e quero que saibam oque eu penso sobre tudo isso — tia Sam diz fazendo meu pai olhar pra ela — eles são adolescentes, assim como fomos um dia. E se eles se gostam, não temos muito oque fazer. Apenas aconselhar eles a como "fazerem" isso dar certo de um modo correto.
— Penélope tem dezesseis anos Samanta, não tenta me dizer que isso é certo — meu pai retruca.
— Na sua cabeça eu já transava, e olha só, acabou de descobrir que estava errado — digo sem paciência — todos vocês me julgaram pelo meu modo de ser, sendo que eu não fazia nada de "errado" e se eu... me envolvi com o Drew, é porque...
— Eu não quero ouvir isso — Chaz diz se levantando.
— Conversarei com o Drew, e garanto a vocês que ele nunca quis se aproveitar da Penélope, Drew não é um garoto ruim e sei que ele sabe que somos todos uma família.
— Será que sabe mesmo? — Chaz diz e tia Samanta revira os olhos.
— Se cuida — tia Sam sussurra e eu apenas assenti e ela pegou sua bolsa saindo da minha casa e eu molhei meus lábios olhando para meu pai que nega desviando seu olhar do meu.
— Com quantos anos fez sexo? Dezoito? Vinte? — digo sem paciência — Está agindo como se eu tivesse cometido um crime, na minha idade garotas fazem coisas piores.
— Por que não tem pais que as corrijam — Chaz diz nervoso.
— Pai, eu estou apaixonada. E isso não é um crime — tento explicar e ele me encara — até quando vai agir como se eu tivesse a mesma idade de sempre? Eu fiz dezesseis anos, já sai dos dez sabia?
— Não deveria estar fazendo oque estava fazendo antes de chegarmos Penélope — minha mãe diz e eu respiro fundo.
— Me desculpem, mas não estou errada em ter um momento como aquele — nego e meu pai continua negando enquanto se controla pra não me bater — é o Drew pai, não um garoto estranho.
— Acha que vou achar essa merda certa só por ser o Jeremy, Penélope? — ele praticamente rosna e eu reviro os olhos.
— Eu não quero brigar — digo e vejo minha mãe olhar pra ele por alguns segundos.
— Não vou negar que estou surpresa — ela diz respirando fundo — e aliviada por ouvir oque ouvi, o Drew dizer.
— Eu nunca fui a garota que vocês me acusam de ser — digo notando os dois me olharem — eu tenho os meus valores, sei o momento certo de cada coisa.
— Será que sabe mesmo? — meu pai pergunta sério.
— Se me conhecesse, saberia que eu sei sim pai. Que eu sei muito sobre muitas coisas — dou de ombros — não sou uma patricinha boba, sempre fui muito inteligente.
Minha mãe meio que ri e nega e vejo meu pai continuar me encarando, e respira fundo ainda meio sério.
— Arrume sua mala, vai morar comigo por um tempo — ele diz e eu franzo o cenho sem entender e minha mãe o encara.
— Ela vai oque?
— Pai — digo e ele olha pra minha mãe e depois pra mim.
— Não quer que eu te conheça? Ótimo, vai estar comigo todos os dias. Dos cafés da manhã até o jantar, arrume suas coisas.
Não sei por que, mas acabo sorrindo com isso e minha mãe nega. Mas eu apenas molho meus lábios pronta pra dizer que eu toparia, e Louise chega em casa preocupada. Será que ela já sabia oque estava acontecendo aqui?
— Penélope mora comigo desde que nasceu, ficou doido?
— Daniela, é só por um tempo. E ela vai poder vim ficar aqui quando quiser. Eu só quero... ter um tempo com ela e tentar concertar oque está acontecendo aqui.
— Não está pensando que vai me afastar do Drew, está?
Pergunto e eu meu pai me olha e eu nego, ele estava mesmo planejando isso? Pois vai ser lamentável pra ele quando ver que isso não vai rolar.
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• Heirs Of Love / Herdeiros do amor •
FanfictionUma nova geração crescendo pelas ruas de Atlanta, já se perguntaram como estariam os filhos de Justin e Samanta? Ou os filhos de Evan e Emma? Esse livro responderam a suas perguntas. Ainda não leu Drug Of Love e nem Condenados pelo Amor? Não tem pro...