Quando tento entrar na sala feita pra camarim, sinto a mão dele segurar meu braço ignorando totalmente quem passava por nós com aqueles olhares curiosos.— Vai continuar com isso? — ele pergunta rouco e eu olho em volta e respiro fundo.
— Sabe oque fez? Vamos perder nota.
— Como se nossos pais não pagassem essa porra — ele diz olhando em volta e eu reviro os olhos — se troca, vou te esperar lá fora.
— Drew — nego e ele nega também.
— Vou te esperar lá fora — ele diz sério e eu reviro os olhos e sai me fazendo respirar fundo e ver que Rebeca me encarava.
— Oque foi? — pergunto sem paciência e ela apenas molha os lábios e sai, sonsa.
No camarim eu me troco e deixo meu cabelo daquele jeito mesmo e saio com a mochila no ombro e o celular na mão, lendo algumas mensagens.
E ao sair da escola para procurar o Drew o vejo ao lado com uma garota no colo, e franzo o cenho sem entender aquilo e vejo ele me olhar.
— Ela desmaiou — ele diz nervoso e eu nego sem entender e me aproximo assim como algumas pessoas que estavam por ali.
— Você a conhece? — pergunto e ele nega se abaixando com ela ainda em seu colo.
— Liga pra ambulância Penélope, anda — ele diz e eu faço isso, e enquanto a ligação se completa eu vejo Drew tirar o cabelo cor de rosa do rosto da garota apagada.
As pessoas se aproximam e eu me afasto tentando pedir uma ambulância para a garota, mas logo gritam "ela acordou" e eu desligo a ligação me aproximando novamente e vejo a garota sentada no gramado com Drew agachado ao seu lado.
— Você está bem? Se lembra oque aconteceu? — ele pergunta segurando o pulso dela e isso me incomoda.
— Eu te vi e... acho que desmaiei depois — ela diz com a mão sobre o rosto — eu não comi nada hoje.
— Tem uma lanchonete ali, acho melhor beber alguma coisa — Drew diz e ela assente e ele a ajuda a se levantar e logo o pessoal se afasta e Drew me olha.
E acompanho ele e a garota até a lanchonete.
— Pede alguma coisa pra ela — Drew diz e eu reviro os olhos indo até o balcão pedindo um suco de limão bem azedo.
E enquanto isso observo o Drew e a menina que se olhavam e isso não estava me animando em nada.
— Se machucou com a queda?
Ele pergunta e ela nega sorrindo e morde sua boca de uma forma ridícula.
— Se não fosse por você, eu teria quebrado a minha cabeça — ela diz exagerada.
— Não é pra tanto — digo colocando o suco sobre a mesa e ela me olha.
— Não me lembro de você — ela diz e eu sorrio falso.
— Penélope, prazer — estendo minha mão e ela franze o cenho — namorada do Drew.
Ela olha para o Drew e ele me olha meio que sorrindo de canto e eu ignoro ele, não estou nem aí que ontem terminei com ele.
— Não sabia — a garota diz bebendo o suco e eu olho para o Drew e ele ri molhando seus lábios.
— Mora por aqui? Podemos te levar — Drew pergunta e ela nega.
— Moro em Buffords — ela diz e eu franzo o cenho, onde é isso?
— Buffords — Drew diz como se soubesse onde fica — conhece o Bless Tarlley?
— Ele é meu irmão, se conhecem?
— Conhecemos — digo e Drew me olha surpreso e eu dou de ombros.
— Que ótimo — a garota ri fraco — preciso falar com ele, hoje é nosso último dia em Atlanta e ele resolveu desaparecer.
— Por que não liga pra ele?
— Estou sem bateria — a menina diz e eu dou de ombros e ela meio que ri, que foi? Outra insuportável pra coleção de inimigas?
— Vou mandar uma mensagem pra ele — Drew diz pegando seu celular.
— Obrigada — a menina diz sorrindo e eu reviro os olhos notando Drew me olhar prendendo o riso.
Outro insuportável.
[...]
Eu continuo ali encarando os dois que conversavam sobre o braço arranhado dela e perco a paciência querendo ir embora, mas não deixaria eles ali.
E logo vejo o Bless sair do carro batendo a porta.
— Ótimo, seu irmão chegou — praticamente grito aleluia e o Drew ajuda a menina a se levantar.
Não sei por que tudo isso, ela já está ótima. Tomou dois sucos e um cachorro quente.
— Lins, oque aconteceu? — Bless pergunta preocupado.
— Eu não me alimentei bem hoje — a garota diz e o Bless assente e olha para mim e depois para o Drew.
— Valeu cara — Bless diz e Drew apenas assente fazendo um toque na mão dele.
Os dois saem e Drew me olha e eu continuo de braços cruzados e ele molha seus lábios se aproximando.
— Quer comer alguma coisa? — ele pergunta e eu nego.
— Estou sem fome — digo e ele assente e respira fundo.
— Quer ir comigo em um lugar?
Ele pergunta e eu encaro seus olhos e nego e ele segura minha mão me fazendo engolir seco, maldito sentimento bobo.
— Vai gostar — ele diz e eu reviro os olhos e ele ri convencido, ele sabe que eu iria.
Solto sua mão e ajeito meu short no corpo saindo em sua frente rebolando o máximo que posso sabendo que ele olharia diretamente pra minha bunda, afinal de contas ele é homem.
Vejo meu carro e molho meus lábios indo até o do Drew, onde ele destrava as portas e eu entro me jogando no banco e bato a porta notando ele dar a volta no carro.
— Que lugar é esse? — pergunto e ele liga o carro — Onde levou Rebeca ontem? Deixa eu adivinhar, onde tiveram uma noite maravilhosa de amor?
— Não rolou nada, não fala besteira — ele diz e eu nego com raiva.
— Vai negar que não ficou com ela? Sério?
— Penélope — ele tenta se explicar e eu nego — aconteceu um beijo, mas... apenas isso e...
— E você é um imbecil — digo abrindo a porta do carro para sair e ele me segura.
— Se eu quisesse, teria acontecido — ele diz me fazendo ficar com mais raiva ainda — mas eu não quis beleza? Eu te liguei pra te dizer isso, dizer que... eu fui um otario.
— É, você foi — digo e ele tira sua mão do meu braço e eu bato a porta novamente.
— Você a beijou?
— "Ela" me beijou — ele diz e eu reviro os olhos com raiva e ele respira fundo — não precisamos falar disso.
— Vou ver se o Gustavo está livre hoje — digo pegando meu celular.
— Pra que?
— Quero que ele me beije — brinco com raiva e ele nega escorando a cabeça no banco e eu acabo que rindo — viu só?
— Você terminou comigo, eu fui atrás de você e você me deu um fora. E nem era pra mim estar aqui agora, então dá uma trégua beleza?
— E por que está aqui mesmo? Por pressão de alguém de novo?
— Por que estou fodido. Você não sai da minha cabeça e eu me recuso a ficar no meu quarto pensando em você — ele nega rouco — é por isso que estou aqui, é o suficiente pra você me dá uma chance ao menos pra me ouvir sem me atacar a todo momento?
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• Heirs Of Love / Herdeiros do amor •
FanfictionUma nova geração crescendo pelas ruas de Atlanta, já se perguntaram como estariam os filhos de Justin e Samanta? Ou os filhos de Evan e Emma? Esse livro responderam a suas perguntas. Ainda não leu Drug Of Love e nem Condenados pelo Amor? Não tem pro...