Como eu imaginava, Rebeca é tímida pra caramba, e sabia que ela estava envergonhada pelo beijo que te dei, mas ela não disse nada, e eu também não, apenas acariciei sua mão e ela respirou fundo me olhando e eu sorri de canto fazendo ela sorrir também.— É confuso — ela inicia — eu e você não temos muito em comum.
— Eu gosto de química — minto e ela ri sabendo que isso é uma mentira.
— E também tem oque ocorreu hoje — ela diz meio que tensa — a Penélope, ela fez aquilo por que me viu com você, eu não notei antes, mas agora entendo, ela gosta de você.
— Não — nego — ela não gosta. É só coisa de família, ela sente ciúme eu acho, essas parada de irmão.
— Não me parece ciúme de irmão — ela diz e eu molho meus lábios segurando sua cintura novamente.
— Penélope não gosta de mim, e ela não vai mais te incomodar, conversei com ela.
— Sobre mim?
— Não exatamente — digo molhando os lábios me lembrando da conversa com a Penélope — mas acho que ela já entendeu como será as coisas apartir de hoje.
— Ela te desculpou depois de hoje? — pergunta e eu apenas assenti.
Vejo algumas pessoas chegarem na
lanchonete e ignoro as líderes chegarem juntas, elas só andavam assim? Grudadas uma nas outras, pensei que era apenas na escola.— Eu preciso ir — Rebeca diz meio que envergonhada por nos verem assim, próximos.
— Quero sair com você — digo e ela sorri e automaticamente me lembro que além de estar sem carro, estou de castigo pela eternidade — merda.
Murmurro e ela me olha sem entender e coço a nuca.
— Algo errado?
— Meu pai meio que confiscou meu carro.
— Podemos andar de ônibus — ela diz sorrindo e eu encaro seus olhos e acabo que rindo de canto — tem um filme que quero ver, está em cartaz.
— Te pego as 20h ?
— Eu moro naquele prédio — ela aponta para o prédio do outro lado da rua e eu apenas concordo e ela sorri meio que se afastando.
Eu queria beija-lá, mas sabia que aquelas cópias de Penélope Somers estavam ali prontas para tirar fotos e mandar pra grupinhos de fofoca, se não é que já tenham feito isso.
Rebeca apenas caminha até elas que começam a dar risinhos perguntando coisas pra garota e eu enfio as mãos no bolso saindo dali, e peço um carro pelo aplicativo do celular e vejo as chamadas perdidas da minha mãe.
Talvez depois de saber que eu procurei Penélope me desculpei e tive a primeira conversa amigavelmente com ela, minha mãe me deixe sair hoje anoite.
Quando o carro chega não demora nem dez minutos e me deixa em casa, pago a corrida e abro o portão notando que minha mãe e meu pai estavam nas cadeiras de frente, vejo meu pai fazer carinho no cabelo da minha mãe que parece pensativa demais, talvez planejando a morte do seu filho, me aproximo e Julie me encara me fazendo revirar os olhos quando ela ri.
— Ele chegou — ela diz e minha mãe me encara se sentando direito e eu respiro fundo.
— Sem vídeo game — Jord debocha e eu ignoro.
— Eu precisava falar com a Penélope, me senti culpado — explico antes que minha mãe exploda, ela parece surpresa ao me ouvir e me deixa continuar — me desculpei e ela entendeu, até trocamos uma ideia bacana pela primeira vez em anos.
— E?
Mamãe diz desconfiada e eu franzo o cenho sem entender.
— Somos amigos? — meio que ironizo e ela ri mordendo a boca e olha para o meu pai que me olhava.
— Ótimo, amanhã seu papel vai ser falar com o pai dela — meu pai fala e eu reviro os olhos.
— Precisa mesmo?
— Imagine se fosse meus peitos sendo mostrados na escola? — Julie cruza os braços — Acha que o papai não mataria o garoto que fizesse isso?
— Não. Por que eu mesmo mataria — digo e ela ri e meu pai também.
— É, se prepare — meu pai diz me encarando — Chaz não é calmo o tempo todo.
Me aproximo tirando as mãos dos bolsos e vejo Jord montando altas coisas com suas peças de montar e vejo Julie me encarando, como se lesse meus pensamentos e esperasse eu dizer de uma vez oque eu quero, desvio o olhar dela e vejo minha mãe escorada no peito do meu pai também me olhando, beleza, todos sabiam que eu quero algo.
— Tem uma garota — digo e minha mãe franze o cenho e meu pai ri passando a mão no queixo esperando que termino — o nome dela é Rebeca.
— A que ficou sem blusa hoje — Julie explica pra eles e eu a encaro e ela ri fazendo sinal de silêncio.
— Curto ela — digo e minha mãe respira fundo.
— Uma possível namorada então? — ela pergunta.
— Acho que não. Não sei, rolou um lance hoje — sou sincero.
Não curto enrolação, e por mais que eu não fale pra minha mãe abertamente sobre minha vida pessoal, sobre as garota que eu fico ou não, para o meu pai eu sempre falei, desde quando perdi a virgindade com uma das que visitou a galeria dele um dia, eu sempre fui sincero e sempre ouvi os conselhos dele. Com a minha mãe já era mais complicado, não acho bacana falar sobre garotas que transei uma vez e nunca mais vi, e acho que nem ela acharia isso bacana. Mas sobre a Rebeca, sinto que posso dizer, não é como as outras, não pretendo ficar e sair fora, curto ela, quero ficar com ela e ver no que isso vai nos levar.
— Então está com ela? — mamãe pergunta e eu saio dos pensamentos e apenas assenti.
— A chamei pra sair hoje — digo e ela franze o cenho — eu a beijei hoje.
— Jeremy — ela diz meio que sorrindo — está apaixonado?
— Mãe — dou uma risada fraca — eu só beijei ela uma vez, e isso foi hoje.
— Está sem carro — papai me lembra ficando sério e eu concordo.
— Pego um ônibus — digo e ele ri surpreso.
— Está de castigo — Julie me lembra e eu a encaro, por que ela está aqui dando palpite mesmo?
— Ela é especial?
Entendo a pergunta da minha mãe, e molho os lábios assentindo, na verdade Rebeca realmente é, até hoje é a única que me interessou da forma que estou agora, não que eu seja o pegador de Atlanta, longe disso. Já fiquei com várias garotas confesso, mas apenas ficadas, em festas, essas coisas. Sexo rolou com algumas, não que eu fique contando, mas tenho certeza que não passou de dez.
— Posso sair com ela hoje? — pergunto.
Mamãe sorri olhando para o meu pai que ainda me encarava e coça o queixo olhando pra minha mãe que sorri concordando pra mim, Julie reclama e eu a encaro.
— Sério? Fácil assim ele sai do castigo?
— Cala a boca — rosno e ela me põe língua. Pirralha.
••••
Notas finais:
Será que teremos um casal? Clichê né, o capitão do time com a nerd tímida.
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• Heirs Of Love / Herdeiros do amor •
FanficUma nova geração crescendo pelas ruas de Atlanta, já se perguntaram como estariam os filhos de Justin e Samanta? Ou os filhos de Evan e Emma? Esse livro responderam a suas perguntas. Ainda não leu Drug Of Love e nem Condenados pelo Amor? Não tem pro...