103- Penélope Somers

86 13 0
                                    

— Como assim nunca comeu nuttela com pipoca? — Luan ri com o pote de nuttela na mão e eu faço careta comendo a pipoca

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


— Como assim nunca comeu nuttela com pipoca? — Luan ri com o pote de nuttela na mão e eu faço careta comendo a pipoca.

— Não gosto muito — me refiro a nutella — sem falar que tem muito glúten.

— Que isso cara, quem dispensa uma maravilha dessas?

Ele mostra o pote e eu nego olhando para o notebook sobre nossas pernas cobertas pelo edredom e ele continua comendo a pipoca.

— Acha que ele está dizendo a verdade? — pergunto sobre o vilão do filme e o Luan nega.

— Creio que não — ele diz e eu olho pra ele de lado e sorrio fraco.

Hoje era o segundo dia que ele fica a tarde toda comigo, assistindo filme ou lendo revistas de fofoca, mesmo ele reclamando e querendo ir pra piscina.

— Isso foi um sorriso? — Luan pergunta e eu nego rindo — Porra, dois sorrisos?

— Não — continuo sorrindo e ele sorri animado.

— Eu consegui — ele diz convencido — ganhei meu dia.

— Bobo — digo jogando uma pipoca nele e ele ri me puxando e isso fica estranho por que eu encosto em seu peito e encaro seu rosto que estava próximo demais.


— Penélope — a voz da Julie me faz olhar pra porta e vejo ela e a Sônia me encarando e tiro o cabelo bagunçado do rosto.

— Oque vocês fazem aqui? — pergunto e elas encaram o Luan.

— Quem é o mané? — Sônia pergunta tão delicada como seu irmão e Julie me encara.

— Luan — ele diz rindo disso e eu molho meus lábios deixando o pote de pipoca ao lado e tiro o edredon de cima das minhas pernas e me levanto.

— Ele é... amigo da escola — digo olhando para o Luan e depois para elas.

— Não está doente? — Julie pergunta e eu aponto pra mesinha mostrando a quantidade de remédios que eu estava tomando por causa do mal estar.

— Eu vou nessa — Luan diz se levantando e eu olho pra ele — me liga se sentir mais alguma coisa.

— Obrigada — digo e ele sorri de canto — pelo filme e também pela nuttela.

Ele ri e assente saindo dando uma olhada pras meninas que me encaravam.

Me sento na cama e Sônia fecha a porta e Julie encara o filme rodando no notebook.

— Oque você tem? — Sônia pergunta olhando os remédios — Por que não me ligou me contando oque aconteceu?

— Que seu irmão me deu um pé na bunda?

Ela molha os lábios e eu vejo Julie me olhar e respiro fundo sentindo a dor de cabeça voltar.

— Oque aconteceu com vocês? — Sônia pergunta e eu molho meus lábios meio que pensativa.

Não me dói falar dele, me dói apenas ficar sem ele. E pensar que, pra ele oque pra mim foi importante, pra ele não foi nada.

— Ele terminou — nego fraco — ele não quis mais.

— Mas, estavam bem — Sônia diz e eu respiro fundo e me levanto ajeitando meu moletom no corpo.

— Talvez só eu estivesse bem — dou de ombros encarando a janela — ele se cansou, e... colocou um fim.

— Ele só queria transar, um idiota — Julie diz e eu me sinto péssima.

— Ei — Sônia murmura — é nova pra saber dessas coisas sabia?

— Sou adolescente sabia?

— Papai sabe disso? — Sônia diz e eu olho pra elas e vejo Julie revirar os olhos e meio que sorrio disso.

Elas param com aquilo e logo me olham novamente e eu mexo no cabelo voltando pra cama onde foi o lugar que eu mais fiquei essa semana.

— Sua mãe disse que não está se alimentando bem — Sônia diz e eu nego.

— O necessário — dou de ombros — ele está bem? Sabem se ele está ficando com alguém?

Pergunto e Sônia revira os olhos e vejo Julie assentir.

— Com certeza, já que ele não para em casa.

— Julie — Sônia a repreende e eu engulo seca e apenas assenti.

— Tudo bem Sônia — digo meio que baixo — ele está solteiro.

— Quem é o cara que estava aqui? — Julie pergunta curiosa e Sônia me olha esperando por respostas.

— É da minha sala — digo — e ele mora no condomínio.

— Amigos? — Julie pergunta.


— Eu amo o seu irmão tá? Não da pra esquecer em cinco dias — murmuro e ela revira os olhos — ele pergunta por mim?

Julie nega e eu mordo meu lábio e Sônia toca minha mão me fazendo olhar em seus olhos.

— Acho que está na hora de deixar esse amor pelo Drew ir embora — ela diz e eu mordo meu lábio sentindo meus olhos marejarem — não pode continuar se ferindo assim.

— Sônia, eu o amo — confesso e Julie se levanta com certeza irritada e Sônia apenas molha os lábios.

— Tem que se amar bem mais do que amar um garoto Penélope, não dá pra amar alguém que te machuca.

— Mas... você não entende, oque temos é...

— Tinham, né? — Julie me interrompe.

— Eu sei que ele sente algo, não acredito que ele não goste ao menos um pouco de mim — digo sentindo a lágrima cair sobre minha bochecha — a gente tem uma química muito forte sabe?

— Pene — Sônia lamenta e eu nego secando a lágrima.

— Eu sou uma idiota né? — murmuro — Realmente, se ele gostasse estaria comigo.

— Você é nova, tem muito oque viver ainda. Muitos amores pra sentir, muitas pessoas pra amar — Sônia tenta me consolar e eu só me sinto mais péssima ainda.

— Todos sabem que eu sempre quis o Drew — desabafo — desde os sete, oito anos eu planejo uma vida com ele sabia? Namorar, estudar juntos, formar, se casar e ter filhos.

— Menos né — ouço Julie murmurar e ignoro.

— Talvez no futuro — Sônia diz e eu nego chorando.

— Ele vai se apaixonar por alguém, com certeza ele apenas notou que eu sou apenas uma "insuportável" que ninguém nunca quer por perto.

— Ei, não diga uma coisa dessas — Sônia diz irritada — você é maravilhosa, me ouviu?

— Se eu fosse você, investiria no gatinho — Julie diz e eu olho pra ela.

— Não — Sônia nega e eu olho pra ela — tem que investir em você, se sentir bem consigo mesma e não trocando de paquera.

Molho meus lábios meio pensativa e apenas assenti, mas sei que não vai ser nada fácil "tentar" esquecer oque sinto pelo irmão delas.

• Heirs Of Love / Herdeiros do amor •Onde histórias criam vida. Descubra agora