Penélope adormeceu em meu peito enquanto ficamos em silêncio apenas encarando o teto, e quando ela deitou no meu peito eu não tive coragem de dizer nada, apenas fiquei pensativo enquanto ouvia sua respiração pesar, até ela adormecer. O som lá embaixo ainda estava rolando, baixo da mesma forma de quando estava quando cheguei. Me levanto da cama com cuidado puxando minhas coisas do chão junto às delas e vou para o banheiro.
Não vou negar que me assustei quando vi sangue na camisinha, mas eu já suspeitava disso pela sensação que senti quando ficamos, apoio às mãos na pia e encaro o espelho por alguns segundos e lavo meu rosto.
Quando volto para o quarto visto apenas minha cueca e encaro Penélope adormecida por alguns segundos e nego com mil pensamentos na cabeça.
Quando deito na cama sinto ela se mexer e meio que bocejar, mas volta a dormir. E eu acabo que dormindo também em meio aos pensamentos.
[...]
Ouço um barulho na porta e abro os olhos devagar os fechando novamente por causa da claridade, e sinto Penélope se mexer na cama.
— As cortinas estão abertas — ela reclama e eu passo a mão no rosto continuando deitado.
— O controle, onde o jogou? — pergunto e ela se inclina sobre mim o pegando sobre a mesinha e eu admiro seus peitos por alguns segundos até ela os cobrir e aperta o botão e vejo as persianas se fecharem deixando o quarto mais escuro.
Penélope me olha e molha seus lábios segurando o edredom sobre o corpo e passa seu cabelo bagunçando para de trás da orelha.
— Eu preciso ir pra casa — ela diz e eu apenas concordo coçando os olhos.
—Eu te levo, antes que meus pais cheguem — digo e ela apenas assente e eu me levanto passando a mão no topete bagunçado e vou direto para o banheiro.
Onde escovo os dentes e lavo o rosto, demoro alguns minutos meio que analisando tudo que aconteceu, mas prefiro não pensar no que vai acontecer como consequência do ato de ontem.
Quando volto para o quarto vejo o edredom dobrado e minha cama sem lençol, olho para o tapete agora sem as roupas da Penélope e franzo o cenho.
Mas meu celular apita sobre a cama e eu caminho até ele o pegando e vejo mensagens abertas e nego sabendo que Penélope havia mexido nele.
Visto minha calça e minha camisa e saio do quarto procurando por ela e encontro Sônia no corredor.
— Bom dia — ela diz séria com seus braços cruzados.
— Penélope desceu? — pergunto.
— Tem noção do que está fazendo? Sabe quem ela é né? Penélope, aquela que tem uma quedinha por você desde a infância, preciso te lembrar que ela é da família? É preciso te lembrar que vocês só tem 16 anos e não deveriam estar cometendo certas coisas — ela diz sem parar e eu meio que nego.
— Não é oque está pensando — digo e ela me dá um tapa no braço.
— Eu sei exatamente oque aconteceu, e espero que não machuque a Penélope me ouviu? E se o tio Chaz souber, você está frito.
— Se o Chaz souber de que? — ouço a voz do pai e vejo ele e minha mãe de pijama. Eles dormiram em casa? Porra.
— Por que o Drew está frito? — mamãe pergunta curiosa e eu olho pra Sônia que continuava séria.
— Acho que o papai deve perguntar pra ele oque ele fez noite passada — minha irmã diz e eu a encaro.
Sério que ela vai me dedurar assim na cara dura?
— Eu estou louca pra saber — mamãe diz e eu passo a mão na nuca encarando a escada.
Pelo jeito não teria como ir atrás da Penélope, e pelo olhar sério do meu pai eu sabia que ele iria me dar um sermão daqueles se soubesse oque eu realmente fiz noite passada.
Mamãe fica conversando com Sônia quando entro no escritório do meu pai e me sento passando a mão no rosto, ainda estou com sono.
— Oque aprontou? — ele pergunta sentado em sua cadeira de couro enquanto bebe seu suco.
— Sônia pensou besteira — minto e ele continua me olhando, eu sabia que eu não sabia mentir pra ele. Pra minha mãe era mais fácil.
— Quer que eu a chamo? — meu pai diz e eu solto uma lufada de ar me escorando na cadeira pensativo.
Se eu não contasse Sônia acabaria que contando e eu me lascaria ainda mais. Mas porra, como vou dizer oque eu fiz?
— Ontem eu... — começo e passo a mão na nuca olhando meu pai que continuava sério.
— Ontem você oque garoto?
— Eu fiquei com a Penélope — digo de uma vez e ele franze o cenho e passa a mão no queixo.
— Sabe que ela é da família Drew, se fizer besteira isso vai dar uma confusão — ele diz e eu assenti.
— Eu sei, mas... Já somos grandes, sabemos oque fazemos — digo e ele nega meio que rindo.
— Acredite, não sabe não — ele diz molhando os lábios — tem muita coisa ainda que você precisa aprender.
— Era só isso, eu posso ir agora?
— Levou ela pra casa ontem? — meu pai pergunta e eu molho meus lábios sabendo que se eu continuasse ali ele acabaria que sabendo de mais coisas.
— Não — falo a verdade — ela foi sozinha.
— Deixou ela ir sozinha?
— Pai — nego e ele franze o cenho, e eu resolvo contar de uma vez — Penélope dormiu aqui.
— No quarto de hóspedes eu espero Jeremy — a voz da minha mãe me faz por a mão no rosto sabendo a merda que isso ia dar agora.
— Drew — meu pai chama minha atenção e eu olho pra ele e só pelo seu olhar eu acho que ele já havia entendido as coisas.
— Foi no quarto de hóspedes não foi Jeremy? — mamãe pergunta com mais autoridade na voz.
— Pai — peço esperando que ele me tire dessa enrascada.
— Quando disse que ficou com a Penélope, você quis dizer que a beijou não é mesmo? — ele pergunta e eu nego molhando meus lábios — Porra garoto, ficou maluco?
Me assusto recebendo alguns tapas da minha mãe.
— Você perdeu a cabeça Jeremy — ela diz enquanto me estapeia e eu me levanto.
— Poxa mãe, não é pra tanto — digo sentindo arder onde ela me deu tapas e encaro meu pai — Penélope quis também, qual o problema?
— O problema é vocês terem apenas dezesseis anos Jeremy — mamãe praticamente grita.
— Até parece que nessa idade vocês já não tinham feito oque eu fiz — murmuro.
— Você me respeite viu garoto — mamãe diz querendo me estapear de novo — nessa idade eu nem pensava nisso.
Meu pai meio que ri fazendo minha mãe encarar ele e ele meio que tenta disfarçar e eu nego me sentando de novo. E vejo meu pai fazer sinal pra minha mãe que revira os olhos sabendo que ele estava pedindo pra ela nos deixar sozinhos.
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• Heirs Of Love / Herdeiros do amor •
FanficUma nova geração crescendo pelas ruas de Atlanta, já se perguntaram como estariam os filhos de Justin e Samanta? Ou os filhos de Evan e Emma? Esse livro responderam a suas perguntas. Ainda não leu Drug Of Love e nem Condenados pelo Amor? Não tem pro...