68- Penélope Somers

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Assim que estaciono enfrente a escola eu nego meio que revirando os olhos ao ver o Luan se aproximar do meu carro com um cigarro entre os dedos, ele abre a porta e se joga no banco como se fosse íntimos, e aquele cheiro de cigarro invade meu carro.

— Pode jogar isso pela janela por favor? — reclamo e ele ri.

— Não curte?

— Tenho asma — digo clicando no botão do ar condicionado e ele assente jogando o cigarro pela janela.

— Não sabia — ele diz e eu apenas concordo, é claro que ele não sabia. Não nos conhecemos.

— E então? Cadê sua mochila?

Pergunto notando ele sem nada e ele meio que ri e eu cruzo os braços.

— Não trouxe? Não posso deixar os meus livros com você.

— Na verdade, eu queria só conversar — ele diz e eu franzo o cenho.

— Conversar?

— É — ele diz e eu nego sem acreditar — eu disse aquilo na aula e sei que você não gostou.

— Claro que não gostei, por que gostaria?

— Quero me redimir — ele ri de canto e eu não entendo.

— Dirige até a praça — ele diz e eu nego — qual é loirinha, é só uma volta. Vou te pagar um sorvete.

Molho meus lábios meio que surpresa pelo apelido e reviro os olhos e ligo meu carro dirigindo pra praça e o vejo ligar o som do meu carro todo abusado, mas não reclamo, apenas sorrio negando.

— É líder de torcida? — ele pergunta enquanto eu tomo meu sorvete pago por ele.

— Eu era — digo e ele franze o cenho.

— Por que não é mais?

— É uma longa história — digo sem interesse em contar pra ele e ele apenas assente e encara algumas pessoas na praça.

— E seu namorado, jogador — ele diz se sentando no banco e eu faço o mesmo.

— Oque tem o Drew?

— A quanto tempo estão juntos?

— Um dia — digo rindo e ele franze o cenho — começamos ontem — dou de ombros lambendo minha casquinha.

— Bacana — ele ri e eu encaro seus lábios e depois seus olhos e continuo tomando meu sorvete.

Depois de andar um pouco e ouvir sobre o pai dele e também sobre seus gostos musicais horríveis, voltamos para o banco. Onde escorei encarando o céu que já não havia mais o sol.

— Eu gosto de cantar — digo sorrindo e ele assente continuando a falar de sua guitarra.

— Não deve ser o mesmo estilo que o meu.

— Com certeza não — digo e ele ri assentindo e sinto ele tocar minha mão e eu retiro rapidamente fingindo não notar oque ele fez — já está tarde.

— Tem compromisso?

— Não, mas tenho pais irritantes — digo me levantando e ele ri enfiando suas mãos nos bolsos.

— Foi mal mentir sobre a ajuda com as matérias — ele pisca pra mim e eu apenas assenti molhando meus lábios.

Luan se aproxima e eu me assusto, mas sinto sua mão em meu cabelo onde ele retira uma folha que devia ter caído da árvore e sorri meio lerdo me dando um tchau e franzo o cenho, mas não pergunto se ele quer carona. Ele apenas caminha para longe da praça.

Eu molho meus lábios confusa e respiro fundo voltando para o meu carro, onde ouço meu celular tocar caído no banco e o puxo lendo o nome da minha mãe.

Pensei que tivesse dito que veria pra casa Penélope — ela praticamente rosna e eu reviro os olhos.

Eu já estou indo.

Digo e desligo a ligação solfando meu celular no colo enquanto dirijo pra casa, e no caminho penso um pouco sobre essa saída com o Luan e oque ele disse e meio que nego sorrindo fraco, ele é estranho.

Lamborguini branca e garoto de topete alinhado escorado nela enfrente a minha casa, sorrio ao sair do carro e o vejo jogar seu cigarro fora. Queria ver a cara dele se a tia Samanta visse essa cena.

— Está aqui a muito tempo? — pergunto surpresa por ver ele aqui. Já que eu estava na casa dele mais cedo.

— Não. Estava onde? — ele pergunta e eu molho meus lábios olhando pra ele, e antes que eu responda ouço Louise me chamar.

— O clima está pesado lá em casa, Camila e Chaz estão prestes a se separem — ele diz escorando no carro e eu mordo o lábio me sentindo culpada por isso.

— Acha mesmo que isso pode acontecer?

Drew dá de ombros e eu fecho os olhos por alguns segundos e solto uma lufada de ar.

— Acho que preciso falar com a Camila, dizer que não foi minha intenção causar tudo isso.

— Ela não está se importando com que intenção você disse Penélope, e sim o que disse. Seu pai e sua mãe ficaram.

— Foi só um beijo — digo dando de ombros e ele franze o cenho.

— Tenta explicar isso pra ela então — ele diz e eu respiro fundo.

— Quer entrar?

— Não, passei só pra te ver mesmo baby. Marquei de jogar com o Léo — ele diz segurando minha cintura e eu sorrio de orelha a orelha molhando meus lábios e ele ri sabendo que é por causa do apelido.

— Você me surpreende sabia?

— Surpreendo?

Ele pergunta próximo aos meus lábios e eu assenti sorrindo e fechei meus olhos ao sentir ele acariciar minha bochecha e em seguida me beijar segurando firme em meu quadril, e bastou subir sua mão pela minha nuca a segurando com firmeza que eu arfei entre o beijo deixando ele satisfeito de me ver assim.

— Sua mãe podia deixar você dormir fora qualquer dia desses — ele diz malicioso entre meus lábios e eu sorrio abrindo meus olhos devagar.

— Você que podia escalar minha janela, seria bem mais fácil do que convencer minha mãe a me deixar passar uma noite fora — digo passando as unhas devagar em seu pescoço.

— Essa noite — ele diz rouco e eu franzo o cenho sem acreditar e encaro seus olhos e começo a rir.

— Sério? Posso esperar?

— Te chamo na sacada — ele diz me dando um selinho e eu mordo meu lábio — beleza?

— Só se ficar até o amanhecer — digo manhosa — e me deixar passar outra noite em seu peito.

— Sabe que não sou desses que pega e se manda — ele diz parecendo ofendido e eu concordo com ele beijando sua boca.

— Não estaciona enfrente minha casa, Louise sai muito cedo — digo e ele assente e Drew desce sua mão até minha bunda a apertando enquanto me beija.

E eu apenas correspondo sentindo sua outra mão segurar minha nuca controlando totalmente aquele beijo.

• Heirs Of Love / Herdeiros do amor •Onde histórias criam vida. Descubra agora