Amor em Seul

Capítulo 11 - Almoço com o BTS - Anna

Ao chegar finalmente no hotel estou exausta, fora um dia muito corrido e cheio de compromissos. Entro no meu quarto, tomo um banho e me preparo para o jantar com a minha mãe, devo contar a ela que irei morar aqui e no que isso vai implicar.

Lembro quando eu comecei a fazer faculdade minha mãe ficou toda animada com o curso, achando que seria uma área tranquila e segura, e agora estou eu aqui indo mediar o diálogo entre duas nações que estão quase entrando em guerra novamente.

Vou rumo ao restaurante do hotel e dou meu nome da recepção e a atendente me leva diretamente a uma sala com uma mesa privativa, minha mãe já estava ali sentada.

- Oi mãe – digo indo abraça-la.

- Oi meu amor – responde minha mãe, enquanto me sento na cadeira a sua frente, a mesa era somente para duas pessoas.

- Como foi o passeio hoje? – perguntei.

- Foi muito bom, entendo porque o Lucas gosta tanto daqui – minha mãe responde.

Nisso o garçom chega e nós duas fazemos nossos pedidos, vamos de massa e vinho essa noite, é muito raro eu beber, mas como estou no hotel e com minha mãe não tenho o porque me privar de uma ou duas taças de vinho.

- Vai me contar o que está escondendo de mim Anna – fala minha mãe séria após o garçom sair.

Eu até perguntaria como ela sabe disso, mas não posso ser tão ingênua assim, a mulher em minha frente é a minha mãe há 17 anos, ninguém sabe me ler como ela.

- Eu vou morar aqui na Coréia – digo.

- Porque, aconteceu alguma coisa em Londres? – ela pergunta preocupada.

- Não mãe, a Inglaterra é incrível e eu fui muito feliz lá durante esse um ano, mesmo morrendo de saudades de casa – afirmo.

- Então porquê? – minha mãe pergunta confusa.

Nisso o garçom retorna com as nossas taças de vinho e logo após se retira, me dando um tempo para pensar em como contar isso para minha mãe.

- Fui transferida pelo governo brasileiro, sou a nova assessora da embaixada aqui da Coréia – respondo.

- Sei que isso não é tudo minha filha, tem algo te preocupando – Dona Maria diz claramente preocupada.

- A tenção entre as Coréias está cada dia pior mãe – respondo.

- Eu tenho visto algumas coisas no noticiário sobre isso – fala minha mãe pensativa – tem medo de que uma guerra estoure e você esteja aqui?

Nesse momento eu já sabia que minha mãe estava muito preocupada com a situação e o medo da sua reação me toma por completo.

- Na verdade mãe... – perco a voz diante daquela situação.

Droga como vou contar para a mulher mais importante da minha vida que vou tentar mediar um acordo para que essa guerra não ocorra, eu sei que se algo der errado eu vou estar entre as duas nações, no meio de um tiroteio.

Quando o garçom retorno com nosso pedido eu ainda não consegui encontrar as palavras necessárias para explicar a situação para minha mãe, assim que o mesmo sai eu recomeço a falar.

- Na verdade mãe, eu fico escolhida para mediar um possível acordo entre as nações – digo e vejo a cor do rosto da minha mãe que já não era muita desaparecer de vez.

Dona Maria estava pálida e era notável pela forma que segurava a taça de vinho em sua mão que ela estava tremendo.

- A resposta é não minha filha – diz minha mãe sem me olhar nos olhos.