Capítulo 33 - O Final - Anna

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Sinto cada músculo do meu corpo doer, mas isso ainda parecia nada se comparado com a dor em minha cabeça, ela latejava tanto que o meu maior desejo agora era gritar para aquilo parar.

Entretanto, mesmo querendo gritar com todas as minhas forças eu não conseguia fazê-lo, parecia que eu não tinha mais controle sobre meu corpo, não conseguia mover nada, falar nada ou até mesmo abrir meus olhos.

Eu queria acordar, queria ver a luz do dia, queria ver o homem que amo e dizer que estava bem, mas eu não conseguia.

Os momentos de lucidez vinham e iam embora na mesma velocidade, tenho uma vaga lembrança da voz de Taehyung e também de minha mãe, mas era tão rápido que achei que era coisa da minha cabeça, como se minha mente estivesse me pregando uma pegadinha.

Ainda sem conseguir me mover me recordei do ataque que sofri, o meu cabelo sendo puxado, dos empurrões e chutos na minha barriga e na minha cabeça.

Eu queria desesperadamente colocar a mão em meu ventre apenas para sentir se estava tudo bem com o meu bebê, mas eu não conseguia.

Quando finalmente consegui abrir meus olhos percebi que estava em um quarto branco e o barulho dos aparelhos ligados ao meu corpo me permitiram ter certeza que estou em um hospital.

Viro com dificuldade a minha cabeça e me surpreendo ao ver Taehyung ali me encarando, seus olhos estavam marejados e ele parecia exausto.

- Tae?

- Você voltou pra mim meu amor – diz ele com a voz embaraçada.

Taehyung se levantou da cadeira que permanecia sentado a minha direita e ficou de pé, logo se inclinando e selando minha testa com carinho.

Senti uma lágrima dele cair em minha face, eu queria levantar a mão e enxuga-la, mas eu não tinha forças para isso.

- Taehyung meu filho o que foi?

Ao ouvir aquela voz viro a minha cabeça para a esquerda e imediatamente começo a chorar ao ver a minha mãe ali.

- Minha filha – diz Dona Maria já em pé e assim como Tae beijando minha testa.

- Mamãe – falo agora chorando.

- Eu vou chamar um médico – diz Tae saindo pela porta e chamando a enfermeira no corredor.

A minha garganta queimava, eu precisava beber água urgentemente e exatamente o que faço, já que minha mãe inclina um copo do líquido em minha boca e bebo um bom gole.

Taehyung logo retorna trazendo consigo um médico e a referida movimentação acabou por acordar os meninos, que até então não havia percebido que estavam ali também, dormindo espalhados pelo quarto.

- Como se sente senhorita Anna? – questiona o Doutor.

Taehyung se sentou na cama ao meu lado e abraçou o meu corpo com delicadeza, enquanto minha mãe não soltou a minha mão e os meninos se abraçavam alegres por finalmente me ver de olhos abertos.

- Meu corpo dói, a cabeça e a garganta principalmente – afirmo com a voz um pouco rouca.

- A senhorita foi espancada, teve lesões na coluna e na cabeça, a sua garganta está dolorida por ausência de hidratação, a senhorita ficou duas semanas em coma – explica o médico.

- Doutor, o meu bebê? – questiono.

Neste instante Taehyung me abraçou ainda mais forte e começou a chorar, uma dor se afundou em meu peito e antes mesmo da resposta do médico eu já sabia.

- Sentimos muito – diz o médico.

Comecei a chorar copiosamente, Tae tentou me acalmar assim como os meninos e minha mãe, mas era difícil demais. Dói demais.

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