Não consegui me concentrar em nenhuma aula, a conversa com o Lucas não sai da minha cabeça. Organizei as minhas coisas e saí da sala. Fora da sala encontrei o Marcel me esperando no corredor encostado na parede.
- Oi Naty! Vamos? – perguntou ele se aproximando de mim.
- Eu vou sozinha hoje, tenho que procurar roupas para vestir no sábado – falei começando a caminhar.
- Eu posso te acompanhar, assim será mais fácil para você escolher a melhor roupa, conheço óptimas lojas. – falou ele me seguindo – e, o que aconteceu com vocês? O Lucas disse que vai passar a ir embora sozinho por um tempo, você está tão chateada por ontem que não quer vê-lo por perto?
- Nos conversamos hoje novamente. Ele disse que so gosta de mim como amiga e que aquilo de ontem foi um erro, eu fiquei muito chateada e pedi que ele parasse de me ver por um tempo porque eu não conseguia vê-lo somente como amigo no momento.
- Não o via abalado daquela maneira a um bom tempo, ele não costuma ficar aéreo durante as aulas, mas hoje ele não anotou nada e nem falou uma única palavra durante a aula, até os professores ficaram preocupados. – falou ele.
- Fico feliz por isso, é o que ele merece por ficar brincando comigo, o facto dele sentir nem que seja um pouco da dor que estou sentindo me alegra – tento parecer verdadeira.
- Você mente mal Natacha, mas não vou falar mais nada, vamos as compras! – disse ele pegando a minha mão e acelerando o passo.
(Horas depois)
- Você não precisava me acompanhar até a minha casa, eu sei como cuidar de mim mesma e as sacolas não são tão pesadas. – falei quando chegamos em frente a minha casa.
- Eu queria passear um pouco, não queria ter que aguentar as perguntas da minha mãe sobre a misteriosa garota que eu vou levar ao jantar no sábado. – falou colocando as mãos no bolso da calça.
Ele fica tão lindo quando faz posses, infelizmente hoje ele não amarou os cabelos loiros dele, mas vestiu-se muito bem, ele me dá muita vontade de voltar a tentar com o meu sonho de desenhista, ele seria o modelo perfeito para as minhas obras de arte, pena que eu vivo desistindo o tempo todo.
- Porque você anda de ónibus? A sua família não é rica? – pegunto.
Ele olhou para mim surpreso com a pergunta e depois de alguns segundos respondeu.
- Não quero que as minhas conquistas tentem me sedar e tentar ter um filho comigo e exigir uma pensão para viver com o dinheiro da minha família a vida toda.
- Que história é essa? Você deveria escrever livros, a sua imaginação é bem fértil. – falo me dirigindo a entrada.
- Não é história, a garota que a minha mãe mandou embora pela roupa, a única que conhecia onde eu vivia, tentou isso, sorte que eu ando prevenido e ela não conseguiu o que queria. – falou ele olhando para o outro lado da rua, conseguia ver um pouco da cara dele, estava envergonhado.
- Não se preocupe, eu não vou fazer isso. – falei abrindo a porta.
- Eu sei, adeus Natacha.
Ouvir o meu nome completo da boca dele me fez achar que o meu nome fosse menos feio, eu gosto do nome abreviado mais que o completo, mas confesso que ouvir ele me chamando de Natacha foi a melhor coisa que me aconteceu neste dia.
(Sábado)
Olhei para a roupa que o Marcel escolheu para mim no espelho, estava perfeito no meu corpo, era um vestido vermelho, longo com babados tornando um círculo ao redor do meu peito e ombros. Ele também escolheu os sapatos, não estava acostumada a andar de saltos, mas ele escolheu uns que eram bem confortáveis e uma bolça minúscula que cabia na mão, a minha mãe organizou o meu cabelo, ela queria que estivesse solto, mas não queria ter que organiza-lo o tempo todo então ela o prendeu em um coque.
- Obrigada pela ajuda mãe. – havia me esquecido do quão era bom quando a minha mãe me ajudava com o cabelo – Não vai me perguntar para onde eu vou?
- Eu sei que você não é de se meter em confusão, você odeia bebida alcoólica e drogas, e sei que não pretende se envolver com alguém que não queira algo sério com você, eu sei que não conversamos muito, mas eu sei o que se passa na sua cabeça, pelo menos um pouco. – falou ela devolvendo o pente. – Você está linda filha!
Incrível como o diploma dela de psicologia serve em todo mundo menos no namorado dela.
- Obrigada mãe – olho para o celular para ver a hora – ele deve estar chegando, eu vou descer e esperar por ele na sala, tchau mãe!
- Se cuida!
Ao chegar na sala escutei a campainha sendo tocada. Fui imediatamente abrir aporta, mas não era o Marcel que estava lá.
- O que você está fazendo aqui Lucas?
O que ele está fazendo aqui? E porque ele está vestido formalmente? Será que a família do Lucas também vai participar no jantar?
- Me perdoe, não queria passar dos limites vindo até a sua casa, mas o Marcel teve um problema e me pediu para vir te buscar. – falou ele me olhando nos olhos, aquilo fez o meu coração começar a bater mais forte.
Ficar longe dele não parece estar funcionado, a saudade so me faz pensar mais nele do que antes.
- Você pode olhar para o celular para comprovar, ele deve ter mandado uma mensagem. – falou ele.
- Não preciso da sua boleia, eu posso ir de ónibus. – falei fechando a porta da minha casa.
- Ónibus? Sério que você vai andar de ónibus com essa roupa? – perguntou ele – você pode me ignorar o caminho todo, mas não vou deixar você ir sozinha.
Ele tem razão, seria estranho andar vestida desse jeito em um autocarro, eu poderia pagar por um táxi, mas eu já gastei dinheiro demais com as roupas, vou acabar com as minhas economias se eu chamar o táxi.
- Está bem, eu vou com você. – disse me dirigindo para o carro dele.
Ao entrar no carro reparei para a cadeira de motorista e me lembrei da última vez que estive no carro e comecei a corar, escondi o meu rosto olhando para o lado, depois tirei os auriculares da minha mini bolsinha e comecei a escutar "Fire"de BTS para acalmar os meus ânimos.
Ao chegarmos da "casa"do Marcel, que não era uma casa, mas sim uma mansão enorme, fomos recebidos por um homem que levou o carro do Lucas, e o Lucas me levou até o interior da enorme mansão. Meus olhos não conseguiam ficar fixos em algo por mais de um segundo, tudo era tão lindo e chique que achei que estivesse em uma daquelas fanfics em que a boba se apaixona pelo milionário.
O Lucas teve que pegar a minha mão para que eu não me perdesse, tudo estava lindo, lindo demais até que eu visse o grande quadro da família ao entrarmos na casa.
- O que a Carol está fazendo no quadro? – perguntei para o Lucas.
- O Marcel não te contou?
- Contar o quê?
- A Carol é a irmã gémea dele.

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The Ordinary Girl
RomanceNatacha Barbosa era uma garota normal como qualquer uma, mas os seus dias normais se foram embora quando ela começou a se tornar desapercebida para as pessoas, mas tudo munda quando Lucas é transferido para a Universidade em que ela estuda. Lucas...