Capítulo 14

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Não sei no que me meti, o Marcel leva as coisas muito a sério, eu não posso fazer tudo que ele quer que eu faça, e porquê ele quer me ajudar, mas exige coisas que podem acabar com as minhas chances com o Lucas? Mas o maior problema não é esse agora, mas sim o meu Pai conversando com o Marcel no meu apartamento, sobre o que eles estão conversando? Com certeza foi uma péssima ideia ter trazido o Marcel, só espero que ele não abra a grande boca dele.

Entro no elevador carregando várias sacolas com alimentos que fui praticamente obrigada a comprar pelo meu Pai só para arranjar uma maneira de conversar a sois com o Marcel. Já no elevador, tento organizar as sacolas, mas acabo deixando uma cair e uma mulher que nem sabia que estava comigo no elevador apanhou a sacola para mim.

- Tenha mais cuidado... - ela deixou a sacola cair novamente quando viu o meu rosto.

- Você é aquela loira louca da minha turma! – as palavras saem da minha boca sem que eu tivesse tempo para extrai-las cuidadosamente.

- Louca é você sua qualquer! Você é a culpada do Lucas estar casando agora, se você não parasse de dar em cima dele, ele não teria arranjado qualquer uma para fugir de você! – esbravejou ela se aproximando de mim.

Essa garota é muito ridícula, mas tenho que tomar cuidado com as minhas palavras, não sou boa de luta e a altura dela já está me deixando mais nervosa do que no dia em que ela e as amigas dela queriam me bater.

- Violência não é permitida aqui pelo que vi nas regras de convivência e se você não viver aqui vou chamar a policia e vou te acusar de agressão! – falei levantando a cabeça para que os nossos olhos se encontrassem.

- Violência? E porquê eu perderia o meu tempo com você? Você não me interessa mais, o meu problema agora é a qualquerzinha que vai se casar com o Lucas. – falou ela cruzando os braços.

- Ela não é nenhuma qualquerzinha não, não que eu queira defender ela, mas ela é bastante rica e bonita também, e de quebra os pais deles são amigos de longa data, então acho que será bem difícil fazer ele mudar de ideias e ele também nem sequer gosta de você! – falei me abaixando para pegar a sacola que estava no chão.

- Ele não gosta, ainda, mas isso vai mudar porque eu sei um segredo daquela qualquerzinha que vai acabar com o noivado deles. – falou ela com um sorriso malicioso no rosto.

- Que segredo é esse? – perguntei tentando fingir não me importar para que ela não desista de me contar.

Ela ficou em silêncio por um momento e depois olhou para mim.

- O que você acha de nos juntarmos para acabar com o showzinho daquela qualquerzinha?

(Minutos depois)

Abro a porta do meu apartamento e vejo o meu pai vindo em minha direcção.

- Filha tenho que ir agora – disse ele me dando um beijo na testa.

- Está bem, cuide-se! – esperei até que ele saísse e fechei a porta.

Me aproximei do Marcel que estava no sofá pensativo, o que não era normal, ele nunca foi uma pessoa ficar pensando em algo, ele sempre arranjava maneiras de acabar com o problema o mais rápido possível.

- O que aconteceu? O meu Pai te ameaçou? – perguntei me sentando ao seu lado.

- Ele me disse para não exagerar no seu esquema para conquistar o Lucas. O seu pai não é nenhum idiota e descobriu que a nossa "relação" não é verdadeira – falou olhando em meus olhos.

- É lógico que ele iria descobrir isso, porque foi ele que me deu essa ideia de mostrar para o Lucas que segui em frente – falo desviando os meus olhos para televisão.

- Você não precisa ficar fazendo esse tipo de coisa por ele... se ele te amasse do mesmo jeito que você o ama ele já teria desistido desse maldito casamento! Natacha, por favor pare com isso! – falou ele segurando o meu queixo para que eu o olhasse nos olhos, mas eu olhei para baixo para tentar esconder a vergonha que sentia.

- Eu sei que estou passando dos limites com isso, mas eu não consigo parar de pensar nele Marcel, eu tentei, mas quando eu finalmente acho que superei ele, ele se aproxima e me enche de esperanças novamente, como naquela festa em que ele me beijou. – senti minhas lágrimas saindo, mas não me importava mais, eu só queria tirar o máximo de dor que podia, mesmo que o Marcel acabe me vendo como uma ridícula.

Fechei os meus olhos com as mãos e chorei mais, mas o Marcel tirou as minhas mãos e antes que eu pudesse fazer algo, senti os lábios dele encostando nos meus. 

The Ordinary GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora