Capítulo 12

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- Então, o que você vai fazer agora? – perguntou o meu pai depois de dar um gole em seu café.

- Eu não quero mais voltar para aquela casa, mas aqui é bem distante da universidade, eu não sei o que fazer – digo observando o meu pai.

- O que foi? Tem algo no meu cabelo? Porque você está olhando tanto para mim? – pergunta ele confuso.

- É que você está bem vestido e mais bonito que antes, você está namorando? – pergunto curiosa e ele ri.

- Não, não estou namorando, eu ainda estou apaixonado pela sua mãe, mas não vou me descuidar ou andar triste por aí só porque ela está com outro cara. – fala ele.

Havia me esquecido que o meu pai é a pessoa mais incrível que eu conheço, ele apesar de ter passado por um processo de divorcio que o deixou sem nada, ele conseguiu encontrar um emprego e não procurou a minha mãe nem sequer uma vez. Sempre que eu vinha o visitar eu sempre o encontrava trabalhando, talvez ele faça isso para se distrair ou talvez para afastar as mulheres, já que ele uma vez me disse que não pretende se casar com outra mulher. Ele é bastante persistente, mas de uma maneira diferente. Outras pessoas podem dizer que ele está sendo um idiota, mas eu penso diferente, eu admiro muito o jeito dele de fazer as coisas, pena que eu não herdei isso dele, eu so fico estragando as coisas o tempo todo.

- Pai... me ajude, o que eu faço agora? Devo mesmo desistir dele? – pergunto.

- Filha... eu posso te ajudar, mas eu não garanto que você conseguirá conquistar ele – falou ele.

- Então, o que eu devo fazer? – pergunto entusiasmada.

Ele respirou fundo e disse:

- Primeiro você deve mostrar para ele que você não sente mais nada romanticamente por ele!

(Dia seguinte)

Depois de dar uma vista de olhos em todos os cómodos do apartamento, voltei para a sala onde se encontrava o meu pai e o Corrector de imóveis.

- Então, você gostou? – perguntou o meu Pai.

- Sim, mas isso deve estar bastante caro, eu posso alugar um quartin...

- Não, eu sou o seu Pai e quero te ajudar, e não é tão caro assim, eu gosto das melhores coisas a preços acessíveis, garanto que este é bem barato – falou ele olhando para o relógio.

- Então eu aceito! Vocês podem ir, não quero que você se atrase no emprego, eu também tenho que ir a faculdade.

- Então você pode se mudar para cá ainda hoje, o resto eu vou tratar com o seu pai – falou o corrector de imóveis.

- Está bem! – disse e me despedi deles.

(Minutos depois)

Realmente o apartamento é bem perto da universidade, pelo menos eu não vou precisar andar de ónibus.

Paro de andar quando vejo a minha mãe na entrada da universidade e ela vem em minha direcção quando nota a minha presença.

- Filha, onde você esteve? Eu fiquei preocupada – falou ela me abraçando.

- Estava em casa do meu pai – falei a afastando.

- O que aconteceu? Porque você fugiu de casa?

- Eu disse muito bem que eu moraria com o meu pai caso aquele homem voltasse a se aproximar de mim e você permitiu que ele fizesse isso! Porque você deu as chaves de casa para ele mãe? Ele tentou ... - paro imediatamente.

- Ele o quê?

Não importa o que eu diga contra aquele homem, ela não vai acreditar, ela consegui jogar a culpa toda em mim para a policia... ela está enfeitiçada por aquele idiota.

- Nada, eu tenho que entrar, não posso chegar atrasada – digo me dirigindo a entrada.

- Você está morando com o seu pai agora? – perguntou ela .

- Não, estou morando em um apartamento, mas não vou dizer onde é, espero que você entenda o porquê...

(Horas depois)

"Você viu a revista de ontem? O Lucas está noivo"

"Como assim? Ele tinha namorada?"

"Sim! Ela é filha de uma família muito rica, com certeza estão se casando por dinheiro, ricos só se casam com ricos"

"Então a Natacha era mesmo uma peguete do Lucas? Ela é mesmo deplorável há! Há! Há!"

- "Meninas aprendam nem tudo é recalque as vezes você é feia mesmo" por Lara Luz, as frases do pensador são tão engraçadas... ops! Falei em voz alta! – peguei nas minhas coisas e saí correndo antes que aquelas garotas pudessem fazer algo.

Continuei correndo e somente parei quando era para descer as escadas, mas o meu dia estava lindo demais para que eu fosse para casa sem sequelas.

Encontro o Lucas e o Marcel subindo as escadas e param quando notam a minha presença.

-Oi garotos! – estou parecendo uma daquelas patricinhas... dia por favor acaba logo!

- Oi! – falaram em uníssono, o Lucas continuou a subir e o Marcel ficou parado.

Senti o meu coração acelerando a cada degrau que o Lucas dava, mas eu tinha que ficar firme, então mostrei o meu sorriso automático que me fazia parecer que estava tento dor de estômago, eu tenho que treinar mais isso.

Quando ele estava bem perto eu comecei a apreciar a beleza incrível do Marcel, as roupas pretas que ele havia colocado o deixavam com um ar de Badboy, os garotos que eu mais gosto nos K-dramas e nas Weebtons, simplesmente lindos e atraentes.

Quando ele finalmente saiu de vista soltei o ar que nem sabia que estava prendendo, nunca achei que passaria por isso, eu acho que julguei as personagens dos livros de romance, isso é horrível!

Volto a raciocinar quando vejo o Marcel em minha frente.

- Marcel... eu estou apressada. – digo tentando sair dali, mas ele bloqueia o meu caminho.

- Naty, podemos conversar? Por favor!

(Minutos depois)

- Então... o que você queria me falar? – pergunto dando um gole do suco que estava em minha mão.

- Eu queria me desculpar por não ter te contado sobre a razão do jantar... eu pensei mais em mim, queria provar para a minha mãe que não precisava da ajuda dela para arranjar uma noiva... - disse ele olhando para o lado.

- Não vou aceitar um pedido de desculpas se você não olhar nos meus olhos – digo cruzando os braços.

- Sério?

- Se você não quiser eu vou embora – digo me levantando.

- Espera! Esta bem... Natacha Barbosa, eu peço desculpas por ter sido um idiota, prometo que não vou fazer mais o que fiz – disse ele olhando em meus olhos e senti uma pontada no coração.

- Esta bem, esta bem, mas ainda quero que você faça algo por mim, depois disso você somente estará me devendo uma, espero que você se lembra que me deve dois favores, uma pela sua babaquice e o favor que você me deve por ter ido ao jantar – digo desviando o olhar colocando a mão em minha bochecha para esconder a vermelhidão que estava presente em meu rosto.

- Está bem, o que você quer que eu faça? – perguntou ele ainda com os olhos em mim.

- Eu quero que você seja o meu namorado por um mês, mas não namorada de fingimento, eu quero que seja de verdade!

The Ordinary GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora