Dei voltas de um lado para o outro para tentar me acalmar, mas toda minha calma ia embora quando olhava para o tempo.
Ele não está chegando... será que ele desistiu? Ou talvez algo aconteceu com ele?
Meu coração começa a bater freneticamente quando escuto a campainha sendo tocada. Vou imediatamente abrir a porta.
- Você veio – digo com um sorriso no rosto.
- Me desculpe, acabei tendo alguns problemas com a policia. – disse ele entrando.
O cheiro suave do perfume dele havia desaparecido e eu só conseguia sentir cheiro de álcool.
- Você dirigiu bêbado? – perguntei.
- Vou ter que ouvir o seu sermão também? – falou ele se jogando no sofá – ainda bem que você saiu daquela casa, eu também queria poder fazer o que eu quisesse.
Ele não pode fazer o que quer? Então ele pode estar sendo obrigado a se casar, talvez a mãe dele esteja o obrigando a fazer isso somente pelos negócios já que ela é pior que a mãe do Macel, não duvidaria nada, já vi isso muitas vezes nas novelas.
- Não, eu só estava preocupada com você, e porque você falou que não pode fazer o que quer? Você está sendo obrigado a fazer algo que não quer?
- Sim, estou sendo obrigado a ter que engolir a sua história de namoro, espero que seja verdade porque não vou desistir do meu casamento, eu amo a Carol – falou ele tirando as sapatilhas que estava usando.
- Não seja bobo, eu gosto do Marcel e ele disse que gosta de mim também – falei cruzando os braços.
- Vocês já fizeram sexo? – perguntou ele olhando para mim.
- Isso não é da sua conta! A nossa vida amorosa não é da sua conta!
- Não fizeram, prepare-se porque ele vai te exigir isso, é melhor você desistir do que você está tentando antes que seja tarde. – falou ele.
- E se eu quiser? Eu sou solteira, posso fazer o que eu quiser – falo desviando o olhar dele.
- Você quer mesmo? – disse ele se levantando e vindo em minha direcção – você acha que está no controle com o Marcel? Eu conheço muito bem ele, e ele não vai te ajudar de graça.
- Eu sei cuidar de mim mesma e faço o que eu quiser fazer, não preciso procurar a sua aprovação para namorar como Marcel!
Qual é o problema dele? Ele fica dando uma de desentendido e depois fica dando uma de ciumento.
- Você ama a Carol de verdade? – pergunto quando ele para a um passo de distancia de mim.
- Sim, porquê? Você não acredita?
- Não sei... eu tenho a impressão de que você gosta dela, mas algo na está certo, você não está sendo obrigado a se casar? Você é muito jovem e você disse que a sua mãe...
- Naty você está se ouvindo? Sério mesmo? Obrigado a casar?
- Eu acabei ouvindo de alguém que a Carol estava grávida de alguém e...
- Não acredito que você andou invadindo a privacidade da Carol! Qual é o seu problema? Quantas vezes você quer que eu e diga que "nós" nunca vai acontecer? Tenha um pouco de respeito próprio! – vociferou.
- Eu não invadi a privacidade de ninguém! Uma pessoa me disse isso sem que eu quisesse ouvir, eu não procurei isso! Você pode não acreditar em mim, mas isso não importa, eu sei, eu já ouvi! Eu estou cansada de ficar ouvindo a mesma coisa, eu sei que você não quer nada comigo, sei que você só sentiu pena no dia do beijo... eu sei que você só sentiu pena da "garota que não tinha amigos nenhuns", eu sei, eu sei, então por favor PARE de repetir isso! – a raiva que sentia era tão grande, mas a dor era maior que não consegui segurar as minhas lágrimas.
Lucas se aproximou e tentou me acalmar colocando as mãos em meus ombros, mas eu o afastei imediatamente.
- Não preciso da sua pena – olhei fixamente em seus olhos – eu prometo que nunca mais vou me meter na sua vida, nunca mais!
(Dia seguinte)
Acordo sentindo uma dor de cabeça muito forte. Abro os olhos e vejo uma garrafa de vinho vazia no criado mundo. Tento me lembrar do que aconteceu, mas a minha cabeça só doía mais.
Tento me levantar da cama, mas sinto algo me prendendo, quando olho para baixo, vejo o braço de alguém em volta da minha cintura. Viro o meu corpo para ter a certeza de quem era. Os cabelos pretos dele estavam cobrindo o rosto dele, pensei em deixa-lo dormir, mas a minha vontade de saber o que havia se passado era maior, então balancei o corpo dele e ele abriu os olhos.
- Você acordou? – falou ficando sentado na cama.
- O que aconteceu aqui? Porque você está aqui? Pelo que eu me lembro, eu mandei você embora do meu apartamento. – falei cruzando os braços.
- Você pegou uma garrafa de vinho antes disso, eu não podia deixar você bêbada por aí, eu sei que você odeia bebida alcoólica, se você estava com planos de beber, não sei mais que loucura você poderia fazer – falou ele passando uma das mãos em seu cabelo e bocejou.
- Eu sei cuidar de mim mesma – falei saindo da cama.
- Como você fez ontem quando começou a quebrar tudo, quando bebeu a garrafa toda de vinho e queria sair do apartamento pelada?
Olhei rapidamente para a minha roupa e me apercebi que não era a mesma que eu usava ontem de noite e senti o meu rosto aquecer.
- Não se preocupe, eu não vi nada e você mesma vestiu essa roupa – falou ele.
Eu achei que não tinha como ficar pior, mas eu me enganei, isso está uma desgraça, eu sou tão patética.
- E porque você dormiu aqui? – perguntei olhando para os meus pés para esconder a minha vergonha.
- Você pediu que eu dormisse com você, mas é claro que eu não fiz isso, você estava fora de si, eu não toquei em você – falou ele levantando as mãos.
Salto de susto quando escuto a campainha sendo tocada. Vou para ver que era e quando passo da sala vejo coisas quebradas no chão e tento ignora-las para evitar sentir a dor.
O Papai vai acabar comigo.
Sigo até a porta e quando abro me deparo com o Marcel.
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The Ordinary Girl
RomanceNatacha Barbosa era uma garota normal como qualquer uma, mas os seus dias normais se foram embora quando ela começou a se tornar desapercebida para as pessoas, mas tudo munda quando Lucas é transferido para a Universidade em que ela estuda. Lucas...