Capítulo 9

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- Irmã? Como assim? – o que está acontecendo aqui?

- Eu achei que ele tivesse te contado já que vocês andam muito próximos ultimamente – falou se virando para mim para que os nossos olhos se encontrassem – Naty, eu...

- Vocês já chegaram! – escuto a voz de uma mulher.

Quando procuro ver a quem pertencia, me deparo com uma mulher que parecia ter uns trinta anos de idade, ela se vestia de maneira bem elegante, tinha um vestido azul bem sofisticado, longo o suficiente para que eu não pudesse ver os sapatos, os cabelos loiros e o rosto familiar me faziam lembrar o Marcel. Ela deve ser a mãe dele, porque no quadro só estavam o Marcel, a Carol, essa Senhora e um homem, mas ela parece ser jovem demais para ser mãe deles.

- Oi tia Verónica! – falou o Lucas.

- Escutar você me chamando de tia me faz parecer mais velha do que eu realmente sou, eu não tenho nem quarenta anos ainda – falou ela o abraçando – então essa garota linda deve ser a Natacha não é?

- Sim, sim sou a Natacha, prazer em conhece-la... Senhora Verónica – falei tentando olhar para o rosto dela, mas algo me fazia abaixar os olhos, me sentia deslocada daquele lugar.

- Por favor, me chame de Verónica – falou se aproximando e pegando o meu ombro.

Tentei parecer confortável, mas aquela situação não me deixava. O que ela vai achar de mim se souber que não sou namorada dele de verdade?

- Está bem, Verónica.

- Vamos entrar, já estão todos aqui – disse ela indo.

Eu segui os dois até a porta enorme que estava no fim do corredor, quando a Verónica abriu a porta vi o Marcel conversando com a Carol. E quando se aperceberam da nossa presença a Carol veio em direcção ao Lucas e o levou para outro lugar, ela parecia nervosa.

- Oi Naty, você está linda! – falou o Marcel se aproximando.

- Vou deixar vocês a sós, tenho que fazer algo – falou a Verónica saindo do local.

- Você disse que era um jantar e não uma festa! Olha essas todas pessoas aqui! Eu não me sinto confortável com isso, porque você não me disse a verdade Marcel?

- Eu, eu queria, mas tinha medo que você recusasse, não tinha escolha e me perdoe por não ter te contado toda a verdade. Você já descobriu que a Carol é minha irmã gemia nem?

- Sim, o que está acontecendo aqui? Eu achei que fosse ser um simples jantar, mas parece que está para acontecer algo importante – olhei para o Marcel esperando uma resposta, mas ele ficou em silencio.

Porque ele não quer dizer o que está acontecendo aqui? Será quem tem haver com o facto da Carol estar nervosa?

- Marcel, eu não me sinto confortável mentindo para a sua mãe, eu não consigo nem olhar para ela de tanta vergonha que sinto. – eu não deveria estar aqui.

- Me perdoe por te fazer passar por isso, será a primeira e a ultima vez, depois desse jantar vou inventar algo e vou dizer para ela que nos terminamos, mas eu preciso que você aja naturalmente, não quero que se incomode quando eu te tocar ou quando for necessário, te beijar. – falou olhando para mim.

Não ficar incomodada? Me beijar, o que ele acha que sou? Eu tenho sentimentos seu idiota!

- Isso é impossível, você sabe bem disso Marcel! – sussuro.

- Vamos Naty, a minha mãe vai começar o discurso para podermos iniciar o jantar – falou o Marcel me levando para o centro da enorme sala que estava mais para um salão.

Várias pessoas começaram a se aproximar também. Olhei em redor a procura do Lucas, mas não consegui.

- Boa noite a todos que estão presentes aqui! – começou a mãe do Marcel – eu estou muito contente que vocês estejam aqui para poder comemorar o inicio da relação não económica, mas familiar entre as famílias Banner e Soares.

Todos começaram a bater palmas e o Lucas e a Carol foram em direcção a Mãe do Marcel. Aquilo me deixou nervosa, mas eu não queria deixar as minhas paranóias tomarem conta de mim, definitivamente não está acontecendo o que estou imaginando.

- Obrigado a todos! Estou tão feliz que todos estejam aqui presentes para comemorar o nosso noivado! – falou a Carol com um enorme sorriso que me deixou enjoada.

Não prestei mais atenção no que estava a ser dito e saí rapidamente dali, mas o Marcel me seguiu e segurou o meu braço.

- Naty, espere! – falou ele.

- Esperar o quê? Você realmente me chamou para aqui para isso? Eu achei que nos fossemos amigos, mas estou vendo que eu não passo de uma brinquedinho para vocês!

Puxei o meu braço com força e saí correndo, mas o Marcel me alcançou quando estava fora da casa.

- Naty... me perdoe, eu não fiz isso para te machucar, eu nem sequer sabia sobre vocês quando pedi para que você viesse – falou ele ficando em minha frente.

- Mas você acabou sabendo e não me disse nada!

- Natacha por favor!

- Marcel me deixe em paz! – gritei – e se você voltar a me seguir eu nunca mais falo com você!

The Ordinary GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora