➸ Eu estou vivo •36•

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P ª r k

Me largaram no meio da rua. Não tinha forças para rastejar direito mas mesmo assim o fiz. Me forcei a levantar e correr, pretendia correr até a casa de Taehyung. Porém, ao passar em frente a sua empresa, percebi que a luz de seu escritório estava acesa.

— T-Taehyung? — Disse com dificuldade.

Segui para dentro do prédio e subi as escadas, não procurei água, muito menos comida, queria saber de Kim Taehyung. Quando estava chegando na escada do terceiro andar, um grande estrondo estremeceu todo o solo, tive de me segurar para não rolar escada abaixo.

— Taehyung? — Corri para abrir a porta e quando o fiz a fumaça veio diretamente em meu rosto me fazendo tossir — Tae!

Corri em direção ao fogo e adentrei o escritório em chamas; Taehyung não estava lá. Diversos papéis estavam queimando.

— Tae onde você está? — Gritei.

Saí do cômodo a tempo de ouvir a porta do elevador fechar, corri na direção da mesma mas não cheguei a tempo, o elevador havia fechado. Minhas tosses ficavam cada vez mais frequentes, então voltei para a escada. O elevador havia parado no último andar, o 15. Subi correndo sem me importar com o ar que me faltava. Abri a porta e o ar fresco adentrou minhas narinas me ajudando a respirar. No fundo do terraço estava Tae, de costas, encarando o chão que estava tão longe e ao mesmo tempo tão próximo.

— Você não pode fazer isso! — Disse com lágrimas nos olhos.

Me aproximei cada vez mais do mesmo que estava na ponta do edifício.

— Tae por favor, você não pode me deixar aqui — Os soluços entre as frases ficavam cada vez mais altos.

Então ele se virou para mim e sorriu enquanto me encarava, eu fiquei ali, encarando ele, até que ele falou.

— Jimin-ah, eu te amo — Ele disse pendendo para trás e abrindo os braços.

Corri em sua direção e segurei seu braço com todas as minhas forças.

— Você não pode ir — Gritei sendo reforçado pelas lágrimas — Você não pode me deixar!

— Eu já entreguei a empresa, era tudo que eu tinha Jimin, essa foi minha carta de suicídio.

— Então deixe eu queimar essa carta junto com todas as suas dores — Seu braço escorregava das minhas mãos.

— Jimin! Taehyung! — Aileen disse entre tosses e correu até nós segurando o braço de Taehyung junto a mim — Seu idiota, o que pensa que está fazendo?

Ele começou a chorar, soluçando. Eu e Leen puxamos ele diretamente para um abraço, ele chorou até perder o ar.

O prédio em chamas, as lembranças sendo apagadas pouco a pouco, um vínculo de mãe e filho sendo queimado por minha culpa. Abracei o maior derramando lágrimas culpadas que se misturaram com as suas, Aileen também chorava, de preocupação.

Os bombeiros chegaram tão rapido quanto as batidas do meu coração. Tudo havia acabado, tudo.

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A enfermeira adentrou o cômodo trocando o saquinho de soro por outro, já era o segundo. Ao meu lado, Tae encarava a parede sem expressar um sentimento sequer, era preocupante.

Depois de sermos resgatados do prédio em chamas, nos trouxeram ao hospital para um exame prático na intenção de checar se estávamos realmente bem. Recomendaram o soro pois perceberam que a minha desidratação era preocupante, para Tae apenas porque a fumaça poderia ter alguma má consequência.

My Suicidal Letter ✞ 𝓟𝓳𝓶 + 𝓚𝓽𝓱Onde histórias criam vida. Descubra agora