EXTRA - DEMÔNIO RUIVO

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Ele olhava com desprezo para mulher à sua frente, ainda não acreditava que tinha sido enganado por alguém como ela.

Sem toda a maquiagem e as roupas de luxo, Rasa conseguia ver a prostituta barata do Kabukicho. Sentia nojo, só de lembrar que havia a tocado.

Era inadmissível que isso tivesse acontecido com ele. Tinha solicitado uma acompanhante de luxo, não uma mulher do nível daquela.

Os seguranças o olhava esperando alguma ordem sua de afastar a mulher dali, afinal já atraia olhares das pessoas no restaurante.

- Sente. – Falou indicando a cadeira a sua frente. - Porque agora? – Perguntou depois que ela havia sentado.

- Eu tentei entrar em contato antes, mas não obtive sucesso. Sabaku No Rasa não costuma ter tempo para prostitutas de bordéis baratos. – Se surpreendeu ao ver que a mulher, mesmo naquela situação, tinha uma postura arrogante.

- Você tomou o remédio. – Falou sério.

- Não, eu escondi embaixo da língua e depois cuspi.

Rasa cerrou os punhos.

Após perceber que a camisinha tinha estourado tinha providenciado uma daquelas pílulas do dia seguinte e acreditava que a mulher havia engolido. Tinha sido um idiota por não ter exigido que ela lhe mostrasse que realmente tinha tomado o comprimido.

- Nos vimos mais uma vez depois daquele incidente, você já sabia?

- Sim.

- E mesmo assim não mencionou nada.

- Eu não era burra Sabaku, acha que não sabia que se dissesse naquele momento que estava grávida você iria me obrigar a ir a uma clínica e fazer um aborto?

Ele permaneceu calado. Tinha que reconhecer a esperteza da mulher.

- Você sabe que se isso for mentira você vai se arrepender, não é?

Ela não o respondeu, abriu a bolsa e pegou uma fotografia que estava dentro e o entregou.

- Não me tenha como idiota, o garoto é a sua cara, mas obviamente faço o teste quando você quiser.

Rasa olhou para criança na foto. Não parecia maltratado, mas com certeza era pequeno e magro demais para sua idade. O cabelo e as sardas espalhadas pelo rosto não negava o sangue Sabaku, porém os olhos verde agua eram iguais aos da mulher à sua frente.

- Presumo que esteja atrás de dinheiro.

- Pela quantia certa ninguém nunca precisará saber que você é o pai. – Foi direto ao ponto, não tinha tempo a perder. Precisava agarrar a oportunidade que tinha de pôr seu plano de tantos anos em prática.

Tinha conhecido Rasa por intermédio de uma colega de profissão, que havia pedido para que ela a substituísse em um programa. Já tinha feito isso antes, com maquiagem e a roupa certa nenhum cliente nunca suspeitou que ela fosse uma prostituta simples de um dos bairros mais violentos de Tóquio. Afinal, era tão bonita, ou mais que as acompanhantes de luxos que trabalhavam para os grandes empresários do Japão.

Sentiu que sua sorte mudaria ao perceber que a camisinha tinha estourado e não pensou duas vezes antes de fingir que havia tomado o remédio que Rasa havia oferecido. Tinha esperado cinco longos anos por aquela oportunidade, e finalmente conseguiria o que sonhara.

- Pelo contrário. – Ouviu o ruivo falar. – Pela quantia certa espero que ninguém precise saber que ele é seu filho.

- Você quer a criança? – Perguntou surpresa entendendo aonde ele queria chegar.

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