Merda merda merda
Meu nome é S/N, e eu acabei de matar meu pai.
Não é tão assustador quanto devem pensar. Vou explicar do início e verão que motivos não me faltam para fazer oque fiz.
Quando nasci, ninguém estava me esperando, os médicos disseram que eu não sobreviveria 2 horas fora do útero de minha mãe, (mas aqui estou eu seus idiotas, com 14 anos nas costas e muita, muita saúde e disposição). Resumindo a parte chata: meu pai não permitiu que falassem a ninguém sobre minha existência na esperança de eu morrer a qualquer momento, ninguém me comprou rouoas, não decoraram um quarto só para mim ou me fizeram um berço. Minha mãe ficou arrasada quando achou que eu não sobreviveria, mas quis me ter mesmo assim, para poder me segurar no colo pelo pouco tempo que tínhamos. Minha mãe é minha heroína. Ou era.
Meu pai, como perceberam, me odiou dês da primeira batida do meu coração até seu último suspiro. Eu nunca soube o por que, mas eu não via problemas, porque oque meu pai tinha de ignorância, minha mãe tinha de carinho, amor, ela era boa. Boa demais para meu pai. Esse meu pensamento foi comprovado quando o ví chegando em casa bêbado depois de passar um dia inteiro fora, ele cheirava mal, tinha olheiras profundas e escuras e mal conseguia ficar de pé. Minha mãe tentou ajudá-lo. Grande erro. Devia ter deixado ele cair de cara do fogão ligado e vê-lo queimando, mas como disse, minha mãe é boa. Boa demais.
Quando ela tentou ajudar meu pai, o mesmo levou uma das mãos para trás para ganhar impulso e com a outra agarrava seu braço.
Meu pai bateu na minha mãe durante a hora seguinte. Minha mãe não gritou. Não abriu a boca. Mas lágrimas caiam de seus olhos vermelhos e inchados. Eu estava paralisada e fraca, não sabia oque fazer e isso me angustiava. Mas meu corpo sabia. Sem pensar vou até o telefone e começo a discar os números e chamar a polícia, até que sinto uma dor latejante do lado direito do rosto e vejo aquele monstro arrancar o telefone da parede. Acabou. Eu não tinha mais esperanças. Meu pai me deu vários chutes na barriga, eu soube que algo havia acontecido por causa da dor, mas se eu estava viva podia ajudar minha mãe, nem que fosse destraindo aquele covarde até ela poder fugir, mas ela não fugia.
Minha mãe subia as escadas até o quarto de casal, ouvi o guarda roupas rangendo enquanto recebia mais chutes e chingamentos horríveis de meu próprio pai. Mas infelizmente ele também escutou. Cuspiu em meu rosto, me chamou de inútil e correu escada acima. Eu não comseguia me levantar. Meu celular estava na bancada ao meu lado, mas eu não alcançava. Meu mundo caiu quando ouvi dois tiros.
Quando meu pai novamente desce as escadas eu já somei dois mais dois e percebi o que ele tinha feito. Meu ódio por aquele homem se juntou com a tristeza de ter perdido minha mãe "isso é culpa sua" o covarde repetia. "Você fez isso com ela". Ele continuou me atormentando até obter uma resposta "não", eu sussurrei. "O que você disse sua criança inútil?" "NÃO" eu gritei.
O que me fez levantar do chão provavelmente foi o ódio que nutri por meu pai por 14 anos. Quando estava de pé, ele começou a avançar até me olhar com confusão, depois terror e medo, eu não entendi o porquê, até seguir seu olhar e ver todas as facas da casa apontadas para aquele monstro. Um sorriso maligno surje em meus lábios, de algum jeito eu estava fazendo aquilo, e não podia parar.
Quando imagino as facas voando em sua direção e prendendo-o na parede, a imagem se concretiza e o monstro covarde vira um cachorrinhos assustado. Pego uma das facas e começo a me divertir um pouco.
-Eu quero que você repita exatamente o que disse para mim enquanto eu estava deitada indefesa no chão e você me chutando.
-E...eu...
-E...eu...- digo imitando seus soluços e rindo cínica depois.-O que foi que você fez com a mamãe?
-Atirei nela.- confessa, talvez na esperança de eu lhe oferecer alguma misericórdia.
-COVARDE- grito cravando a faca em uma de suas coxas. Seu urro de dor seria audível aos vizinhos se não morássemos no meio do nada. -Pare de choramingar. Você nunca a mereceu. Você não tinha o direito de pôr as mãos nela. Você é um lixo. Um insignificante e imundo pedaço de lixo.- Vejo lágrimas em seus olhos e começo a rir. Seu desespero é evidente e sua dor quase chega a dar pena. Quase.
-Por favor...- ele implora pela vida, ou por uma morte mais rápida, não sei ao certo.
-shiu...- faço sinal de silêncio para ele, eu estava pensando, não podia simplesmente matá-lo e tentar fugir. Não dá, uma hora alguém me encontraria e eu iria direto para um orfanato. Nessa hora, com todo o meu desespero, uma espécie de fenda se abre bem ao lado da porta de casa, como se fossem minhas duas escolhas: o mundo real, ou o deconhecido. Quando olho novamente para meu pai ele estava tentando tirar a faca de sua perna.
-Não, não, não. Você já não acha que fez m3rda o suficiente na sua vidinha inútil não? Tente não ser covarde uma vez na vida.- Mas ele não parou de tentar, então, ainda sem perceber tirei uma das facas da parede sem ao menos encostar nela e acabei com a vida de meu pai.
Já tinha tomado minha decisão. Vou ao meu quarto no porão, junto minhas poucas coisas e algumas eoupas de minha mãe. Procuro onde meu pai guarda dinheiro e quando vejo a quantidade de notas lá desejo voltar no tempo e torturá-lo ainda mais por ter tanto dinheiro e deixar eu e minha mãe com tantas dificuldades. Quando estou pronta para sair dou uma última olhada em minha falecida mãe, o mostro que ainda está preso na parede, no carpete manchado de sangue, na vista das árvores que foram minhas únicas amigas em todos esses 14 anos. Uma batida na porta me desperta do meu transe.
Merda merda merda.
Desço as escadas correndo e entro na fenda desconhecida. Era isso ou o mundo cruel que eu nunca ví, mas sei que estaria perdida se fosse por essa opção.
A fenda se fecha logo atrás de mim assim que entro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
I Think I'm In Love...
Fanfiction🚫🚫🚫hot né moreh🚫🚫🚫 Essa é uma fanfic baseada em "The umbrella academy", sobre sua história (não tão romântica assim) com Five. Sem muitos detalhes para deixar vocês curiosos (se é que alguém vai realmente ler essa fic).