I Think I'm In Love...

Capítulo 20

Começamos a andar pela avenida, sem trocarmos palavra. Luther estava semore atento, já Pâmela parecia muito a vontade conosco.

-Só faltam alguns quarteirões...- Pâmela parecia meio sem graça- Desculpa, Luther, você não pode seguir com a gente.

Luther começa a discordar, acho que mais por medo de o que Five vai fazer se descobrir que ele me deixou sozinha do que preocupação comigo.

-Está tudo bem, Luther, eu me cuido. Vou olhar com o pessoal onde estão.

Ligo para Five. Discando... chamando... chamando... caixa postal.

Mas o que...?

Resolvo ligar para mais alguém antes de tirar qualquer conclusão precipitada. Vanya. Discando... chamando...

-Alô?
-Oi, Vanya, me manda a localização de vocês por favor, Luther tem que ir...
-Claro, S/N. Ser a que você pode vir também?
-Por quê? Estão com problemas?
-Mais ou menos...
-Estou indo.

Okay, eu estou morrendo de preocupação. Abro a mensagem de Vanya assim que meu celular vibra.

-Pâmela, vem com a gente, depois vamospara sabe-se lá aonde.

Começo a correr enquanto sigo as orientações da localização, Luther praticamente anda calmamente, já que suas pernas são quase o dobro das minhas, Pâmela colocou a máscara novamente e está nos seguindo sem questionar. Chegamos. Entro no hotel e vou direto em direção à recepcionista.

-Five, Allison, Klaus, Diego ou Vanya Hergraaves. De preferência todos.-A recepcionista vira sua cadeira revelando seu rosto...- Vadia desgraça filha da puta. O QUE VOCÊ FEZ COM O FIVE?

-Isso é jeito de tratar a recepcionista, S/N?- Aquela cadela que fingiu ser a aniversariante está na minha frente. É tão fácil matá-la... Five já explicou a história toda da festa pra seus irmãos, olho para Luther em busca de confirmação, ele faz que não com a cabeça, olho para Pâmela, em busca de socorro ao meu desespero, ela assente. Foda-se.

Agarro ela pelo pescoço com minha telecinésia e a ergo da cadeira. Sua pele clara vai para o vermelho em questão de segundos. Aperto. Ela esperneia e luta pela vida. Pobrezinha... Luther grita meu nome algumas vezes na tentativa de me impedir, mas eu não o escuto. No momento as únicas coisas que eu ouço são os saltos da menina com o nome "Beatriz-Trix" escrito no crachá caindo no chão. Ouço seus engasgos desesperados por ar.

-Trix? Sério? Sabe oque dizem... nome de prostituta.- Sinto o sorriso em meu rosto crescendo enquanto ela perde o ar e as forças.- Não devia ter tentado mecher com os sentimentos dele...- Agora quem sorri é ela. Por que ela está sorrindo?- Por que está sorrindo sua merdinha?- Ah, é mesmo, ela não consegue falar. Solto um pouco, permitindo-a respirar e falar.

-interessante escolha de palavras. "Tentei". Você acha que eu só "tentei" fazer o garoto que me chamou de amor da vida dele se apaixonar.

Chega. Volto a enforcá-la e quando vejo que ela está prestes a desistir da própria vida eu quebro seu pescoço. Uma praga a menos no mundo. O próximo é Louis. Chego pertoda garota e me certifico que ela é feita de carne e ossos.

Ligo para Vanya novamente.

-Oi, S/N. Já está perto?
-Em que quarto vocês estão?
-Pode subir direto até o terceiro andar, temos 3 quartos reservados por que só cabe três em cada quarto. Mas estamos no número 13.

Enquanto Vanya passa as instruções eu subo os degraus correndo. Faço um sinal para que Pâmela cuide do corpo da garota pra mim e a agradeço num sussurro quando ela assente.

Quando chego ao quarto número 13 bato na porta com força repetidas vezes até alguém abrir.

-Ah, S/N. Oi...- Allison bloqueia a entrada. Tem alguma coisa errada.- Respira fundo tá. Se tem alguém que pode concertar isso é você.

Ela me deixa passar e eu entro relutante, então todos sentados no chão de frente para a TV, não vejo nada de errado, olho para Allison tentando entender o que aconteceu. Ela suspira.

-Ei, Five, olha quem está aqui. - Five pula, animado.

-É a Trix? Eu disse a vocês que ela viria me ver. Trix?- Ele passa direto por mim e vai para o corredor procurando-a.- Que merda, Allison. É só a S/N.

Ai...

-A Trix não vem, Five.- Eu digo.

-Falou com ela? Aposto que viu ela na recepção. Ela perguntou de mim?- Ele estava tão animado... Uma facada de Diego doeria menos.

-Falei... ela teve que sair...

Eu fiquei devastada, como isso aconteceu? Mas que merda. Bem quando estávamos nos dando tão bem...

-Five...

-Que é, S/N?- Ele está mais desanimado agora.

-Eu quero que você esqueça a Trix.

-Já tentamos isso, S/N. Não deu certo, parece que aconteceu alguma coisa com ela...- Allison sussurra em meu ouvido.

A, que ótimo, eu estraguei tudo. E ela sabia que isso ia acontecer. Garota doente, se suicidou pra me atrapalhar mais?!

Eu estou sem reação. Sem chão. Eu olhava para Five chocada. Ele esqueceu de mim, isso é óbvio. Será que esqueceu tudo que passamos?

-Tenho que ir.

Saio correndo escada a baixo, passo pela recepção também correndo, Pâmela estava lá me esperando mas quando viu meu estado ela se apoiou no balcão e me deixou ir. Saio correndo pela rua escura e vazia, ninguém está aqui para me atrapalhar então posso correr o quanto quiser. Continuo correndo até tropeçar numa rachadura no asfalto e estão eu desabo. Começo a chorar descontroladamente. Por que comigo? Eu sabia que não devia me apaixonar, nao sabia? Por que não escutei a mim mesma? Por que não quis enchergar o óbvio?

Fico ajoelhada no chão por um bom tempo, chorando muito. Quando resolvo voltar para o hotel Pâmela já não está mais lá, em seu lugar há um bilhete.

S/N, fica bem ok, amanhã conversamos. Tem um café a dois quarteirões daqui, te encontro lá de manhã.

Ela é compreensível. Vou para o quarto e quando entro e vejo Five apoiado na janela olhando para a lua eu desabo novamente. Lágrimas deslizam pelo meu rosto sem parar, quando os outros me vêem me olham com pena. Odeio que me olhem assim, então enchugo as lágrimas com a manga da blusa.

-Vanya, me dá a chave do meu quarto. Não estou me sentindo bem.

Ela joga a chave em minha direção e eu a pego, com toda a tristeza transformada em ódio. Five me olha confuso e eu lanço um olhar furioso em sua direção. Ele desvia o olhar.

Vou para o meu quarto, quando abro, vejo a cama de casal virada para a televisão, a porta que vai até o banheiro que fica ao lado do guarda roupas. Fecho a porta atrás de mim.

Dane-se tudo e todos... hora da festa...