Capítulo 5

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Parei para olhar em volta. Estávamos no alto de um amontoado de rochas grandes e pontiagudas, se não tomassemos cuidado poderíamos cair por muitos metros até o chão. Olho para o lado e vejo uma queda d'água. É bem bonito aqui.


-Onde estamos?- pergunto, com a esperança de que Lia soubesse a resposta.

-Não faço ideia.

-Vamos descer e tentar chegar à civilização o mais rápido possível.

Pego duas cordas firmes da mochila que (graças a Deus) Lia me obrigou a trazer e descemos com cuidado até o pé daquele monte de pedras.

Andamos por muito tempo até começarmos a ver alguns prédios altos. Aleluia.

-Vem logo S/N. Temos muita coisa para fazer antes de procurarmos os Umbrella Academy.

Lia tinha razão. Precisávamos nos disfarçar. Mudar p visual numa cidade desconhecida num mundo completamente novo pra mim com minha melhor amiga maluca seria uma experiência interessante.

Quando finalmente chegamos à um shopping, fiquei uns dois minutos encarando o lugar. Era enorme, e tinha tanta gente em todo lugar, todos bem vestidos, rindo. Lia me puxa até o banheiro mais próximo.

-Olha, S/N, não podemos saie por aí deixando nossas armas expostas assim. Vão acabar nos expulsando.

E, de novo, Lia tinha razão. Materializei duas mochilas parecidas com as das meninas que acabaram de entrar em dois boxes, escondemos o essencial nelas. Eram tão pequenas e nada práticas, tivemos que deixar muita coisa para trás. Materializei também muito dinheiro. Era errado, mas era caso de vida ou morte.

Fui arrastada direto para a praça de alimentação. Lia comprou dois hambúrgueres para nós acompanhados de fritas e refri.

-Porra, Lia. Essa é a melhor coisa que já experimentei na vida.- Lia começou a rir da minha fala aparentemente engraçada.

-Qual é, cara, até parece que nunca comeu um hambúrguer antes.

-Eu nunca comi. Meu pai não me deixava sair, a não ser para a escola, nunca pude ir à lanchonete com os amigos na sexta a noite, Lia.

-Mas que merda em.

-Cala a boca e compra mais comida pra nós. Estou morrendo de fome.

-Sim, senhora.

Ela volta com dois milk-shakes e os tomamos em silêncio. Eu retiro oque disse, ISSO é a melhor coisa que já provei na vida.

Depois que saímos da praça de alimentação fomos para um salão de beleza onde várias mulheres uniformizadas estavam sentadas num sofá no canto da sala rindo alto.

-Queremos mudar o cabelo, vadias.

-O... oque ela quer dizer é. Boa tarde, queremos saber se tem como fazer algo diferente nos nossos cabelos.

-Não. Não temos horário.

Quando uma delas diz isso, lia pega seu bolo de dinheiro e faz um bico, para simular tristeza.

-Isso é realmente uma pena...

-Acho que podemos arranjar um horário para as mocinhas sim...

-Nos deixem irreconhecíveis, por gentileza.- Diz, Lia, cínica.

Meu cabelo foi cortado na altura dos ombros, mechas loiras foram espalhadas por todo o meu cabelo e o mesmo foi ondulado. Eu tinha que admitir, eu estava gata demais.

Quando ví lia novamente, seu cabelo estava completamente liso, uma franja tampava suas sobrancelhas e mechas vermelhas estavam espalhadas por seus cabelos negros.

Satisfeitas, pagamos e vamos embora.

Depois disso, tomamos um banho de loja, comprando inúmeras roupas e sapatos e acessórios. Quando saí do shopping, eu estava com uma calça longa com estampa camuflada e um cropet preto que mostrava um pedaço da minha barriga, a mochila que eu tinha materializado combinou com as botas de couro pretas que comprei. Comprei algumas maquiagens também. Eu estava sinceramente assustadora e irreconhecível. Perfeito.

Lia vestiu um blusão, tênis de marca, uma calça larga e mudou sua mochila para combinar. Só faltou o anel de côco.

Demos sinal para o primeiro táxi que apareceu e ele parou, revelando uma senhora sorridente de uns 40 anos.

-Onde estamos, moça?pergunto

-Toronto, ué. Estão perdidas meninas?

-Não. Leva a gente para a mansão Hargreeves. Agora.- responde Lia, seca.- PUTA MERDA. Para o carro.- Lia grita, assustando a mim e à motorista.- Não saiam daqui.

Ambas obedecemos, lia pega o restante do dinheiro e sai correndo para o shopping. Minutos depois ela volta com duas sacolas pequenas, entra no carro e me entrega uma delas.

-Já coloquei chip e configurei tudo pra você. Meu número já está nele. Não quebra.- Abro a sacola e a caiza que contia dentro dela e vejo um celular novo, ele é bem grande e parece ser muito bom, está com película de vidro e a capinha combina com a de Lia.

-Obrigada, Lia.

-VAMOS PARA A ACADEMIA, CARALHO!- Lia grita com a cabeça pra fora da janela.

I Think I'm In Love...Onde histórias criam vida. Descubra agora