Capítulo 13

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Five e eu descemos até a cozinha e quando passamos pela sala todos estão lá, imundos e nos olhando. Diego olhava desconfiado, Allison e Klaus nos fitavam com olhares que diziam "😏😏😏", Luther estava um pouco desconfortável e fingia limpar a terra de sua blusa, Vanya tentava desviar o olhar mas voltava para nós o tempo todo. O que é que eles estão olhando? Arregalo os olhos quando percebo que a minha mão e a de Five estão entrelaçadas. Solto sua mão e me afasto um pouco, mas é como se eu estivesse incompleta.

-Bonsoir, pombinhos.- Diz Klaus afinando a voz.

-Sumiram com o corpo?

-É claro que sim, Five. Não é por que não somos assassinos profissionais que significa que não temos o senso.- Responde Klaus com certeza ainda bêbado.

Estava bom demais pra ser verdade. Assassino profissional. Acho que é melhor que psicopata com mania de grandeza.

-Assassino?- Pergunto encarando Five.

-Isso foi antes. Não sou mais assim- Diz com uma voz meio preocupada mas balança a cabeça em negação e olha para seus irmãos novamente- Não importa.

-Você devia ter visto, S/N. Five surtou quando o homem falou que iria abusar de você também. Matou o cara a socos.- Fala Klaus às gargalhadas. Muito engraçado.

Five fica vermelho, olha pra mim e depois desce as escadas a passos firmes em direção à cozinha.

Isso é demais pra mim. Volto para meu quarto.

Quando entro Lia está sentada de pernas cruzadas, abraçada a meu travesseiro, as mangas das blusas que emprestei a ela estavam puxadas cobrindo suas mãos e molhadas. Seu rosto estava todo vermelho e inchado, como seus olhos. Nunca ví Lia vulnerável. Se ela está assim por QUASE ter sido abusada, não quero pensar em como estaria se eu não tivesse chegado a tempo. Vou até ela e a abraço, não tenho conselhos então só mostro que ela tem alguém do lado dela.

-Quer sair daqui?- Pergunto, a fim de destraí-la.

-São uma da manhã.

-E dês de quando isso é um problema para nós? Vamos zoar um pouco. Tem um mercado 24h a duas quadras daqui que precisa de uma agitada.

Ela assente, ainda desanimada.

Eu coloco uma calça de moletom e saímos de pijama mesmo. Quando passamos pela porta ouvimos alguém batendo os pés. Levanto o dedo médio para quem quer que seja e bato a porta. Entrego um spray de pimenta e uma arma de choque que acabei de fazer e materializo as mesmas coisas pra mim. Ela me lança um sorriso triste e balança a cabeça para se recompor.

-Vamos botar o terror naquele lugar!- Lia diz com pouco ânimo.

Andamos em silêncio e atentas, atravessando a rua sempre que víamos algum beco. Quando chegamos ao mercado, pergunto o que ela quer fazer primeiro. Vemos uma moça passando pano em um dos corredores. Nos olhamos ao mesmo tempo e sorrimos diabolicamente.

-Você destrai e depois me encontra no corredor ao lado, okay?

-Okay.- Lia está mais animada. Fazer besteira é sempre o melhor remédio.

Lia vai até a mulher por trás e a pergunta em que corredor pode encontras absorventes. Enquanto a mulher vira para informá-la, eu faço seu balde cheio de água suja voar acima de sua cabeça e pousar no corredor onde disse que encontraria Lia. Ela chega cobrindo a boca com as mãos para abafar a risada. Com as mãos em sinal de arma eu controlo o balde. Tiramos seis latas da prateleira a nossa frente e do outro lado para observar a mulher. A mesma parece desesperada a procura do balde. Com a outra mão tiro apenas uma gota do balde e pingo em sua cabeça, o que a faz olhar para o alto. Horrorizada ela cai de bunda no chão e rasteja para trás até se afastar no balde. A pobre coitada está em choque e eu e Lia estamos mordendo as mangas das blusas para abafar as risadas.

-Quanta maturidade.- Uma voz masculina sussurra entre mim e Lia o que nos faz pular.

Quando olho novamente no buraco que fizemos a mulher está gritando, encharcada de água suja.

-Puta merda.- Fala Lia quando confere a cena mais hilária de toda a nossa vida.

Agarro sua mão e saímos correndo sem parar para olhar pra trás. Estamos rindo muito alto enquanto corremos e Five, que nos assustou e causou toda a confusão, está correndo e rindo junto com nós duas. Não chamamos ele, ele não deveria estar aqui, mas a risada dele ainda me derrete.

-Você nos paga Hargreeves!- Grito sobre o ombro.

Só paramos de correr quando chegamos em casa, soados e ofegantes.

-Onde estavam?- Diego pergunta.

-Comprando absorventes- Responde Lia enquanto lançamos olhares cúmplices.

Fomos dormir logo depois de tomarmos leite com Toddy. Lia ficou na sala, já que se recusou a dormir na minha cama. Ela disse que se Five quisesse me fazer uma visita durante a noite, ela não queria estar presente.

EU ACABEI DE CHEGAR AQUI. NÃO POSSO ME APAIXONAR PELO GAROTO MAIS BABACA QUE APARECE NA MINHA FRENTE!!!

Durmo a noite toda e sonho com meu momento de dança com Five e com nosso beijo no chão do meu quarto.

I Think I'm In Love...Onde histórias criam vida. Descubra agora