Molly Hill
Acordo com os raios de sol entrando pela janela que não fechei ontem à noite, mas ao invés de me irritar por esse descuido, me espreguiço com um sorriso genuíno no rosto, ansiosa para ver o Henrick. Caminho até o banheiro cambaleando um pouco de sono, acabei acordando mais cedo do que realmente gostaria. Faço minha higiene matinal e ponho um vestido solto simples, deixo meu cabelo solto, pois não está calor e desço para tomar café da manhã com uma empolgação crescente. Apenas a Olivia está sentada à mesa com uma cara amassada de sono ainda vestindo seu pijama.
— Bom dia, Molly! — me sauda.
— Bom dia! Pela sua cara essa noite te demandou mais energia do que de costume. — alfineto, prendendo um risinho.
— Acertou em cheio. — ela me olha serelepe. — Queria continuar na cama, mas tenho uma revisão pra hoje em Harrisburg. Tenho que pegar a estrada cedo. — reclama.
— Já falei pra ela ir de helicóptero, mas você sabe como sua amiga é teimosa. — Connor dá as caras devidamente arrumado em seu terno, dá um beijo na Olivia e toma um ou dois goles da xícara de café em pé demonstrando estar apressado. — Bom dia, Molly!
— Bom dia, Connor!
— Tenho uma reunião daqui a meia hora, preciso ir.
— Boa reunião, meu bem! — Olivia lança um sorriso apaixonado.
— Obrigada, loirinha! — ele se despede dela com um beijo carinhoso no topo de sua cabeça.
— Olivia Morris completamente in love. — zombo. — Isso é mesmo inédito, huh?
— Vai a merda, Molly! — mostra o dedo do meio, me arrancando uma gargalhada.
— Sr. Dono do Mundo cadê? — pergunto, sondando.
— Não o vi, ele deve ter ido pra empresa. Por quê?
— Por nada. — tento disfarçar meu interesse repentino. — Aquele lá deve ser um poço de mau humor quando acorda, ainda bem que não temos que olhar pra aquela cara amarrada a essa hora da manhã.
— Ai, ai, vocês dois... — ela balança a cabeça, tomando seu suco.
Tomo meu café da manhã um tanto cabisbaixa por não ter a companhia do Henrick, mas faço o máximo para não demonstrar. Subo para arrumar minhas coisas e logo me despeço da Olivia antes que ela saia, ela vai viajar a trabalho, então não tem por que eu ficar em sua casa sozinha sem sua presença, voltando assim para o meu apartamento. Ao final da tarde, chego a conclusão que não aguento mais ficar longe do meu trabalho, já tive tempo mais do que suficiente para me recuperar do susto, passo na empresa e converso com o RH que aceita meu retorno normalmente, porém terei que completar a tripulação sem o comandante James, pois ele não fora liberado pelos médicos ainda, nesse pequeno bate-papo fico surpresa ao saber que o Patrick pediu demissão. Não pensei que ele estivesse realmente magoado comigo sendo que não fiz nada além de seguir o meu coração, queria que nossa amizade não ficasse estremecida, mas depois da nossa última conversa e com essa notícia ficou claro que seria impossível.
Saindo da empresa, resolvo passear pelas ruas de Manhattan, respirando ar livre e vendo algumas pessoas se divertirem, me chama atenção um senhor sentado em uma mesa do lado exterior de um restaurante junto com uma criança fofa que deveria ter uns cinco anos, me aproximo mais um pouco e reconheço aquele rosto, James Watson.
— James?
— Molly, minha querida, que surpresa boa! — ele abre os braços para um abraço, mas continua sentado preservando sua perna engessada.
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Comissária do CEO
RomanceNão se deixar abater. Esse era o lema de Molly Hill, uma jovem comissária de bordo de jatos particulares, que carregava em seu peito mais dores do que demonstrava. Fixada em sua rotina de trabalho e almejando usar de seu ofício para suprir a falta d...