Travis e eu pegamos o elevador e ele me apresenta algumas salas e andares muito importantes da empresa, bem como me conta toda a história de quando decidiu firmar parceria com o Henrick, em vinte minutos de conversa eu concluo que ele é realmente incapaz de falar de outra coisa que não seja de si próprio. Estava entediada já e doida para voltar para a festa e encontrar olhos azuis enfurecidos.
— Agradeço pelo tour, Travis, mas acho que já está na hora de voltarmos pra o salão. — esboço um risinho amarelo e ameaço caminhar até a porta, mas ele é mais rápido que eu e se encosta nela cruzando os braços a me olhar de um jeito assustador.
— Você acha que eu sou idiota?
— Me desculpe? — franzo o cenho sem entender.
— Você fez de tudo pra chamar minha atenção desde o primeiro minuto que pôs os pés no salão e praticamente implorou pra que fôssemos pra um lugar mais reservado e ficássemos a sós, acha que não percebi seus olhares, boneca?
— Você só pode estar louco! — sorrio pelo nariz, incrédula.
— Não precisa fingir resistir, Molly. É perceptível que também está querendo. — ele põe uma mecha do meu cabelo que cai pelo meu colo para trás e dá alguns passos se aproximando ainda mais, sinto um frio na espinha e um desespero criar vida
— A única coisa que quero agora é ir lá para fora. — tento me desvencilhar, mas ele não deixa. — Me deixe voltar, minha amiga deve estar sentindo minha falta.
Procuro ficar calma e não titubear diante desse homem, mas o medo em meu olhar é visível.
— Sua amiga ou o Henrick? Você acha mesmo que é importante a ponto dele perder o seu precioso tempo sentindo sua falta? Como você, ele tem várias outras, boneca. Se bem que... — analisa meu corpo me olhando de uma forma repulsiva. — Se eu tivesse um corpinho desses na minha cama, eu não te deixaria dando sopa por aí não.
— Me deixe passar, Travis. — gaguejo um pouco.
Não sei se ele era insano assim mesmo em seu cotidiano, mas o efeito do álcool só estava a dificultar as coisas.
— Tire a roupa, princesa. — ele pede e eu arregalo os olhos mal podendo acreditar. — AGORA! — grita e eu me encolho. — Abra as pernas pra mim como você abre pra todo mundo, ou eu devo pagar uma boa grana por isso? Henrick deve estar te pagando muito bem pra você ousar se fazer de difícil pra mim, não é?
Seu insulto fora a gota d'água, meu medo se transforma em ira e minha mão vai direto na sua fuça. Quem ele pensa que é para insinuar que sou alguma vadia e principalmente do seu amigo? Travis fecha a cara e fica vermelho de raiva, dou um passo para trás temendo sua reação e o pior acontece. Ele avança em minha direção e simplesmente me derruba no chão distribuindo socos no meu rosto. Sinto o impacto provocar uma dor aguda nas minhas costas, mas sou obrigada a ignorar por alguns instantes e tudo o que faço é gritar por ajuda e tentar proteger meu rosto com os braços. Passados alguns minutos que me parecem uma eternidade, o pânico aumenta achando que ninguém virá me acudir e sem pensar muito, tiro meu salto com muito custo, pois seu peso me esmaga contra o chão, e bato com força na sua cabeça. Ele cambaleia para trás e nesse meio tempo eu me levanto desajeitada, imediatamente a porta bate provocando um estrondo e uma figura enorme passa com presteza por mim indo para cima do Travis. Lágrimas caem pelo canto do olho quando vejo Henrick ali me defendendo daquele monstro. Ele soca o seu sócio inúmeras vezes com tanta violência que por um breve momento eu tenho medo dele o matar.
Assisto a tudo assustada, mas incapaz de dizer algo, minha garganta parece ter se fechado. Dois seguranças entram e puxam o Henrick com dificuldade, indo mobilizar o Travis caído no chão. O homem está desacordado e tem sangue por todo o seu rosto, ele é levado lá para fora, ficando apenas eu e o Henrick que sustenta uma feição séria. Permaneço quieta no chão, envergonhada demais para proferir alguma palavra. Ele anda de um lado para o outro como uma fera a soltar fogo pelo nariz, seus punhos estão fechados e seu rosto contraído.
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Comissária do CEO
RomanceNão se deixar abater. Esse era o lema de Molly Hill, uma jovem comissária de bordo de jatos particulares, que carregava em seu peito mais dores do que demonstrava. Fixada em sua rotina de trabalho e almejando usar de seu ofício para suprir a falta d...