CAPÍTULO 14

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Tomo uma água e faço hora na cozinha para despistar o Henrick, quando acho que é seguro refazer meu caminho de volta sem esbarrar com ele, resolvo voltar. Tomo um banho me livrando da água de cloro da piscina e coloco uma roupa casual, porém quentinha, o clima está a esfriar, então visto um shorts de moletom e para completar ponho um casaco, deveria pôr uma calça para circular pela casa, mas como não pretendo ir além do espaço de dentro, não me importo. Olho pela janela e a festa ao que parece teve seu fim, as únicas pessoas que ainda estão lá são os funcionários fazendo a limpeza. Suponho que só esteja eu, Olivia e o Connor, então desço, meu estômago dá sinal que não comi nenhuma comida sólida até agora.

- Molly! - encontro a minha amiga ao chegar no pé da escada. - Já ia pedir pra te chamarem pra o jantar.

- A festa terminou cedo. - digo observadora.

- Mas é claro! Antes que enchessem a cara e eu não conseguisse mais colocar ordem em ninguém.

- Boa tática.

- Você vai dormir aqui hoje, né? - ela pergunta num tom de afirmação. - Meus planos pra hoje à noite não são extravagantes, podemos ver um filme ou, sei lá, apenas degustar um vinho dos deuses que o pai do Connor trouxe, mas quero sua companhia.

- Durmo sim.

- A propósito, meu padrinho também vai se juntar a nós.

- O Henrick?

- Não me lembro de ter outro. - zomba.

- Pensei que ele fosse alérgico a tudo que nós meros mortais gostamos. - mal termino de falar e ela me olha com uma cara estranha, confirmando a pior das minhas suspeitas, ele estava a ouvir tudo.

- Parece que eu sou o centro de todos os seus pensamentos, huh?

- Não seja besta, eu jamais perderia meu precioso tempo a prestar atenção em alguém tão metido como você.

- Além de grosseira, você mente muito mal. - ergue a sobrancelha com ar de superioridade.

Lanço um olhar de desdém para ele não querendo dar enfoque a essa discussão besta ou se não íamos ficar ali por horas. Connor aparece para dizer que o jantar fora servido e então vamos até o outro cômodo da casa. Por coincidência ou implicância, Henrick senta de frente para mim, de tantos lugares disponíveis ele escolhe o mais descabido só para poder distribuir suas frases prontas ridículas que me tiram do sério em questão de segundos. Inusitadamente, para o meu alívio, ele e o seu amigo conversam sobre novos projetos, mesmo sob o protesto da Olivia de levar trabalho para a mesa, ignorando totalmente minha presença. O clima vai bem até minha amiga levantar um ponto relevante que pesa o ar, pensei que nenhum dos dois estavam prestando atenção em nós duas, mas o Henrick logo nos encara como se fosse um assunto proibido a ter sido trazido à tona.

- Amiga, temos que marcar de escolhermos nossos vestidos pra festa.

- Que festa? - pergunto, me sentindo um peixe fora d'água naquela conversa.

- A festa de comemoração pelos trinta e cinco anos da primeira empresa do Sawyer que será semana que vem.

- Se o responsável não me convidou ou sequer tocou no assunto, certamente é por que não me quer lá, Olivia.

Respondo calma e beberico do meu suco, não querendo transpassar meu aborrecimento. Henrick não tinha obrigação nenhuma em me convidar para nada, mas para alguém que estava se empenhando em se aproximar de mim, ele deveria ter ponderado essa ideia, a menos que não queira que ninguém me veja ao seu lado, tendo tantas outras presenças ilustres e mais interessantes do que eu, uma mera funcionária sua.

Comissária do CEO Onde histórias criam vida. Descubra agora