CAPÍTULO 19

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Molly Hill

Sua entrada na piscina fora silenciosa e eu só percebi que ele havia mesmo se juntado a mim quando a água se mexera vagarosa ao meu redor e eu pude sentir sua respiração quente tocar meus ombros desnudos. Suas mãos grandes envolveram meu corpo num abraço e eu logo fui capaz de sentir seu desejo tomando forma, mas nada além disso, ele apenas repousou sua cabeça em meu ombro e se pôs a admirar a preciosa vista à nossa frente. Estando mais alegrinha por conta do álcool e até um pouco mais ousada, não espero uma atitude vinda de sua parte e já me viro com pressa atacando seus lábios, talvez essa fosse a coragem que eu precisava para esquecer que ainda não confiava 100% nele para tomar esse passo, mas naquele momento eu realmente não conseguia pensar em mais nada racional. Me apoio em seu pescoço e prendo minhas pernas em volta da sua cintura, ele me prensa contra a parede e acentua o contato. O beijo com certa urgência, sentindo todo o meu corpo reagir ao estímulo de nossas bocas devorando uma à outra.

— Eu quero você, Henrick. — me adianto em pedir numa espécie de desespero mediante a minha situação. — Agora.

— Não mais do que eu, Molly, mas eu não vou fazer nada com você alterada. — seus olhos me analisam.

— O quê? Mas voc... — começo com uma voz manhosa, mas nem de longe surte o efeito que eu gostaria.

— Quero que seja vívida em sua memória todas as coisas que pretendo fazer com você, senhorita Hill. — ele diz em um timbre endurecido, puxando meu cabelo ferozmente, meu corpo amolece de imediato. — Agora vem, vou te colocar pra dormir como um bebezinho. — suas palavras possuem duplo sentido e seu sorriso maroto só confirma minha tese, mas finjo não me importar e o sigo até a escadinha da piscina.

Henrick me entrega uma toalha felpuda para que eu me enxugue, mas a julgar meus sorrisos bobos por absolutamente qualquer coisa que saísse de sua boca, decidimos que o melhor mesmo era um banho, eu não estava bêbada, até porque nem tinha tomado vinho suficiente para isso, mas estava visivelmente alterada, então fui para debaixo do chuveiro. Pensei que o álcool fosse ser a melhor opção para me encorajar a seguir meu coração e não minha razão de modo a tomar certas atitudes sem a pressão de me culpar depois, mas pelo visto minha ideia fora ralo baixo, meu querido namorado havia descordado e não quisera tocar um dedo em mim sem que eu estivesse completamente sóbria.

Enrolada na toalha e um tanto ruborizada, me sento na cama esperando que ele pegue alguma camisa sua para que eu possa vestir e eu fique um pouco mais decente, se é que é possível, mas meus olhos pesam e os minutos em que se ausentara me parecem horas, mal sinto meu corpo procurar aconchego em seu travesseiro que ainda contém seu cheiro, quando dou por mim já estou a deitar adormecendo e sua voz chega até os meus ouvidos num volume quase inaudível.

Acordo no dia seguinte com a estranha sensação de que não estou mais sobre seus lençóis fofinhos e ao abrir os olhos tenho a confirmação, estou na minha própria cama que é sem sombra de dúvidas muito confortável, mas não chega aos pés da cama do Henrick, muito menos possui seu perfume inebriante. Esfrego os olhos ponderando se a noite passada tinha sido apenas um sonho e eu ainda estava confusa, mas ao colocar os olhos na mensagem que chega em meu celular, constato que foi tudo real.

"Torço pra que tenha acordado sem nenhuma dorzinha de cabeça, mas caso precise, tem um comprimido ao lado da sua cama. Espero você pra tomar café da manhã comigo! — Henrick Sawyer."

Viro os olhos com o seu exagero, eu não precisava de remédio algum, simplesmente pois não estava de ressaca, muito menos com dor de cabeça, mas não posso deixar de achar fofo sua preocupação, principalmente sua coerência em não aceitar fazer absolutamente nada comigo mesmo que isso tenha me frustrado. Ainda que eu queira vê-lo o quanto antes, uso de meu bom senso e decido que é mais lógico que eu me junte a minha tripulação por hoje, sou namorada do Sr. Dono do Mundo, mas isso não me torna uma, continuo sendo apenas sua funcionária, então deveria agir como tal, o envio uma mensagem avisando e vou trocar de roupa.

Comissária do CEO Onde histórias criam vida. Descubra agora