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Harry

A espera na recepção do consultório da Diana, estava prestes de tomar um decisão, mas precisava que ela me guiasse. Eu sabia que iria me arrepender de qualquer forma, mas queria ter certeza que essa atitude seria certo pra saúde de Kathe.

— Boa tarde, Harry. Entre! — Diana aparece em sua porta e se inclina me cumprimentando.

Entro na sala, sentando na poltrona onde estou acostumado a ficar, logo a frente da sua.

— Me conte as novidades, você não parece nada bem. — diz ao se sentar, analisando meu rosto.

— É, não estou. — suspiro cabisbaixo.

— Me conte o que aconteceu.

Tento não deixar nenhum detalhe escapar, estava transtornado, tendo pesadelos onde Katherine sumia entre os flashs enquanto tinham muitas vozes que pareciam estarem dando ordens em mim, muito semelhante a realidade talvez. Não queria mais ver ela sofrer e sabia que não tinha muita saída.

— Isso a fará sofrer da mesma forma, você sabe disso, né? — pergunta como se não soubesse, piorando ainda mais a minha situação.

— Continuará sendo pior. Ambos vão sofrer, não está sendo nenhum pouco fácil. Mas já tenho meu plano para ao menos esquecerem de Kathe.

— Você acha isso certo?

— É disso que eles gostam. — digo derrotado. — mas eu sei, prosseguir com o nosso relacionamento agora, estar longe de ser algo positivo pra ela.

Com mais algum tempo de terapia, foi impossível não sentir meu coração ser cortado no meio, nunca imaginei passar por isso e muito menos fazer a vida de outra pessoa um completo inferno.

Queria ver Kathe antes de voltar a cumprir minha agenda que agora estava bem mais calma de resolver e isso não é coincidência.

Sabia que ela estava no seu apartamento, o porteiro mesmo que já estivesse cansado de ver minha cara, tinha toda a burocracia de ter a permissão dela pelo interfone para que podesse subir.

Mas ela não atendeu, mesmo com inúmeras chamadas.

— Que estranho, a senhorita não saiu, ao menos, por aqui ela não passou. — diz consigo mesmo.

— Deixa eu subir, estou preocupado. — e realmente estava.

As crises de Kathe estavam cada dia piores, não sabia ao certo se deveria mesmo prosseguir com o que tinha planejado. Mas era por amor a ela, somente por amor.

O porteiro então resolveu subir comigo, apertando a campainha várias vezes e nenhum sinal dela. Fiquei aflito, revoltado e acelerado em ligar no seu celular, mandar mensagem e ser entregue, até atrás da Jaine eu fui para saber de Kathe. O porteiro quis voltar pra pegar a chave reserva para abrir a porta, nem mesmo ele deixou de pensar que tem algo de errado, porém não tinha paciência pra esperar por essa chave.

Com toda força do meu corpo, me jogo contra a porta, fazendo o possível com golpes para arromba-la, meu desespero era tanto que não demorei pra consegui, indo a procura de sinal por todo canto do seu apartamento.

E meu coração começa acelerar, podia sentir minha corrente sanguínea se encher de medo ao perceber a porta do banheiro trancada, o chuveiro estava ligado e nada de Kathe me responder

A porta do banheiro estava trancada.

A merda da porta estava trancada!

E ela não me responde.

𝐷𝑟𝑒𝑎𝑚 𝑊𝑖𝑡ℎ 𝑀𝑒 | CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora