Acquamarine

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Draco Pov

Eu não sabia definir uma palavra boa o suficiente para explicar o que era que eu estava sentindo naquele momento.

Ron e Blaise estavam em casa, afinal havíamos terminado um longo trabalho há algumas horas, e resolvemos tomar uma cerveja geladinha para refrescar, como recompensa.

Éramos esse tipo de alunos que acreditavam que qualquer coisa feita merecia uma recompensa, e nos enganávamos assim.

Funcionava bem.

- Nós vamos para aquele bar hoje. Nott arranjou uma nova namorada, e minha irmã combinou de encontrar o paquera lá. O que acha?

- Não, não estou com vontade - Falei por fim, dando de ombros.

- Se eu convencer o Harry a ir, o Harry pode convencer ele - Ron pontuou para o namorado ignorando minha resposta.

- Eu não vou, com ou sem Harry. E de qualquer forma, ele vai sair hoje.

- Sem você? - Ron questionou duvidoso.

- Ao contrário do que você pensa, não nascemos grudados - Avisei para Ronald, que arqueou o cenho.

- Eu passo a duvidar muito dessa informação. Vocês nasceram grudados, e vão morrer assim.

- Não é porque somos melhores amigos que temos que ir sempre para os mesmos lugares - Afirmei, revirando os olhos, vendo Blaise rir.

- É, vocês não tem. Mas... sempre vão mesmo assim.

- Não é sempre - Rebati, virando um gole da cerveja, vendo os dois trocarem um longo olhar - O que é agora?

- É que... - Ron ergueu os olhos para o corredor, para se certificar que Harry não estava ouvindo, e se inclinou para mais perto - Notamos que vocês estão mais grudados.

- Você sempre disse que era impossível sermos mais grudados do que já éramos.

- É, porque eu achei que fosse impossível. Vocês sempre conseguem vencer os próprios limites!

Sorri de canto, disfarçadamente, pensando no que ele diria se soubesse que ontem eu passei a tarde tirando fotos sensuais de Harry. Seria essa uma maneira de ser mais grudado do que antes?

Seja como for, eu gostava desse conceito.

Passava a acreditar que uma amizade só era verdadeira se uma das partes enlouquecia de paixão e desejo na mesma intensidade pela outra pessoa.

Quero dizer... que tipo de melhor amigo eu seria se não sentisse vontade de me jogar pela janela toda vez que olhava para Harry?

- Nem comece com essa conversa, Ron. Eu e Harry... - Comecei a falar, em total desacordo com meus pensamentos.

Estava cada vez mais fácil dizer que éramos só melhores amigos, mesmo que durante a noite eu sonhasse fervorosamente com Harry.

Enfim, a hipocrisia.

- São amigos - Ele completou, revirando os olhos - Mas eu não sei, de verdade, o que custa vocês tentarem algo a mais. Não iria doer em ninguém. É... só tentar! Vocês nem se esforçam! Por mim, caramba! O que custa?!

- É, as coisas são fáceis assim - Resmunguei amargurado, afinal... eu gostaria que fossem.

Ainda não havia passado minha vontade de beijar/amar/transar/idolatrar Harry, e na realidade, ela só aumentava.

Eu percebi que isso estava muito relacionado a tudo em nosso dia a dia.

Os momentos onde eu sentia vontade de beijar ele, eram dos mais diversos. Desde o momento em que ele aparecia com os cabelos todos bagunçados, bocejando de manhã na cozinha, até os momentos onde ele estava vestindo coisas indecentes para que eu tirasse fotos.

Chromatica || DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora