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VIOLET
Dois meses se passaram desde a noite no iate de Harry e tudo estava andando gradativamente e perfeitamente bem. Muitas coisas aconteceram durante esses dois meses e muita coisa mudou. Minha vida profissional estava decolando mais e mais, fui chamada para fazer campanhas da Blueberry e Calvin Klein. Às vezes tinha que sair da cidade para fazer ensaios, e ficava tão feliz em ver Harry e minha mãe me acompanhando em todos eles.
E se eu tinha alguma pulga atrás da orelha em relação à Addie, passou. Foi estranho a sua mudança de humor repentina, e eu deixei isso claro para ela, mas esses dois meses serviram para me mostrar que ela estava completamente ali, para mim. Ela me contou que não sonhava com meu pai há anos, e o único sonho que ela teve, foi com ele decepcionado por suas atitudes. Ela disse que ali, percebeu que deveria fazer algo para mudar, percebeu que tudo o que fez não foi certo. E ela realmente mudou e durante esse tempo, não a vi indo para igreja, ela ainda segue sua religião, mas não é tão fissurada daquela forma. Agora que ela saiu de sua zona de conforto, viu toda a pressão e cobrança que sofria da igreja que ela frequentava, e eu entendo ela, de certa forma.
Vejamos, ela estava mal, muito mal. Viu seu marido ser assassinado, sua filha com problemas psicológicos e viu toda sua vida desabar. Ela não teve nenhum apoio, todos os seus familiares a abandonaram, ela precisava se segurar em algo. E ela segurou. Ela se segurou em uma igreja que sequer usava a bíblia, tudo que era pregado, era apenas palavras do pastor, que mais tarde, descobri o tanto de coisas erradas que ele estava metido. Ele literalmente fez uma lavagem cerebral na minha mãe por anos, por isso ela me abandonou daquela forma, ela não queria isso, ela foi influenciada a isso. Ela estava frágil, ela não tinha sanidade mental para tomar decisões. E quando se viu presa ali, era tarde demais para sair.
Harry e Addie sempre insistiam em me acompanhar nos ensaios e alguns desfiles que fiz durante esses meses, o orgulho estava estampado no rosto dos dois e eu ficava extremamente realizada por isso. Mesmo fazendo alguns shows pela a América e revezando sua vida entre Los Angeles, Londres e ensaio, Harry sempre dava um jeito de estar presente. Estávamos indo tão bem e chegando no terceiro mês de namoro. Todos, inclusive eu, estávamos apostando muito nesse relacionamento, estávamos tão felizes e seus fãs gostavam de mim, pelo menos a grande maioria.
Mamãe e eu estávamos mais do que bem, estávamos recuperando o tempo perdido e posso afirmar que estava sendo incrível, mesmo eu ficando com ciúmes ao ver Harry dar mais atenção para ela do que para mim, já que os dois pegaram uma amizade enorme e ela o tratava como filho. Harry a amava tanto quanto eu, assim como ela amava ele e amava ir em seus shows.
Por falar em shows, Harry cumpriu com o que disse quando me pediu em namoro. Medicine estava fazendo sucesso e as fãs já estavam pedindo uma versão estúdio. E eu, estava fazendo minha parte. Ou ao menos tentando. Tentei de todas as formas chantagear Harry a colocar Medicine em seu próximo álbum. Vamos ver e minhas preces serão ouvidas.
