Capítulo 17

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Henrique e Elisabete

Elisabete

Por incrível que pareça, tivemos uma tarde excelente e animada. Eu não sabia o porquê de ele ter mudado de ideia e vindo me acompanhar, porém, gostei disso.

Eu realmente estava gostando de conhecer aquele homem misterioso. Entretanto, antes de sair da sua casa senti algo inexplicável. Ele estava bem, no entanto era como se eu não quisesse deixá-lo. Era óbvio que quanto mais o conhecia, mais me apegava a ele. Não sei por que era desse jeito e sabia que tinha que lembrar o que estava fazendo. Henrique era meu chefe, tudo isso era uma mentira, e assim que o prazo acabasse ele me dispensaria.

Não queria nada além da sua amizade, e se ele visse que não era boa o bastante para continuar a trabalhar ao seu lado, entenderia e acharia outro emprego.

A questão era que eu não o tiraria da mente tão rápido, e se cometesse a besteira de confundir tudo poderia sair dessa com um problema, já que o homem tem uma grossa camada de gelo que o protege de tudo, inclusive dos sentimentos.

Eu realmente queria que ele tivesse vindo comigo a essa festa, pois mesmo dizendo que não gostava e que ficaria bem, não acreditava que isso fosse totalmente verdade.

Ele se sentia só e odiava isso. Henrique se fazia de duro e sem emoção, em alguns momentos eu conseguia ver que ele odiava essa situação.

Eu estava caminhando até onde minha irmã estava, provavelmente rodeada de pessoas como ela.

A noite estava linda e estrelada, e constatar isso me fez pensar instantaneamente no senhor robô com quem trabalhava. Um homem que apreciava as estrelas e constelações, não podia ser alguém tão insensível e acreditava que ele se escondia dentro daquela casca para não ser machucado novamente.

Cheguei ao local rápido, pois sua casa não ficava muito longe da onde eles estavam. Ao me ver, Mariana quase pulou de alegria e isso me motivou.

— Eu tinha esperanças de que você com toda a sua insistência conseguiria convencê-lo a vir. — Falou depois de um abraço caloroso.

— Tentei, mas o cara é um durão e nem minhas provocações funcionaram. — Falei lembrando-me do chato. — Talvez ele não tenha jeito. — Disse pensando em voz alta.

— Não diga isso. O amor muda.

Revirei os olhos com a provocação dela e quis esquecer-me disso. Fui apresentada a todos que estavam esperando e depois caminhamos poucos metros até o local onde seria a festa. Uma tenda foi montada e a decoração estava praiana. Era a primeira vez que vinha a algo assim, e mesmo não conhecendo ninguém além da minha irmã, decidi que iria aproveitar.

No grupo de turistas estava um moreno lindo que me olhava diferente dos demais. Eu estava envergonhada, mas aos poucos fui me soltando com as bebidas que ela trazia.

— Veio só apreciar as praias? — Perguntei após beber meu segundo copo de cerveja.

— Na verdade, estou aqui para finalizar uma compra. — Falou.

Seu sotaque britânico era lindo e fiquei admirando o homem que tinha um corpo escultural.

— Depois vai voltar para Londres?

— Talvez eu fique mais um pouco. — Falou colocando seu corpo mais próximo do meu.

Eu estava tensa, pois o homem parecia interessado e apesar de ser lindo e ter o bônus com seu sotaque encantador, eu não estava interessada nele. Na verdade, queria que ele continuasse a falar sobre o seu país, pois era isso que eu queria saber.

A MENTIRA DO CEO: Contrato com o chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora