Capítulo 22

10.6K 754 11
                                    

Elisabete

Depois daquele dia na casa de Henrique, passamos a ter uma relação excelente. Quem nos via, poderia jurar que éramos um casal real. Eu realmente estava gostando, tanto que quando lembrava que tudo isso estava acabando, meu peito apertava e uma tristeza insana me atingia.

Esperava que não voltássemos a ser como cão e gato, porque não sabia se poderia odiá-lo após chegar tão perto do seu interior.

Como prometido, hoje faria um jantar para o homem na casa da minha irmã que felizmente estava longe ou ela poderia importunar Henrique até ele desejar ir embora da minha vida e nunca mais voltar.

Por sorte ele teve uma reunião com um velho amigo de negócios e teve que ficar mais um pouco, me dando a oportunidade de preparar tudo. Tinha que admitir estar nervosa. Era tão idiota sentir isso, pois já fiz muitos jantares, inclusive no início do meu namoro com Miguel, porém dessa vez as coisas estavam mais tensas.

Uma frase que minha irmã ridícula falou não saía da minha cabeça: "você realmente está gostando dele".

Achei bobagem quando a pentelha falou, no entanto, cada vez que meu coração ameaçava sair pela minha boca simplesmente porque ele estava ao meu lado, meu cérebro dizia que não era totalmente bobagem.

— Eu não gosto dele desse jeito. — Resmunguei assim que passei pela porta do apartamento. — Henrique é meu chefe e nossa relação é apenas de amizade.

Era o que dizia para me convencer de que todas as sensações que sentia eram porque meu cérebro estava ficando confuso, mas por sorte eu era uma pessoa muito racional e nunca cometeria esse erro.

Balancei a cabeça para esquecer essas maluquices e fui tomar um banho. Hoje o dia foi puxado. Começamos a fazer as compras dos objetos de decoração que levaremos para os hotéis. Tudo estava lindo e o projeto se concluiria no prazo. Senti uma pontada no meu peito ao constatar isso.

— Só faltam quatro semanas. — Falei.

Tive que deixar esses pensamentos de lado para concentrar-me no que estava fazendo.

***

Quando decidi cozinhar para Henrique, escolhi um prato que eu e minha irmã adorávamos. Enquanto preparava, lembrava de quando estávamos em casa, vendo minha mãe preparar com muita alegria.

Claro que dei um toque especial, para ser do agrado do meu chefe, mas o sabor era o mesmo, e esperava que ele amasse assim como amo.

A cada minuto eu ficava ainda mais ansiosa, e quando ele mandou uma mensagem dizendo que já estava a caminho, meu coração quase teve uma parada. Deixei a panela no fogo, e fui dar uma arrumada na casa. Eu era uma pessoa muito certinha, por isso o lugar sempre estava em perfeito estado, porém, sempre que Mariana estava em casa, tudo ficava uma zona e não queria que o bonitão do meu chefe entrasse pela porta e visse qualquer coisa fora do lugar.

Voltei rapidamente para a cozinha para desligar o fogão e não demorou muito para a campainha tocar. Parei em frente à porta tentando criar coragem para abrir.

— Merda, por que estou assim? — Questionei-me em um sussurro.

Respirei fundo e finalmente a abri. Henrique estava com uma das mãos apoiada na parede e nossos olhos se cruzaram, me fazendo ficar ainda mais insegura.

— Sei que não faz muito tempo que nos vimos, mas você tem algo que deixa tudo único. — Disse ele me fazendo ficar como uma idiota.

— Entre Henrique. — Pedi com um sorriso orgulhoso no rosto.

Era a primeira vez que ele entrava na casa, pois sempre me deixava na porta. Talvez eu estivesse nervosa pelo fato de querer saber o que ele acharia do lugar. Henrique era um homem da classe alta, e vivia cercado por mulheres lindas e também ricas, e estar em uma casa tão simples poderia ser estranho.

A MENTIRA DO CEO: Contrato com o chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora