Capítulo 9

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Elisabete

Em um único mês fui demitida, corneada e ganhei o status de namorada de mentira do meu novo chefe.

Posso saber um pouco mais o porquê Henrique estava fazendo isso, mas ele ainda era um arrogante, e mesmo se esforçando para melhorar comigo, eu ainda tinha que suportar suas mudanças de humor.

Está certo que o homem era lindo de morrer, no entanto, era como um robô de última geração que não tinha sentimentos. A não ser a raiva, claro.

Agora, tínhamos que ir a um noivado da sua ex, e ainda tínhamos que fingir que estávamos apaixonados.

Henrique me trouxe a uma das lojas de vestidos de luxo mais caros da cidade e eu não sabia como me comportar em um lugar assim.

Não sei o porquê tanto exagero para ir a um noivado que ele odiaria, porém, acho que era só para provocar a ira da sua ex. confesso que se fosse eu, faria o mesmo.

—Henrique, esse já é o sexto, acho que já basta! Você tem que escolher um. — Falei bufando, bastante cansada.

As mulheres já tinham me feito vestir todos os estilos de vestido que poderia agradá-lo, mas o problema era que o meu chefe não estava prestando atenção em nada do que estava acontecendo a sua frente, a não ser, claro, no aparelho telefônico que ele mexia.

— Você pode escolher melhores do que esse. — Falou sem ao menos olhar para mim.

Eu já estava de saco cheio, e o salto que eu estava usando já estava me machucando, então andei até ele, muito chateada, e retirei o celular sem pedir permissão. O homem me olhou surpreso e cerrou os olhos, enquanto eu batia o pé com as mãos na cintura.

— Escolha um vestido, Henrique, ou ficará sem namorada na festa de noivado da sua ex. — exigi e ele sorriu para mim.

— Ok, querida. — Falou levantando-se. — Mas você usará aquilo que eu escolher.

— Não exagera. — Pedi o recriminando com o olhar.

Ele caminhou entre os vestidos, passando os dedos sobre cada um deles, então escolheu um vermelho, bem chamativo.

— Vista.

— Fale com educação, querido. — Falei com um meio sorriso, mas o repreendendo com o olhar. As atendentes, que estavam ao nosso lado, pareciam estar gostando da cena.

— Por favor. — Disse por fim.

Todas elas estavam babando pelo homem que me acompanhava, mas ele não as notava, nem notava a mim que deveria ser a sua namorada. Sinceramente, toda essa situação me deixava nervosa. Eu nunca pensei que teria que fingir ser apaixonada por alguém, muito menos pelo meu chefe que era uma pessoa difícil de se lidar. Agora estava totalmente encrencada em uma mentira, que eu nem sabia como iria terminar.

Entrei no provador, rezando para aquele ser o último a ser provado, pois eu não era uma mulher que adorava fazer compras. Eu não sabia se ele fazia ideia de como ficaria em mim, no entanto, o vestido ficou perfeito em meu corpo.

O estilo era bem comportado e a única parte que mostrava bastante o corpo era as costas que ficaram muito bonitas.

Saí do provador, e logo que o homem colocou os olhos em mim, um brilho se acendeu, me fazendo sentir um pouco estranha com a intensidade do seu olhar.

— Então, esse ficou bom? — Perguntei um pouco tímida.

— Ficou excelente em você, Elisabete. — Falou, ainda admirado, me fazendo ficar bem envergonhada.

— Ok, então vamos logo. — Disse voltando ao cubículo para tira-lo e sair daquela situação.

***

Faltava meia hora para que Henrique chegasse e ainda não havia colocado o vestido lindo que ele comprou hoje.

Meu peito estava palpitando e com toda certeza eu estava prestes a ter um ataque de pânico. Não deveria ser nada demais, mas sempre que eu estava ao lado daquele homem e ele sorria de uma forma irresistível, esquecia de como o meu chefe era odiável.

Eu estava odiando toda essa situação, porém não poderia fazer nada já que teríamos que interpretar esse papel.

— Nossa, esse vestido é muito lindo. — Falou a minha irmã, praticamente babando em cima do vestido.

— Se quiser pode ir no meu lugar vestindo ele. - Ironizei.

— Não sei do que está reclamando, já que vai a uma festa chique, com um vestido lindo e um homem sexy e charmoso. — Disse ao se virar.

— Querida, você não conhece Henrique Vilella.

— Eu sei que você pode domar aquela Fera.

Dei a ela um sorriso irônico e entrei no quarto para me trocar. Eu não queria pensar nas partes boas de estar fazendo isso, pois não tinha uma parte boa, eu só estava quebrando a cabeça com as coisas do Henrique.

Por isso troquei de roupa rápido e saí de casa sem desejar ouvir as suas besteiras. Minha irmã já tinha me maquiado e feito um arranjo no meu cabelo. Não queria parecer como as outras mulheres que estariam na festa, porém, também não podia ir de qualquer jeito.

Eu sabia que ele estava me esperando, pois, Henrique Vilella nunca se atrasava. Vê-lo naquela roupa me fez quase parar de respirar. O homem me encarou à distância, fazendo a minha insegurança aparecer. Não sabia como ele conseguia mexer comigo dessa forma.

Antes de voltar a caminhar, respirei fundo e tomei coragem. Não era para ser tão difícil. Henrique era um homem frio e arrogante, mesmo parecendo uma escultura grega, isso não mudava esse fato.

— Você está linda, Elisabete. — Falou abrindo seu sorriso que quase me matou.

— Vamos logo. — Falei desviando dele e abrindo a porta do carro.

Não sabia o que estava acontecendo e nem por que estava tão insegura.


A MENTIRA DO CEO: Contrato com o chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora