Epílogo

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Dois anos depois

Henrique

Tudo isso parecia mentira e que a qualquer momento eu acordaria e nada disso seria real. Não era o que eu desejava, pois em muito tempo não era tão feliz.

Todos os dias ao acordar, via seu rosto lindo e seu sorriso matutino que fazia o meu dia valer apena.

Como pude fugir disso por tanto tempo?

Sim, existia uma pessoa específica para cada um, pois se não fosse isso, penso que não estaria tão ansioso para hoje.

Em dois anos aconteceram muitas coisas surpreendentes. Coisas que poderiam nunca ter acontecido da forma como aconteceu, se eu não tivesse mudado e deixado de lado a minha frieza e meu receio.

Dizem que o medo é um instinto que nos protege de coisas ruins da vida. Porém, em algumas situações ele nos impede de muita coisa.

Claro que hoje sou muito mais forte e decidido do que há três anos atrás.

Elisabete e eu somos muito felizes. Há um ano conhecemos um garoto que estava passando por uma situação difícil, que me fez me identificar com ele rapidamente.

Lucas perdeu toda a sua família em um acidente de carro. Ele ficou com sequelas, não só físicas, mas também psicológicas. Perder quem você ama, era a pior coisa que se podia acontecer com alguém.

Muitas pessoas poderiam dizer que não se deveria temer a morte, mas acredito que se deva ter medo da perda, pois essa dói mais que uma ferida no corpo, era uma ferida na alma e não tem remédio no mundo que cure tal coisa.

Elisabete e eu começamos a ajudar um orfanato, e foi por isso que achamos o Lucas. Ele não tinha mais todos os movimentos das pernas e usaria muletas pela vida toda.

Se já era difícil ser adotado sendo uma criança saudável, tendo tal dificuldade piorava a situação.

Quando conversei com minha noiva sobre adota-lo, ela ficou surpresa, mas também feliz. Eu não podia fazer isso sozinho, sabia que teria que ter seu consentimento.

Elisabete me apoiou e sabia que teríamos que dar toda a assistência para essa criança, devido aos seus traumas.

Nosso país dificulta muito a adoção de uma criança, e já faz um bom tempo que lutamos para adotar o garoto que tem seis anos.

Hoje era um dia especial, pois me casaria com Elisabete. Isso ajudaria a acelerar o processo, no entanto, não era só por isso que estávamos fazendo tal coisa. Amo aquela mulher e ela era tudo para mim.

— Como está se sentindo? — Perguntou o meu irmão que me ajudava a me preparar para o grande momento.

— Estou bem, só um pouco nervoso. — Falei ajeitando o meu colarinho.

— Se fosse eu, estaria em pânico. — Disse enquanto olhava para a janela.

— Não se preocupe, em alguns meses, será você a ir para o altar e entrará em pânico. — Brinquei.

— Por que ficaria com medo, é ruim casar? — Perguntou Lucas que estava sentado no sofá.

— Não é nada ruim quando se ama a mulher, é que o Dominic sempre foi um medroso. — Falei indo até ele, e me abaixando. — Está confortável?

— Claro. — Falou baixando a cabeça. — Mas vou estragar as coisas.

— Por que está dizendo isso? — Perguntei fazendo ele me olhar. — O que está acontecendo?

— Tudo está tão bonito, e olha para mim com essas muletas.

Ainda era difícil para ele aceitar a sua nova condição, e nós teríamos que o ajudar nisso.

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