Capítulo 27

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Henrique

Dizer aquelas palavras doeram mais do que eu imaginava. Era para terem sido ditas desde o primeiro momento em que a vi pela manhã, porém, eu não queria deixa-la tão cedo. Desejava aproveitar cada segundo antes de voltar a sermos o que éramos.

Eu não fazia ideia de quando isso aconteceu, mas acabei descobrindo que havia me apaixonado pela minha assistente, que no início achei ser insuportável. Agora, pensava que deixar de ser seu namorado, mesmo que de mentira, seria uma das piores coisas que acontecera comigo.

Elisabete era uma mulher incrível e seu sorriso era a coisa mais linda que eu já tinha visto. Sempre que estávamos juntos, nada mais importava, nem mesmo o trabalho. O problema era justamente eu. Não sou uma pessoa boa, muito menos digna do seu coração.

Estava prestes a falar sobre o que sentia, e talvez fosse o que ela esperava, mas não pude ser egoísta de tê-la sabendo que poderia machuca-la. Todos tinham razão de falar que eu era uma pessoa odiável, porque realmente era. Estraguei as coisas com Amanda, mesmo que hoje eu pense que foi uma benção. E não poderia esquecer-me da minha irmã, ela foi a mais prejudicada, e ainda sofro por ter sido idiota com ela.

Nunca imaginei que realmente iria me apaixonar pela mulher, pois sempre tive em mente que deveria me manter afastado dos sentimentos, no entanto, foi inevitável.

Eu não a via desde aquele dia, isso já fazia dois dias. Estava tendo muitas reuniões fora, e Elisabete ainda trabalhava nos detalhes do nosso novo projeto. Hoje, finalmente não havia reuniões fora da agência, e mesmo sabendo que não deveria, eu queria arrumar uma desculpa só para que ela viesse até mim.

— Aqui estão os desenhos que pediu. — Ela disse ao entrar pela porta.

Sei que só ficamos dois dias sem nos ver, mas ela estava mais linda que o normal. Seu rosto não estava tão alegre como antes e não sabia se eu era o causador disso.

— Como você está? — Perguntei ignorando os papéis que ela colocou sobre a mesa. — Não vi você esses dois dias.

— Estou bem. — Disse distante. — Bem, se não se importa, voltarei para a minha sala. Tenho que terminar outro trabalho.

— Elisabete. — Chamei, impedindo que a morena se fosse logo. — Eu queria dizer que... — Não sabia o que falar, só queria ficar a seu lado. Novamente a minha mente julgou o meu lado emocional idiota. — Você e eu vamos trabalhar juntos na reforma dos Rodrigues. — Eu não precisava dela nesse projeto, só me acostumei a tê-la comigo.

Elisabete ficou surpresa e me encarou com dúvida. Recostei e peguei o que estava sobre a mesa. Eu não deveria estar fazendo esse papel de louco apaixonado, pois há dois dias tive a oportunidade de falar tudo o que sentia para ela, mas meu cérebro estava agindo por conta própria, parecia que estava em abstinência.

— Tudo bem. Quando estiver pronto, é só me chamar. — Disse e saiu.

Ela estava se afastando, mesmo tendo dito preferir que nós fôssemos amigos. Claro que eu não era um homem que tem vários amigos, no entanto, ter esse título era melhor que nada, o problema era que Elisa não queria mais ter qualquer relação comigo.

***

Já fazia uma semana que voltamos a trabalhar juntos e a mulher ainda estava distante. Só falávamos sobre assuntos relacionados ao trabalho e ela não sorria mais quando a elogiava pela manhã.

Talvez eu seja realmente o problema e não deveria insistir em continuar com isso. Eu sou o chefe e não posso deixar que minha cabeça enlouqueça por causa disso.

— Agora que já estamos nos ajustes finais, acredito que possamos trabalhar separados. — Falei, após tossir. — Suas ideias tornaram tudo mais lindo, e pode cuidar do restante sem mim.

A MENTIRA DO CEO: Contrato com o chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora