Capítulo 25

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Elisabete

Estar em Fernando de Noronha era um sonho realizado. Muitas pessoas querem ir à Disney ou a outros lugares do mundo, mas eu desejava apenas viajar para lindos lugares do Brasil. Minha mãe sempre dizia que era desejando coisas pequenas que chega-se longe, e a mulher estava certa.

Depois que fui demitida, eu só queria um emprego de paisagista e o consegui, agora estava nessa ilha maravilhosa, mesmo que fosse a trabalho, estava feliz.

— Sempre quis vir aqui. — Comentei assim que entramos pela porta do hotel. — É interessante que estar ao seu lado me traga a lugares que sempre tive vontade de conhecer.

— Fico feliz, mas acredito que você não esteja aproveitando o pacote completo. — Falou brincando ao meu ouvido e dando uma piscadinha.

Henrique tinha um sorriso pervertido no rosto e eu... vergonha. Primeiro fiquei surpresa com a sua brincadeira, pois nunca ouvira o homem falar dessas coisas, e depois confusa, já que até ontem ele estava chateado com tudo.

— De onde veio todo esse sarcasmo? — Cochichei.

Eu não queria que Roberto ou Serena escutassem nossa conversa ou eu ficaria ainda mais envergonhada.

— Pensa que sou chato o tempo todo? — Questionou-me franzindo o cenho, passando à minha frente.

Minha cabeça estava atordoada com os últimos acontecimentos. Henrique estava estranho, uma hora ele era rude e grosso, depois era educado e brincalhão.

Judi fez nossas reservas em um hotel lindo da ilha que não ficava muito longe da praia. Fernando de Noronha era conhecido por ser uma linda ilha onde milhares de pessoas vinham para visitar. Suas praias são maravilhosas, fora as trilhas, cachoeiras e mergulhos no mar. Sei que não iremos aproveitar tudo isso, já que nosso objetivo aqui era outro, mas só de respirar esse ar, meu peito aquecia.

Subimos para o quarto onde Henrique e eu ficaríamos juntos, pois todos acreditam que éramos um casal apaixonado, porém foi só abrir a porta e olhar para aquela grande cama que meu coração ameaçou a pular do peito.

Já era difícil o bastante estar ao lado dele, e em alguns casos, beijá-lo, mas dormir na mesma cama.... Isso seria o fim da minha sanidade mental. Claro que o homem era um grosso e arrogante, no entanto, também era lindo, cheiroso e tinha um ímã dentro dele que me fazia querer jogar tudo para o ar e me entregar a essa loucura.

Para Elisabete. Ele é seu chefe e não quer nada com você.

— Espero que isso dê certo, pois posso sair daqui bem chateado. — Sua voz soou no meu ouvido, despertando-me das minhas alucinações.

— Você tem que entender que eles são pessoas, e que estão passando por um momento difícil. — Falei colocando minhas coisas no canto da cama. — Por exemplo: se estivéssemos em um relacionamento real e você fizesse merda para nos separarmos, eu nunca mais iria querer ver você na vida.

— Você é uma mulher rancorosa?

— Sou humana.

Ele revirou os olhos para mim, caminhou até a varanda e o acompanhei. O lugar era lindo, e como estava no fim da tarde, a imagem azul do mar se unia ao pôr do sol. Por um instante, vi o cara carrancudo apreciar a paisagem e respirar fundo.

Henrique Vilella me deixava fora da Terra sem ao menos fazer nada. Eu ainda não queria acreditar estar gostando dele dessa forma. Até ontem eu estava chateada com a sua mudança repentina, mas tinha que admitir que lá no fundo, mesmo querendo ficar irritada com o homem, eu não conseguia. Não mais.

Após conhecê-lo melhor, pude ver que Henrique tem uma alma, e ela não era tão fria e arrogante quanto sua casca. Acredito que ele faça tal coisa para se proteger. O chefe durão que conheci, era, na verdade, um homem que teme amar e depois perder.

A MENTIRA DO CEO: Contrato com o chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora