Capítulo 30

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 Elisabete

A partir do momento que nos abrimos em relação ao que sentíamos um pelo outro, tudo se tornou real e bem mais complicado. Primeiro existiam os traumas e os receios de Henrique que agora eu tinha conhecimento sobre o que levou um homem como ele ser tão frio dessa forma.

Todos nós temos os nossos demônios e os guardávamos à sete chaves. Às vezes eles nos faziam mudar, pois pensávamos que dessa forma não erraríamos outra vez, mas esse era o problema. Ficar no passado, preso a um erro, só nos prejudicava e impedia que seguíssemos a vida.

Henrique Vilella era um homem bom, ele só queria se manter seguro para não passar pelos mesmos erros do passado.

Eu o entendia, mas desejava ajuda-lo a sair desse quarto escuro onde o homem sensível e carinhoso se colocou por não se achar merecedor.

Era nítido que ele se culpava pelo que aconteceu e seria difícil convence-lo do contrário.

Eu também não poderia esquecer-me da sua mãe que deixou claro da última vez que nos vimos o quanto reprovava a nossa relação, porém, isso não impediria que nos amassemos. Se enfrentei a ira de Henrique lá no começo, não voltaria atrás numa decisão por causa de uma senhora preconceituosa.

Concordamos que teríamos um novo começo, sem mentiras. Por enquanto, isso ficaria entre nós, mas foi impossível esconder a minha alegria de Mariana que assim que passei pela porta fez questão de me interrogar.

— Você passou a noite com o Fábio? — Perguntou ela com sua expressão supressa e um começo de sorriso pervertido. — Nunca pensei que minha irmã daria um péssimo exemplo desses.

Olhei para a garota querendo a esganar pela sua piada de mau gosto.

Sim, eu fiquei na casa de Henrique, mas não fizemos nada de mais, eu só quis ficar ao seu lado e conforta-lo.

— Eu não fiquei com Fábio, sua ridícula. — Disse colocando as chaves no seu lugar habitual.

— Então encontrou outro? — Perguntou chocada e virei-me para ela, irritada.

— Não interessa a você. — Disse e caminhei até meu quarto para tomar um bom banho.

— Claro que interessa, mamãe disse que era para cuidar de você, e se não me falar conto para ela que você saiu e passou a noite fora. — Ameaçou, mas dei uma alta gargalhada.

— Não sou mais criança, e você não tem o direito de me questionar, já que passa longos dias fora fazendo sabe-se lá o quê, e eu não a julgo. — Falo apontando o dedo para ela.

— Você é menos curiosa do que eu, e vai logo falando se não quiser que eu descubra seu podre sozinha. — Insistiu.

Eu já estava cheia com a sua insistência, mas também animada para dizer o que havia acontecido, já que minha irmã era a única amiga que tinha na cidade.

— Ok, mas não porque você está me ameaçando e sim porque estou feliz e animada. — Falei sentando na cama. — Isso tem que ficar entre nós, nada de sair falando, pois queremos primeiro recomeçar de uma forma mais saudável.

— Você e o cunhado gostoso voltaram? — Questionou sentando-se rápido na cama ao meu lado.

Mariana estava de boca aberta, mas aparentemente feliz com a notícia, o que me deixou confusa, pois há uma semana ela me apoiava a sair com outro.

— Primeiro, como você sabe que pode ser ele, e segundo, por que toda essa animação se até ontem você dizia ser melhor que eu "saísse com outros caras" para esquecer a paixonite do chefe? — A questionei franzindo o cenho.

A MENTIRA DO CEO: Contrato com o chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora