capítulo 38

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 Henrique

A noite começara estranha. Não bastasse ter me irritado no trabalho e passado o dia pensando na loucura que Serena aprontou, meu irmão voltou de Porto de galinhas e se convidando para a noite que eu tinha planejado com Elisabete e Mariana.

Meu irmão sempre foi reservado, nunca fomos de brigar por nada. Dominic se afastou de todos depois do acidente com Anna, mas sempre nos comunicávamos. Sua repentina aparição me fez pensar no motivo de sua volta. Geralmente somos nós que sempre o visitamos em seu hotel.

Sem falar que Mariana ficou um pouco estranha quando o viu. A mulher não era de ficar calada, acredito eu. Agora ela estava sentada, sem dizer uma palavra.

— Porque sua irmã está tão... quieta? — Perguntei a Elisabete, sussurrando em seu ouvido.

— Também não faço ideia. — Ela disse observando a irmã. - Acredito que seu irmão a deixou nervosa, mas isso é estranho.

— Dominic não volta para casa há muito tempo, acredito que tenha algo que eu ainda não saiba. — Comentei.

— Por que vocês dois estão cochichando? — Meu irmão pergunta com os olhos cerrados.

Os dois nos observam curiosos, mas não se comunicaram entre si. Desde que elas chegaram, Mariana foi a única que ignorou Dominic.

— Estávamos comentando sobre vocês. — Falei e levei uma cotovelada da minha namorada. — Ai, você é forte. — Reclamei. — Por que vocês estão tão estranhos?

— Não é nada, cunhado. — Respondeu a baixinha.

— Podemos começar esse jantar ou não? — Perguntou o meu irmão parecendo chateado.

Eu não queria importunar a vida do meu irmão mais novo, no entanto, não pude deixar de notar sua reação estranha. Em outro momento oportuno, eu iria fazer perguntas sobre essa situação toda.

Pelo menos ao decorrer do jantar, o clima mudou um pouco. Pudemos conversar e vi o sorriso e sarcasmo característico de Mariana que me divertiu o jantar inteiro. Entretanto, o fim foi a confirmação das minhas suspeitas. Meu irmão e Mariana tinham um relacionamento. Estranho e embaraçoso que me deixou confuso, mas sim, eles estão ou já estiveram juntos.

Enquanto as mulheres seguiram para o banheiro, tive a oportunidade perfeita para questionar isso com Dominic. Pensando bem, isso poderia ser uma coincidência muito bizarra.

— Você já dormiu com ela, não foi? — Perguntei ao me aproximar.

Ouvi o suspiro pesado do meu irmão e tive certeza da minha pergunta. Porém, isso era algo inacabado e meu irmão não era de correr atrás de mulher nenhuma. Na verdade, ele era o tipo engraçado e simpático, mas também era o cara que nunca se abria para um relacionamento tão fácil.

— Não importa. — Respondeu seco.

— Meio que importa, Dom. Essa é a irmã da minha namorada, e se meu irmão magoar a irmã dela, acredito que até para mim sobre. — Disse servindo dois copos de bebidas. — Então começa a falar. Como vocês se conheceram?

Não pude descrever como ele estava me olhando. Posso ser reservado, mas Dominic era alguém além de mim, e acredito que ele esteja lutando contra si, para me falar algo.

— Ela é guia turístico, e ocasionalmente iríamos nos encontrar. Eu não fazia ideia de que era irmã da mulher que conseguiu te enfeitiçar, mas agora consigo entender o porquê estou assim. — Disse e bebeu um longo gole do whisky. — Foi o maldito concurso. Ela participou.

— Que concurso? — Questionei curioso para saber mais da história.

— Garota verão. — Disse olhando para o nada. — Foi uma ideia do Igor, meu gerente. Mariana participou e foi a melhor, tanto que ganhou o prêmio e a minha cabeça, pois a danada não saiu da minha mente.

A MENTIRA DO CEO: Contrato com o chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora