Capítulo 11

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Elisabete

Desde que conheci Henrique, tentei imaginar o que poderia ter acontecido para que um homem como ele, que tem tudo, poderia se tornar alguém tão odiável e agora eu sabia.

Claro que ele não deveria deixar que uma mulher o mudasse tanto, ao ponto de se tornar uma pessoa tão amarga e arrogante, mas era compreensível quando se pensava que ele a amava e ela o fez pensar que o seu modo de ser era horrível, o que não é verdade.

Acredito que ser tão distante das pessoas seja um modo de defesa dele, para que ninguém possa o magoar de novo, então ele decidiu que seria ele a magoar.

Minha irmã diria que eu estava fantasiando ao pensar que eu poderia fazê-lo enxergar o contrário, mas pelo meu bem e o bem de todos, eu teria que tentar.

Ouvi-lo falar sobre o seu relacionamento conturbado com Amanda me fez sentir compreensão e fiquei ainda mais chateada com a vadia. Por isso que quando a avistei sobre os ombros dele, se aproximando de nós, tomei uma atitude impulsiva.

Mas acredito que tenha sido uma má ideia, já que assim que meus lábios tocaram os deles, senti algo novo e muito forte que até agora não conseguia explicar.

Uma grande parte de mim não queria que aquele momento acabasse, porém, não estávamos em um lugar qualquer, e pior, ele era meu chefe, apesar de toda essa mentira, ele ainda deveria ser visto como tal.

Vi que meu trabalho valeu a pena quando a loira estava em nossa frente com os olhos vermelhos de ódio, mas teve que disfarçar para que o seu noivo não desconfiasse de nada.

Era óbvio que eu estava envergonhada pelo o que acabei de fazer, no entanto, para todos nós éramos namorados e isso era normal.

— Que bom que vieram ao nosso noivado. — Falou Rodolfo muito simpático.

Eu tinha pena do homem por estar se iludindo com Amanda, já que para mim, ela parecia estar com o coitado apenas pelo interesse próprio.

— Não perderíamos a oportunidade de parabenizá-los pelo noivado. — Disse meu chefe, muito empolgado.

Era interessante vê-lo assim, já que alguns minutos atrás, ele estava tão desanimado.

— Quem sabe vocês não serão os próximos. — Ele disse e quase me engasguei com a saliva.

Henrique sorriu enquanto me cutucava pelas costas. Eles continuaram conversando enquanto Amanda nos encarava, se mantendo calada.

Fiquei feliz quando outro casal os chamou, nos liberando da tensão que a aproximação daquela ridícula causava.

— Quanto tempo mais temos que ficar aqui? — O perguntei sussurrando.

— Não muito. — Falou sorridente.

— Não me olhe desse jeito, eu só fiz aquilo para o ajudar. — Reclamei incomodada com o seu olhar engraçado.

— Sei. — Continuou com graça. — Então quer dizer que não tirou uma casquinha enquanto me ajudava.

Fiz uma cara de ofendida, ao mesmo tempo envergonhada.

— Não sou desse tipo, senhor Vilella. — Falei virando o rosto. — Talvez tenha sido você que tenha tirado proveito da minha boa ação.

Sua gargalhada chamou a minha atenção, e ao olha-lo tive a sensação de que meu rosto estava em chamas.

— Não sabia que era tão engraçada. — Falou enquanto tentava parar de rir. — Gosto de mulheres que me fazem rir. Não são muitas.

— Está me chamando de palhaça? — O questionei.

— Estou dizendo que posso começar a gostar de você se continuar fazendo boas ações como essa. — Disse olhando para as pessoas.

A MENTIRA DO CEO: Contrato com o chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora