Capítulo 35

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Elisabete

Depois daquele episódio conturbado com Fábio e Henrique, meu namorado estava um pouco retido. Senti-me mal por isso, pois, sabia que involuntariamente era culpada pelo que aconteceu. Eu deveria respeitar os sentimentos dele, assim como ele faz comigo. Sabia que ainda existia insegurança dentro de Henrique e isso poderia fazê-lo mudar de ideia em relação a nós.

Passei a noite pensando e decidi que os sentimentos que sentia por ele era muito maior e importante, e que mesmo Fábio sendo uma boa pessoa, aparentemente, eles tinham uma rivalidade e não seria eu que ficaria no meio disso.

Deixei isso claro quando mandei mensagens para ele e sua resposta me deixou pensativa.

"Você irá se arrepender, docinho. "

Não sabia do que ele estava falando, mas se fosse em relação a Henrique eu não ligaria. Conheci o homem rude, grosso e arrogante que só pensava em trabalho. Depois, descobri seu interior que era totalmente diferente do que se tinha por fora.

Eu me apaixonei pelos dois lados, mesmo que me irrite às vezes as suas grosserias, ninguém era perfeito. Não sou nenhum anjo e também tenho os meus defeitos, e Henrique gosta disso também. Não podia deixar que nada e nem ninguém ficasse no meio de nós, e isso valia para Fábio.

— Você parece meio aérea hoje. — Disse Mariana que acabou de chegar de Porto de Galinhas.

— Ontem meio que rolou uma briga aqui na porta de casa, a culpa foi minha. — Disse ainda pensando no ocorrido.

— Você brigou com o chefe gostosão? — Perguntou sentando quase às pressas na cadeira à minha frente.

— Não exatamente, mas Fábio apareceu do nada e Henrique chegou bem na hora.

Não havia nada de emocionante no meu relato, porém, minha irmã parecia estar escutando algo bastante interessante e cheio de alegria.

— Dois gostosos brigando por você. — Disse achando fenomenal. — Que evolução. Eu te falei que só era se livrar daquele encosto do Miguel que a sua vida dava um salto.

— Mariana, isso não tem graça, meu namorado ficou muito chateado com a situação. Eu te disse que eles se odeiam. — Falei irritada, levantando-me.

— Isso só deixa a história melhor ainda. — Disse com um sorriso. — Quer dizer que ele te ama de verdade. Sabe, eu acho que precisava de um rival para o cara abrir os olhos.

Era verdade que não teríamos voltado se não fosse pela existência de Fábio em minha vida, e isso só comprova o quanto o homem era teimoso e turrão, porém, por duas vezes Fábio incitou a dúvida na minha cabeça e não desejo que isso volte a acontecer.

— Não importa, não quero brigar com Henrique e nem quero ter o "rival" dele me cercando. — Disse voltando ao quarto para me arrumar.

— Podemos rachar um Uber hoje?

— Pensei que iria descansar já que acabou de chegar. — Questionei.

— Vou descansar de outra forma.

O que isso queria dizer, que ela tinha um compromisso com alguém?

Eu não costumava interrogar a minha irmã em relação a sua vida pessoal, mas isso não queria dizer que eu não ficava curiosa.

— Está saindo com alguém? — Perguntei aproximando-me com os olhos cerrados.

— Talvez. — Respondeu com um sorriso bocó no rosto.

— Conheço essa pessoa?

Ela não me respondeu de cara, ficou me encarando como se pensasse na resposta. Seja lá quem fosse, a coisa deveria ser complicada.

A MENTIRA DO CEO: Contrato com o chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora