Capítulo 32

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Henrique

Nunca imaginei que estaria tão feliz, simplesmente por ter alguém em minha vida. Sempre quis evitar ter sentimentos tão complexos e intensos por uma mulher.

Com Anastácia as coisas foram totalmente diferentes. Ela era mimada e sempre ficava chateada com tudo, no entanto, queria tanto casar-se que aceitava tudo o que eu queria, até o momento em que fui rude o suficiente que a forçou a acabar com o relacionamento.

Confesso que fiz tudo de propósito, mas agora me sentia mal pelo que fiz. Eu deveria ter sido sincero com a mulher, e ter acabado tudo antes de chegar àquele ponto.

Acredito que a convivência com Elisa esteja me mudando, pois há alguns meses eu ainda acharia tudo uma boa ideia.

Leva-la para outra cidade no fim de semana, me ajudou a descobrir o que eu realmente queria e o que tinha que fazer para não a perder.

Era assustador perceber que agora eu estava receoso porque sentia que poderia estragar tudo. Ainda me questionava se era merecedor de recomeçar, sendo que Anna não estava mais aqui por minha culpa.

Voltar para a cidade era como jogar um balde de água fria em tudo o que vivemos nesses dois dias. Só de lembrar da noite que tivemos, me deixava feliz.

Sim, eu estava feliz por muitas coisas, e para ser sincero, isso me assustava. A sensação era de calmaria antes do desastre, e rezava para que ela passasse longe de nós.

Na segunda a agência estava calada. O local era uma área aberta com várias mesas e computadores onde todos trabalhavam. Os escritórios ficavam ao redor desse espaço, e ao caminhar até a minha sala, notei como todos estavam estranhos, como se tivessem tido uma péssima noite de sono.

— Judi! — Chamei minha secretária que usava óculos escuros, dentro do local fechado, mas ela não me ouviu. — JUDI!

Tive que praticamente gritar para que a mulher finalmente se movesse. Os que estavam em seus lugares se assustaram e achei tudo ainda mais estranho.

— Sim, Senhor Vilella? — Disse com a voz rouca.

Aproximei-me mais dela que estava estática, e levantei seus óculos. Constatei o que já imaginava.

— Por que parece que todos estão de ressaca? — Perguntei sério.

Judi pigarrou e ajeitou a postura, mas não me convenceu.

— Talvez estejamos um pouco... indispostos, senhor, mas não se preocupe, continuaremos trabalhando. — Disse firme.

— Todos vocês foram ao mesmo local? — Questionei olhando o estado de alguns.

— O senhor Roberto disse que deveríamos aproveitar já que não compareceu ao seu aniversário.

Respirei fundo tentando buscar a paciência do fundo da minha alma. Todos os anos era a mesma coisa. Eles sabiam o quanto eu odiava comemorar meu aniversário, mas nunca desistiam.

— Eu deveria demitir todos e contratar pessoas que finalmente entendessem o quanto odeio festas. — Disse saindo do espaço.

— Não será preciso, senhor, na verdade, foi a sua mãe que nos convidou. — Ela explicou.

— O quê?! — Parei bruscamente e virei-me. — Por que ela faria isso?

Por cima do ombro de Judi, vi Elisa caminhando até nós. Ela estava com um sorriso no rosto que me fez esquecer o que havia acontecido.

— Henrique Vilella, você poderia dizer onde você estava? — A voz da minha mãe quase fez com que eu derrubasse os papéis que carregava.

Deu para perceber que o sorriso encantador que estava nos lábios de Elisabete havia desaparecido, e inteligentemente ela foi direto para a sua sala.

A MENTIRA DO CEO: Contrato com o chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora