Elisabete.
Depois daquela conversa com minha irmã fiquei possessa e quis estrangular a Vilella mãe, mas tive que me conter, pois ela ainda era mãe do homem que eu amava e não queria fazer algo sem que ele soubesse.
Na nossa conversa, deixei claro o que achava e o que faria. Henrique sabia de algumas coisas, pois também perguntou ao irmão, minutos antes, sobre seu relacionamento com minha irmã.
Sabia que era muita coincidência os dois terem algo, e sabia que o destino, mais uma vez, estava brincando conosco.
Eu nunca conheci uma mãe tão péssima quanto Catarina, que preferia ver seus filhos infelizes ao lado de quem não amavam ao invés de estarem com quem gostavam.
Eu estava pronta para enfrentar a jararaca de frente assim que amanheceu. Minha cabeça estava cheia e eu poderia cometer uma barbaridade se a mulher me provocasse.
Resolvi ir a sua casa, pois assim nossa provável discussão não iria chamar a atenção de ninguém. Eu odiava brigar e sempre optava pelo dialogo, entretanto, dessa vez eu não estava com paciência e estado mental para manter as coisas tão pacíficas assim.
Não era muito cedo, pois não queria chegar e ver a dondoca acordando e sabia que ela era a típica ricaça que dormia até mais tarde.
Vida de privilegiada.
Já na entrada da mansão, dava para ver o luxo da vida de mordomias. Tudo era em tons claros e vidraça. Havia jardineiro, seguranças e motorista.
Tive que ser anunciada antes de entrar. O que me deixou ainda mais impaciente. Fiquei surpresa quando o homem alto com cara de mal autorizou a minha entrada.
Todos foram bem simpáticos comigo, e imaginei que eles passavam um inferno com essa enviada do capeta.
A porta da entrada era enorme. Uma mulher, já de idade, veio me atender. Ela me informou que Catarina estava terminando o café, e já viria me receber.
Enquanto esperava, não pude deixar de observar cada detalhe. Era uma arquitetura moderna e muito linda. Óbvio que a esposa e mãe de arquitetos teria uma casa perfeita assim.
— Tudo aqui foi importado. — Ouvi sua voz e fechei os olhos respirando fundo. — Gosto de ter o melhor ao meu redor. Mas nem sempre tenho sorte. — Virei-me e ela estava me olhando dos pés à cabeça.
— Do que adianta ter coisas tão lindas e de boa qualidade se no interior da pessoa não se tem o mesmo. — Disse abrindo um sorriso falso.
— Você é uma mulher de muita classe, Elisabete. Até seu nome não é a forma certa de se escrever. O Brasil tende a abrasileirar tudo, acho isso muito fora de classe.
— Sabe, Catarina, você passou por muita coisa e isso consigo ser compadecida, porém, nada justifica você agir de forma tão... sem caráter. — Comecei aproximando-me da mulher que me olhou com surpresa. — É lindo ouvi-la falar como vive de forma chique e que tem classe, mas acredito que lhe falte caráter e até me arrisco dizer, humanidade.
— Como pode vir até a minha casa para me ofender? — Reclamou ofendida.
— Assim como você nos procura quando quer soltar o seu veneno, acostume-se a receber o mesmo, não importa onde. — Falei cerrando os olhos. — Nunca imaginei que alguém que diz ter tanta fineza pudesse ser tão baixa a ponto de ameaçar a minha irmã, me usando.
Ela deu um sorriso que não saiu som algum. Dava para ver o deboche em sua essência e isso me irritava cada vez mais.
— Não pode me acusar de usar as minhas armas. — Disse ainda com um sorriso em seu rosto. — Mas não vou permitir que mulheres como vocês entrem para a minha família. Acredita que a espertinha recusou o meu dinheiro? Acredito que ela visava muito mais, porém, usei algo que a impedisse de continuar. Agora só falta você.
— Antes que continue se achando a rainha da situação, saiba que conversei com minha irmã e a convenci a lutar pelo seu amor. Acredita que seu filho veio até a capital atrás dela? — Era visível a sua surpresa. – Penso que não apostava que ele a amasse, mas olha, foi o que aconteceu e se eu estiver certa, muito em breve estarão juntos novamente.
— Só por cima do meu cadáver. — Ameaçou irritada.
— Cuidado, seu coração pode ser fraco e não quero que meu namorado perca a mãe tão jovem. — Ironizei.
— Fiquei sabendo que você conseguiu enfeitiçar o meu Henrique. — Falou ao se aproximar bruscamente de mim. — Não vou permitir que...
— Nem tente. Henrique e eu nos amamos, e não permitirei que suas armas funcionem contra nós. — Disse ficando frente a frente com a mulher. — Sempre acreditei que as mães quisessem o melhor para seus filhos. Que elas eram felizes quando eles estavam felizes. Porém, você faz de tudo para vê-los da pior maneira possível. — Ela ficou de boca aberta com o que falei. Acredito que nem perceba o mal que faz para seus filhos, pois só pensa em si mesma. — Não pensa que eles já sofreram o bastante com a perca da irmã?
— Não ouse tocar no nome da minha filha.
Foi a primeira vez que vi alguma emoção nos olhos da mulher. Não posso usar isso para atingi-la, pois eu estaria sendo pior que ela. Claro que Catarina sentia tristeza pela perda de um filho, e pelo menos isso me fazia acreditar que a mulher pudesse mudar.
— Não quero ofende-la usando tal coisa, mas não vou permitir que me separe do seu filho e nem minha irmã de Dominic. — Disse me afastando. — Se isso acontecer, será porque decidimos isso por si e não porque desaprova as mulheres que eles escolheram. Pode nos odiar, porém, peço que não prejudique ainda mais os dois.
Catarina não disse mais nada e não fiquei para ouvir mais das suas palavras de desaprovação.
Meu dia começou de uma forma bem estressante.
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A MENTIRA DO CEO: Contrato com o chefe
RomanceSinopse Uma mulher traída. Um chefe arrogante. Uma mentira perigosa. Você já se imaginou em um dia dos infernos? Eu tive um dia assim. Primeiro, me adiantei e cheguei no trabalho duas horas mais cedo, fui demitida e quando cheguei em casa, descobr...