Capítulo 21

11.5K 766 6
                                    

Elisabete

Ter que suportar aquela mulher, foi como estar sendo queimada viva. Meu nível de estresse foi às alturas e quase gritei no meio daquela confeitaria. Ainda não sabia o porquê não fiz, mas foi melhor assim.

Fiquei surpresa com o convite de Henrique, e tão curiosa que tive que aceitar. Ultimamente estávamos ficando mais próximos, e mesmo que sua mãe fosse uma megera, não podia mudar a forma como estávamos, pois estava gostando disso.

Minha surpresa foi muito maior quando vi que estávamos indo para a sua casa. Ele nunca tinha me convidado para tal lugar, só chegamos a ir a Porto de Galinhas, coisa que eu já considerava um avanço.

Esse homem ainda era um mistério e quanto mais o conhecia, mais conseguia entendê-lo.

Algo aconteceu em seu passado, fora o seu caso com Amanda, que deixou marcas em sua mente. Ele não revelava muito sobre isso, mas quando soltava algumas pistas, eu conseguia ver amargura em seu olhar. Não ousava perguntar nada, porque, seja lá o que for que tenha acontecido, era algo muito doloroso e Henrique poderia novamente se fechar.

Ao sair do carro e olhar detalhadamente para a propriedade, fiquei encantada com o lugar. Era muito grande e a casa foi projetada para dar conforto e ainda ser lindo. Sua entrada era constituída por imensos vidros que davam a visão do lado de dentro, e acredito que também sirva para uma boa iluminação.

A casa, se isso pudesse ser considerado uma casa de tão grande, tinha o formato de um cubo e não era só a frente dela que estava quase exposto, mas também todo o perímetro. Constatei isso ao entrar pela imensa porta de madeira.

Era clara a minha admiração.

— Você tem uma bela casa. — Disse ainda observando os detalhes.

Eu não pensava que Henrique Vilella vivesse em uma casa como essa. Na verdade, o imaginava morando em um apartamento frio e alto, porém, esse homem me impressionava o tempo todo.

— Obrigado. — Falou.

Voltei minha atenção para o homem parado em minha frente, e ele estava me encarando, acredito estar supondo que eu era louca ou algo do tipo. Ele parecia fazer parte da decoração de tão lindo. Lá no fundo meu coração se aqueceu e uma sensação estranha brotou no meu peito. Tive que desviar meu olhar dos seus olhos intensos, pois pensava que era por isso que estava tão estranha.

— Sempre traz suas namoradas de mentira aqui? — Brinquei tentando mudar o clima ainda estranho.

— A única que já veio aqui foi Anastácia, mas ela nunca passou muito tempo. — Respondeu abrindo um meio sorriso e caminhando para outro cômodo. — Comprei esse lugar depois da minha desilusão amorosa com Amanda, e de lá para cá eu nunca mais quis conviver com ninguém. Minha relação com Anastácia era quase a distância e foi isso que a fez ir embora também.

— Pensei que ela era a sua noiva. — Questionei o seguindo.

— Ela era. — Confirmou.

Sentei-me no banco em frente a sua bancada, enquanto o homem começava a organizar algumas coisas para começar a cozinhar. Eu ainda estava confusa com muitas coisas.

— Você não morava com a sua noiva? — Perguntei achando essa história maluca. — Então como iria se casar com alguém que você não conhecia e nem convivia?

— Essa é uma ótima pergunta. — Disse sorrindo. — Eu não ligava muito para isso, porém, acredito que não chegaria a ir muito longe.

— Como você quer uma família se não pode nem conviver com alguém?

A MENTIRA DO CEO: Contrato com o chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora