CAPITULO43: Riko.

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Kevin era uma criatura curiosa quando queria, agora estava sendo ajudado por Neil e Andréw a ficar de pé para se secar melhor.

  Ele estava tendo um dia particularmente difícil, tendo recaídas sobre seu tempo em everymore,era complicado para ele desapegar daquilo tudo, era tudo que conhecia.

  Não se poderia dizer que Kevin e Riko eram amigos, mas dizer que não eram, era uma mentira pior que dizer que não queriam ser amigos, eram apenas crianças quando se conheceram.

  Kevin tinha acabado de perder sua mãe quando o tio de Riko assumiu sua guarda, para treinar o garoto a favor de sua família e dar um presente para o sobrinho mimado que tinha.

  O menino de olhos verdes, não era tratado como um igual pelo treinador e muito menos por Riko ele não era um humano aos olhos dele, não era nada para eles se não tivesse talento.

  Conseguindo se destacar, Kevin era o número dois, Riko fazia questão de lembrar quem Kevin era, marcando seu rosto com um número dois em sua bochecha e o número um em sua própria com canetas permanentes.

  Antes de Riko ser o grande babaca que era, ele era apenas uma criança, que corria pelos vestuários enquanto a mãe de Kevin e seu tio conversavam sobre os times em potencial.

  Kevin lembrava do sorriso de Riko quando era pequeno, correndo e brincando de marcar pontos nele, da risada e a animação que o garoto tinha em seu corpo.

  Mas conforme o tempo ia passando, mais cruel Riko se tornava, com seu tio sempre o lembrando de sua superioridade, em relação ao resto do mundo e pessoas.

  Se Riko não quisesse saber seu lugar bom bem, ia aprender por mal a ser o que tinha nascido para ser, ele aprendeu a gostar de ser um rei, de ser superior e foi enlouquecendo aos poucos.

  Até se tornar a criatura sádica e cruel que ele era, que Kevin tremia somente de ouvir o nome, Riko o tinha em sua mão, poderia fazer o que quisesse com o menino assustado.

  Ele ainda tinha uma lembrança vivida de uma surra brutal que assistiu, quando o tio de Riko pegou os dois brincando ao invés de trinarem, os dois haviam se distraído por um instante.

  Começaram a bater uma raquete contra a outra de forma feliz e carinhosa, estavam apenas brincando, quando o homem invadiu a sala, com uma cara furiosa chamando Riko.

  Quando questionou sobre o que faziam, Riko protegeu Kevin dizendo que a culpa era dele, que tinha permitido a tal brincadeira acontecer, acabando por levar uma bofetada no rosto.

  Riko caiu no chão e começou a levar golpes com a bengala do tio, Kevin ainda podia ver as marcas roxas em suas costas e pernas, que o lembrariam que ele não era um qualquer.

  Depois daquilo, Riko nunca mais foi o mesmo, começou a ser cruel, sadico, inventando tudo quanto é tipo de castigo doloroso para conseguir a submissão dos outros ao seu redor. 

    Flashback

  —Sabe o real motivo de Kevin ter vindo parar em Palmetto?

– Ele quebrou a mão – respondeu Neil. – Ele não conseguia jogar, então se transferiu como treinador assistente.

– Eu o trouxe aqui – corrigiu Wymack. – Ele apareceu no meu quarto de hotel no banquete de inverno, sua mão estava uma bagunça ensanguentada. Ele não queria que avisássemos os Corvos ou o levássemos para um hospital, então Abby enfaixou o melhor que pode, eu o trouxe para a Carolina do Sul com a gente.

– Isso não faz sentido – disse Neil. – Como ele foi da estação de esqui para o hotel?

– Ele não estava nas montanhas.

Para sempre uma raposaOnde histórias criam vida. Descubra agora