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Quando seus lábios tocaram os meus, um formigamento quente cobriu o meu corpo. Desligando qualquer pensamento lógico de certo ou errado que eu pudesse ter a ser massacrada por aqueles lábios cálidos, repletos de desejo.

Suas mãos apertavam minhas costas, não dando espaço para fugas. Deixei um gemido escapar quando ele descolou nossas bocas apenas para morder meu lábio inferior, provocando-me, logo aprofundando outro beijo, explorando minha boca como não tinha feito antes, eu estava completamente presa naquela sensação nova e acabei retribuindo. Aprofundando o beijo com a minha própria vontade. Respirar não parecia mais tão importante. 

De alguma forma acabamos na mesa, esparramando qualquer coisa que estivesse sobre ela no chão, comigo parcialmente sentada enquanto ele se inclinava sobre mim, com uma mão em meus cabelos. Seus dedos haviam encontrando alguma brecha em minha roupa e tocavam minha pele sem barreiras. Movi uma de minhas mãos para dentro de sua camisa, tocando seu abdômen plano. Ele encontrou minha outra mão e a guiou até os botões, ajudando-me a desabotoa-los até que eu estivesse de fato tocando toda a pele de sua abdômen. E que os céus me tivessem, mas como eu adorava aquele contato, aquela calor único que emanava de sua pele, de suas mãos, de seus lábios. 

Minha mente rodopiava tentado estabelecer todas as coisas que nossos corpos faziam. Ouvi o som de algo se partindo, mas eu só registrei que era parte da minha roupa quando senti o calor das mãos dele retendo-se brevemente em meus seios. Seus lábios deixaram os meus para reclamar a pele do meu pescoço e eu arfei sentido seus dentes se enterrarem brevemente, um tipo de prazer que eu nunca pensei que sentiria percorreu meu corpo e eu me apoiei com as mãos na mesa para dá-lo um acesso melhor. 

Ele não parou, dando pequenos beijos pela extensão do meu pescoço, descendo até impetuosamente afundar seus dentes em meu ombro. Há essa altura eu já tinha desistido de conter os sons que provinham de minha garganta, mergulhando em uma espécie de êxtase antecipado, minha intimidade pulsava exigindo sua própria atenção. 

Eu não podia esperar, agarrando seu quadril eu o puxei até que nossos corpos roçassem, então enlacei minhas pernas o prendendo onde eu queria.  Ele colocou as mãos abaixo das minhas pernas e me ergueu começando a andar até onde eu imaginava que minha cama estivesse.

- Eu quis dizer cada palavra. - Sussurrou em meu ouvido, com a voz completamente rouca. - Quero toma-la durante a noite inteira, durante o amanhecer e o entardecer. Até que sua mente esteja completamente tomada pelo prazer. 

- Raymond...eu...sim... - Suspirei, sem fôlego, derretendo-me pelo sorriso de satisfação que vi em seu rosto.

Ele me jogou pelo ombro, tive um pequeno momento de lucidez em meio a confusão de sua ação, pendurada em suas costas, para ver que não era para a cama que ele estava nos levando e sim até a porta.

- Mas que infernos?! - Exclamei, sendo contemplada por sua risada.

- Cada palavra, Senhorita Nowak. - Disse, andando a passos largos. - Mas sei que se formos adiante nesse momento você tornaria a falar em arrependimentos. Como concordou em vir comigo, devo dizer que não temos tempo a perder. 

Tentei chuta-lo, totalmente indignada com aquilo, meu corpo ainda implorando por seu contato.

- Não me provoque. - Exigiu, sua voz vertendo-se em um rosnado. - Venho me segurando a tempo demais para resistir a tudo isso.

- Então não resista. - Sussurrei, para minha própria surpresa.

Ele se deteve por um momento, respirando profundamente e abriu a porta. Contive um gemido de frustação quando ele nos levou para fora. Descendo pela pequena estrada que ligava minha casa até as demais. Assim que minha mente parou de ferver dei-me conta do estado que devíamos estar.

- Alguém pode nos ver assim! - Falei nervosa, mesmo que não fosse a mais clara das noites haviam tochas ocasionais espalhadas pelo terreno da vila. 

Um grito de puro pânico percorreu a noite e eu fui obrigada a levantar a cabeça para ver do que se tratava. Um mulher carregando uma cesta de maças, horrorizada com as mãos no rosto, olhando em nossa direção como se estivesse vendo o próprio diabo. Meus olhos demoraram-se por um momento até notar a fina camada de escuridão que nos envolvia, ou melhor agigantava-se formando o que eu só poderia dizer um imenso lobo negro de sombras. 

- Nos disfarçou usando magia. - Constatei, enquanto mais pessoas gritavam e fugiam a nos ver.

 Seria quase cômico se eu não estivesse furiosa em como as coisas haviam terminado. Claro que ser carregada no ombro de alguém causava algumas coisas interessantes, como mandar meu sangue novamente ao cérebro, fazendo-me ver que de fato responder ao beijo dele tinha sido uma péssima decisão. Eu estava tão frustrada com tudo que tencionava voltar a socá-lo, ainda mais por ele ter usado do meu desejo para fazer com que eu concordasse em segui-lo no seu plano. 

Saímos de Sweney Pines causando o próprio pânico na terra. 

Fiquei ressentida em não ter tido mais tempo para procurar pelas informações que desejava, a enciclopédia tinha permanecido intocada no chão da minha sala.

- Sinto que seu humor não vai bem, Aysha. - Disse com todo um ar brincalhão, eu estava começando a me questionar se ele era mesmo o Lobo ou se tinha batido a cabeça em algum lugar a caminho da vila. - Faz alguns minutos que não tenta causar algum dano.

- Joga-me pelo ombro como um saco de batatas e quer que meu humor continue resplandecente? - Respondi, cutucando suas costas. - Tem razão em dizer que se tivéssemos prosseguido eu me arrependeria, só tens palavra Lobo.

Isso foi o suficiente para que ele me colocasse abruptamente no chão, minhas costas esbarraram em alguma coisa, mas eu não ousei olhar o que seria quando tive a total e completa atenção do Lobo sobre o meu rosto e corpo.

Sem falar nada ele se aproximou rapidamente, colocando uma mão no que quer que estivesse atrás de mim, prendendo-me entre seu corpo e o seu braço. Olhei para os seus lábios resistindo a tentação de toma-los para mim. Seus olhos se estreitaram, descendo até que estivessem sobre os meus lábios trêmulos, na noite desprotegida o ar frio da montanha começava a surtir seus efeitos ou talvez fosse apenas a antecipação do meu corpo. A minha respiração ficou presa e eu aguardei qualquer decisão que estivesse tomando. Ele inspirou profundamente movendo-se até que seu rosto tocasse a lateral do meu.

- Sentir o seu cheiro do seu desejo me chamando... É inebriante, querida Aysha. -Disse, movendo sua outra mão para tocar minha cintura possessivamente. - Guarde bem suas palavras, pois farei com que pague por elas e por todas as provocações que você me fez passar esta noite.

Ele se afastou, apenas o suficiente para abrir a porta do que eu finalmente descobri ser uma carruagem, e pediu para que eu entrasse. Com alguma força misteriosa minhas pernas se moveram.

- Voltaremos para o seu...bem... - Comecei, sem encontrar as palavras certas, repentinamente dizer covil parecia um tanto inapropriado. - Para a sua casa? - Tentei, dando um sorrisinho tenso. 

- Sim. - Ele respondeu simplesmente, sentado em seu próprio banco, com a camisa de botões ainda aberta, uma leve camada de suor o cobrindo. - Espero que goste. 

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