I18I - Patrulheiros

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O sol finalmente tinha vencido sua batalha e brilhava sobre nós em todo seu esplendor. Um céu azul com nuvens de leite nos cumprimentada enquanto seguíamos mais profundamente na floresta abandonado a estrada principal.

O medo de encontrar a segunda coisa dos meus pesadelos, porque a primeira andava ao meu lado, lentamente se arrastava para fora do meu corpo à medida que cavalgávamos sem sermos interrompidos por sequer um animal. Eu tinha a minha faca de volta e usava calças, o que mais uma garota crescida pode querer?

Um clarão disparou a nossa frente e Elikham voltou a sua forma humana. Chocada o observei caminhar até nós. Estava como da primeira vez que o vi, usando as mesmas roupas e botas de cano curto, o cabelo pouco abaixo das orelhas nem parecia ter se movido de lugar. Ele andava com movimentos duros e ao mesmo tempo parecendo ter mais músculos do que deveria em seus ombros e costas, era estranho e hipnótico. O Lobo parou o cavalo, o imitei e Elikham nos alcançou.

- Consigo sentir o cheiro de dois. Um a leste da nossa posição e outro mais a oeste. – Falou, apenas um bom soldado, percebi que ele ainda evitava me olhar, assim como Kay havia feito. - Chegaremos mais rápido no do leste.

- Vamos para oeste então. – O Lobo falou.

- Miticovia fica a pouco mais de dois quilometro daqui, a leste. – Elikham contestou, não havia expressão em seu rosto.

- Oeste, Elikham.

Elikham se transformou de volta.

- O que é Miticovia? – Perguntei.

- Uma vila.

- Não é perigoso deixarmos um deles se aproximar da vila? – Meu cavalo trotava levemente no terreno. O lobo castanho ia a nossa frente, guiando o caminho como tinha feito desde que saímos da casa.

Se Elikham era um dos 'subordinados' do Lobo ele não parecia infeliz com o fato, na verdade ele não parecia nada. Tinha o rosto tão limpo de expressões que eu me perguntava se não ser humano implicava em não ter sentimentos ou a menos ter de esconde-los. Kohina parecia ter genuíno ciúme e em parte loucura. Ângela algum ressentimento, para não dizer ódio. Aberlian, eu não tinha tido dele o suficiente para dizer. Elikham era a indiferença e quanto a Kaydor, não estava mais certa se ele realmente tinha mentido quando disse que era humano, vê-lo sangrar e com medo parecia algo que não se aplicava aos monstros. E por fim o Lobo, tinha algo morto dentro dele. O cheiro de morte que senti na sala do seu trono de pedra era uma lembrança longínqua, mas bem real e seus olhos... Ele me pegou o olhando.

- Sim. – Respondeu, virei o rosto para o outro lado.

Árvores não eram fascinantes?

- Então porque estamos indo atrás do outro primeiro? – Perguntei. Musgo, arbustos e mais árvores...

Idiota. Voltei a olha-lo normalmente.

- Porque estou ordenando e porque Miticovia tem patrulheiros. – Falou me dando um olhar de irritação. Balancei a cabeça, ótimo.

- Sweney Pines também tinha e vários deles foram massacrados. – Falei, aquela cena nunca sairia da cabeça, então lembrei de outra coisa.

- Você estava lá. Tinha decido ir para outra direção primeiro? – O sarcasmo era evidente em minha voz. – Não cobra um preço de Miticovia também? Para protegê-los, como cobrava de...

Ele bufou, fechando os olhos e tocando a ponte do nariz com os dedos. Pensei em dizer que contar até dez era um ótimo exercício relaxante, mas mantive minha boca fechada.

- Se está tão preocupada com alguns habitantes desprezíveis – falou – então faça o que planejei originalmente e seja uma isca. Traga o outro para nós. – Disse, era um desafio.

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