Cap. 62 - O que é saudades?

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 - Aqui, pegue!

- O que é isso? (Krist me entregou um papel com vários itens escritos, todos com sua própria letra)

- Apenas uma lista do que você não pode esquecer de maneira alguma enquanto estiver lá.

Olhei fixamente em seus olhos apenas para ter certeza do quanto ele estava vulnerável com tudo isso. Krist colocou sua mão gelada em meu rosto, direcionando minha face para o lado oposto, para que tivesse uma quebra de olhares.

- Não me olhe assim, ok?

Eu sorri, como sempre fazia ao saber que estava conseguindo o irritar. Assim que olhei com mais atenção para o papel, notei que existia cerca de oito itens listados, eles variavam em:

*Ligue sempre que tiver um tempo, eu dou um jeito de te atender.

*Não trabalhe tanto e tenha tempo para si mesmo.

* Não deixe de falar com seu pai, ele pode ficar preocupado.

*Sempre que der, vamos nos encontrar.

*Se estiver doente, vá ao médico imediatamente.

*Divirta-se, mas não muito, pois não estarei com você.

*Conquiste tudo que quiser, estarei bem aqui quando voltar.

E o mais importante.

*Não esqueça o quanto te amo.

Prometi a mim mesmo que tentaria não chorar, não na frente dele. Eu sei que não temos problemas em estarmos vulneráveis um para o outro, mas assim como ele, quero que tudo corra bem e que eu volte o quanto antes e finalmente estaremos lado a lado como sempre sonhamos e planejamos estar, fazendo o que amamos com o melhor para o nosso futuro.

Dobrei o papel novamente e coloquei na minha carteira, e todas as vezes em que saudade apertar lembrarei de suas palavras. Segurei em seu rosto com as pontas dos dedos me curvando e o guinado para um beijo. Queria memorizar mais uma vez seu gosto, para quando não estiver ao seu lado.

Foi um beijo doce, sem pressa e com muito amor, a final de contas nossa noite de despedida havia sido mais amorosa do que nos lembrávamos. Ainda consigo sentir seu corpo em movimento enquanto suas mãos me seguram firmes em cada estocada, e seus lábios me sugavam na mesma velocidade em que sua língua me fazia tremer enquanto exploravam cada ponto sensível que ele conhecia bem.

Todos esses sentimentos permaneciam vivos, e agora nesse momento era hora de memorizar nosso último abraço, pois em breve eu desceria do carro direto para o aeroporto. Krist parecia não querer me soltar, ele fala ao meu ouvido enquanto me abraça.

- Será que não podemos fazer como em Our Sky, onde você me entrega uma aliança e nos beijamos em meio a um aeroporto repleto de pessoas que dirão "EITA PORRA". (eu emiti uma leve gargalhada e respondi)

- Não, seria muito obvio e não repetimos as cenas lembra?

- E como não! Quantas vezes tentei te beijar no palco outra vez e você sempre me assinalava para não fazer porque seria muito obvio.

- Exatamente.

Ele se deitou em meu ombro e me perguntou com ar de preocupado.

- Como seu pai está com a sua partida?

Simplesmente PerayaOnde histórias criam vida. Descubra agora