Na volta para casa, começou a chover. De início, ela estava calma, mas ficou mais forte a medida que o tempo passava.
Quando me virei, a Sra. Jung estava dormindo.
A chuva aumentou e ficou difícil transitar. Tive que parar numa loja de convivência.
Deitei o banco com jeito para não acordá-la.
Recostei o meu banco também, fechei os para relaxar ouvindo a chuva... Porém, não pensei que fosse dormir. Acordei sentindo o cheiro de um perfume, misturado com o aroma do café.
Ao abrir os olhos, ela estava próxima a mim. Ficamos nos olhando e aí ela baixou os olhos.
-Desculpe. Estava tentando arrumar sua cabeça, pois estava tombada.--Muito obrigado! Pelo jeito a chuva passou.- disfarcei, percebi que ela ficou sem graça.
-Comprei café e bolo.-
-Oh, este bolo parece delicioso!-
-Espero que goste.-
-Humm...está uma delicia!-
-Que bom que gostou.-
A chuva forte passou e agora estávamos de volta para a estrada.
A imagem do rosto dela próximo ao meu, ficou pairando no meu pensamento. Tentava espantar pensando no trabalho, mas a imagem fazia questão de aparecer para me perturbar.
Não estou gostando disso... é um mal sinal.
Se ao menos ela fosse solteira... Separações, divórcios, muitas vezes são apenas pontos de reticências... nem sempre tem um ponto final.-Chegamos!-
-Muito obrigada, Sr. . Tenha uma boa tarde! Farei o possível para entregar o projeto o quanto antes.-
-Estarei aguardando. Boa tarde!-
Pelo retrovisor vi que ela ficou observando. Meu coração ficou todo animado com esse gesto. Não que isso tenha um significado, mas em momentos assim, tudo é motivo para o coração ficar quentinho.
Por outro lado, temos o hábito de confundir certas ações e gentilezas com amor ou algo mais. Acho que estou embarcando nesse navio de esperança, mesmo sabendo que ele poderá naufragar...
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"O Que Será de Nós?"
Romance"Quando era menina, sonhava que um dia o príncipe encantado viria num cavalo branco, me buscar. Me levaria para o seu imenso castelo e seríamos felizes para sempre... Minha mãe contava essas histórias e na minha inocência de criança, acreditava que...