Capítulo 28- Um gesto aconchegante

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Na volta para casa, começou a chover. De início, ela estava calma, mas ficou mais forte a medida que o tempo passava.
Quando me virei, a Sra. Jung estava dormindo.
A chuva aumentou e ficou difícil transitar. Tive que parar numa loja de convivência.
Deitei o banco com jeito para não acordá-la.
Recostei o meu banco também, fechei os para relaxar ouvindo a chuva... Porém, não pensei que fosse dormir. Acordei sentindo o cheiro de um perfume, misturado com o aroma do café.
Ao abrir os olhos, ela estava próxima a mim. Ficamos nos olhando e aí ela baixou os olhos.
-Desculpe. Estava tentando arrumar sua cabeça, pois estava tombada.-

-Muito obrigado! Pelo jeito a chuva passou.- disfarcei, percebi que ela ficou sem graça.

-Comprei café e bolo.-

-Oh, este bolo parece delicioso!-

-Espero que goste.-

-Humm...está uma delicia!-

-Que bom que gostou.-

A chuva forte passou e agora estávamos de volta para a estrada.
A imagem do rosto dela próximo ao meu, ficou pairando no meu pensamento. Tentava espantar pensando no trabalho, mas a imagem fazia questão de aparecer para me perturbar.
Não estou gostando disso... é um mal sinal.
Se ao menos ela fosse solteira... Separações, divórcios, muitas vezes são apenas pontos de reticências... nem sempre tem um ponto final.

-Chegamos!-

-Muito obrigada, Sr. . Tenha uma boa tarde! Farei o possível para entregar o projeto o quanto antes.-

-Estarei aguardando. Boa tarde!-
Pelo retrovisor vi que ela ficou observando. Meu coração ficou todo animado com esse gesto. Não que isso tenha um significado, mas em momentos assim, tudo é motivo para o coração ficar quentinho.
Por outro lado, temos o hábito de confundir certas ações e gentilezas com amor ou algo mais. Acho que estou embarcando nesse navio de esperança, mesmo sabendo que ele poderá naufragar...

"O Que Será de Nós?"Onde histórias criam vida. Descubra agora