Capitulo 60

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Julie

Optamos por deixar Carlos fazer a cirurgia. Luke não demora pra voltar com nossa filha, tinham ido tomar sorvete. Quando Emily sobe para seu quarto vou falar com Luke.

— Pode ligar para Dra e dizer que vamos querer a cirurgia? — Pergunto coçando minha nuca, ele pega minha mão e deposita um beijo em suas costas.

— Pedirei pra Carrie ligar imediatamente. — Ele pega o celular e manda mensagem para nossa amiga. — Agora, você precisa relaxar. — Ele me faz sentar no sofá e sobe as escadas correndo, não demora muito para que ele volte com o antigo violão de minha mãe nas mãos. Sorrio quando ele se senta do meu lado acariciando as cordas do instrumento. Quando ele vê que está totalmente afinado, Luke começa a tocar Unsaid Emily. Sua voz saia tão calma, terna. Ele se expressava pela música, de um jeito que poucos conseguiam.

Ele e só ele era capaz de me acalmar assim. Começo a cantar o refrão em coro com ele, não sabia a letra toda, mas me lembrava de boa parte.

Quando cantávamos juntos a química que rondava entre nós era imensa, acho que fomos feitos um pro outro.

Fecho meus olhos aproveitando a melodia, aquela canção continha palavras tão tristes, isso a tornava tão bonita.

Ele finaliza fazendo um solo no violão, aplaudo ele, rimos juntos e nos abraçamos. Nossos corpos se encaixam como se fossem partes separadas. Nos separamos e ele estende o violão pra mim, eu não sabia tocar como ele, apenas algumas notas. Toco a única música que havia aprendido tocar em toda minha vida, Edge of great. Ele sorri quando reconhece a melodia, logo começa a cantar, não sei se conseguiria acompanhar, pois ainda é complicado tocar e cantar ao mesmo tempo pra mim. Vou cantando ao fundo, chamamos a atenção de quem estava em casa, quando percebo minha família toda estava em volta de nós dois. Terminamos a música e todos aplaudem, eu rio nervosa.

— Vocês são incríveis juntos. — Meu irmão fala se sentando devagar no puff de couro.

— Eles exalam química! — Reggie fala entrando com Flynn, Alex e Willie

— Nunca mais use a palavra exalam novamente Reginald, mas eu tenho que concordar! — Alex fala. — Meu Juke porra! — Ele grita animado.

— Alex! — Berro o repreendendo pelo palavrão e aponto pra Emily.

— Foi mal amiga querida! — Ele vem me abraçar, eu retribuo com relutância, a campainha toca e meu pai vai atender. Ele entra junto da Dra. Pierce sem entender nada.

— Obrigada por vir. — Me levanto apertando a mão da médica.

— O que tá acontecendo? O que a Amélia tá fazendo aqui? — Reggie pergunta, sua feição era confusa. É verdade, nem ele, Flynn ou Willie sabem. Os únicos que viram Carlos me contar foram Alex e Luke.

— Precisamos conversar. — Falo e olho pra Alex que entende o recado e puxa os três para a cozinha, deixo meu pai e Luke com Carlos para resolver as coisas com a médica.

— O que aconteceu? Parece que alguém morreu! — Flynn fala sentando na bancada.

— Carlos está com câncer cerebral. — Falo e o queixo de Flynn cai.

— Ah meu Deus! — Willie se pronuncia e me abraça.

— Aquela na sala é a Dra. Amélia Pierce, uma das melhores neuro-cirurgiãs do país. — Alex explica pra Flynn e Willie.

— Ela veio fazer uma cirurgia muito perigosa no Carlos, ele tem 5% de chance de sobrevivência, sem a cirurgia ele pode morrer em alguns dias, no máximo em duas semanas. — Explico pra todos, Flynn deixava algumas lágrimas escaparem enquanto Reggie, Willie e Alex permaneciam em silêncio, de cabeças baixas.

— Ele pode morrer e eu bati nele? — Reggie fala e vejo seu olhar pesado, como se o mundo fosse jogado pelos seus ombros.

— Tá tudo bem Reggie, você não sabia! Não tinha como saber, ele estava provocando, e mereceu. — Falo e ele ri pelo nariz, soltando o famoso "arzinho". — Não foi sua culpa. — Sorrio e o abraço. Nos afastamos e vou abraçar Flynn que ainda estava muito abalada. — Vai ficar tudo bem amiga, vai dar tudo certo. — Falo tentando acalmar a mesma, ou me acalmar, não sabia ao certo. Pouco tempo depois ela para de chorar e voltamos pra sala, ao que parece todos nós aguardavam.

— Já falamos sobre os detalhes e os meninos podem te explicar depois. — A médica fala pra mim se levantando.

— Certo. — Concordo e vejo Luke abraçar a Dra. Pierce, sendo sincera, sinto uma pontada de ciúmes. Ela sai vai até a porta com Carlos e eu os digo.

— Nos vemos no hospital. Até mais Carlos e srta. Molina! — Ela acena pra mim e sai da minha casa.

— Você acha que pode dar certo? — Carlos pergunta baixo pra mim.

— 5% é melhor do que nada. — Falo depositando um beijo em sua bochecha. Saio em direção ao meu quarto, precisava de tomar um banho.

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Continua...
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