44| Prendendo mais um

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Minha cabeça fervia em pensamentos, ao ponto de sentir dores de verdade. A medida que avançávamos, meu coração acelerava e minha mão começava a tremer. Eu temia pelo que vinha pela frente. Involuntariamente, parei de andar bruscamente.

Então, Erick perguntou:

— O que foi?

Inspirei fundo tentando me controlar. Contei mentalmente até dez como a enfermeira havia instruído que fizesse, caso me sentisse assim.

— Não sei, acho que estou tendo uma crise de ansiedade. — Ao admitir isso, senti as lágrimas descerem rápido demais, uma atrás da outra, sem que eu pudesse controlá-las, apenas desciam.

Ainda estava parada, quando Erick se posicionou em minha frente, para me encarar melhor e tentar entender o que estava acontecendo.

— Sei que é inútil pedir calma, mas o que está havendo, se machucou, está com dor ou doente? — Colocou as mãos sobre meus ombros, e me olhou nos olhos.

Eu queria responde-lo, mas eu não conseguia, tudo que eu pensava eram maneiras da Primeira Dama prender e arruinar a vida de Erick. No fundo eu sabia, que caso ele parecesse útil para seus planos, ela iria arranjar uma forma de acorrenta-lo às paredes da Embaixada, assim como fez com todos nós.

Contei até dez novamente, a aquela sensação não estava passando, então, continuei. Onze, doze, treze, catorze, quinze...

— Joy! O que está acontecendo? Precisa me dizer para eu te ajudar — repetiu.

Fechei os olhos com força, tentando reprimir as lágrimas. Com o passar dos minutos, fiquei ofegante, e sentindo a respiração acelerada.

— Podem nos dar um minuto, ela não está bem —  pediu ele, aos sentinelas que assentiram.

Ele caminhou até um dos bebedouros fixados na parede e pegou um copo d'agua.

— Aqui. — Entregou-me o copo.

Bebi a água na esperança de me sentir mais calma.

— Ela é diabólica! Eu-eu- eu poderia ter morrido tentando voltar, ela arquitetou tudo para me aprisionar em Conrad! Por Deus, eu não quero que nada acontece com você. Vá embora! — digo por fim.

— Como assim?

— Pegue suas coisas, e saia daqui. Vá o quanto antes, suma, desapareça e nunca mais volte. Se ela te encontrar, irá tirar tudo de você. 

Ele continuou me encarando sem entender nada. 

— VÁ EMBORA! ERICK, DÁ O FORA DAQUI.

— Joy, não vou a lugar nenhum até você estar bem. E que história é essa de arruinar minha vida?

"Apenas me escute, Erick." Era o que meus olhos diziam, além de desespero, óbvio. Tudo bem, eu tentei, avisei a ele, e ele não me escuta. Pelo meu desespero, no mínimo ele tinha que fingir que ia me ouvir.

— Respira — pediu.

Sopro. Ele faz uma careta.

— Joy, não está ajudando.

Inspirei fundo dessa vez, e soltei o ar. Estava irritada o bastante para gritar novamente com ele.

— Apenas, me prometa que vai embora. Não precisa ser hoje, mas até amanhã. — Soou grosseiro e como uma ordem, mas, quanto mais tempo ele ficasse, mais tempo para a Primeira Dama montar sua teia.

— Tudo bem, olha, você está nervosa, podemos discutir isso mais tarde, agora, tente se acalmar. — Ele aproximou sua mão do meu rosto, tentando secar as lagrimas que ainda desciam, quando segurei seu pulso e disparei:

Deadly Mirrors - 1° Rascunho - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora