8| Provando o talento

25 4 1
                                    

Estávamos a caminho do pátio de lutas, onde íamos pegar nossas armas.

Kimmy me vestiu com uma roupa leve, porém resistente. As partes do cotovelo, joelhos e ombro eram revestidas e tinham uma proteção a mais. A roupa também oferecia suportes para adagas e facas.

- Podem pegar o que precisarem - falou Carter.

Uma grande mesa retangular, repleta das mais diferenciadas armas, estava a disposição de nós.

Várias adagas, armas de fogo, arcos e flechas, facas de vários tamanhos e até espadas.

Alguns soldados de Carter também estavam lá. Todos aparentavam ser jovens, entre 18 e 25 anos eu diria.

Enquanto eu escolhia as armas, um deles se aproximou de mim.

- Ora, ora, se não é a desaparecida - disse ele.

Olhei de canto de olho, em uma expressão de desdém.

- Vai nessa "missão" mas nem se quer deve saber atirar - falou outro.

Inspirei fundo.

- Não acredito que a Primeira Dama escolheu a princesinha desaparecida para ir conosco, vamos ter de ser seus guarda costas? - disse outro debochando.

Arquei a sobrancelha; aquilo já estava me dando nos nervos.

Peguei um arco e flecha para testar. Coloquei a flecha no lugar e puxei a corda.

Comecei testando minha mira em alguns alvos disponíveis pelo pátio, alternado entre os mais distante e algumas árvores também. Posicionei outra flecha e falei para ninguém em especial:

- Não acho que eu precise de um "guarda-costas", acho que posso lidar com eventuais problemas que surgirem. - Virei a flecha presa na corda em direção a um dos soldados que tagarelou sobre mim. Ele deu um pulo para trás e ergueu as mãos no ar, assustado. - Também não acho que soldados como vocês, de confiança e de alta patente, se submeteriam a proteger uma bela jovem indefesa como meros "guarda-costas" - prossegui, puxando mais a corda.

- O que você vai fazer? Abaixe esse arco! - disse um deles.

Eu dei um sorrisinho de satisfação.

- Fiquei particularmente ofendida com suas insinuações sobre eu ser "indefesa". E, para seu conhecimento - fiz uma pausa para ler o nome no broche do soldado que estava paralisado, a passos da flecha engatilhada no arco - subtenente Lacerda, minha mira é até boa. Quer ver?

- Joyce o quê você está fazendo? - Ouço Carter questionar, provavelmente atrás de mim.

- Testando a arma.

- Ela é louca! Faça alguma coisa Sr. Jonhson, ou ela irá atirar no subtenente! - Disse outro soldado, impaciente.

Revirei os olhos.

- Os alvos não-humanos estão espalhados por toda parte. Poderia, por favor, não matar um dos meus melhores homens? - Começou Carter, ficando ao meu alcance.

- Peça, gentilmente subtenente, por sua vida - digo.

Eles ficaram pasmos.

- Você quer que eu o quê? Abaixe essa arma ou...

- Ou o quê, subtenente? Quem está com a flecha quase atravessada na cabeça é você! Vamos logo, peça.

- Não tenho o dia inteiro, poderiam acabar com isso logo? - exigiu.

- Por favor, Srta. Ayales, poderia não atirar em mim? - disse o subtenente, emburrado.

- Muito fácil. Agora peça desculpas por me insultar - acrescentei. O subtenente estava ficando roxo de raiva.

Deadly Mirrors - 1° Rascunho - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora