Provavelmente horas se passaram e nada de resgate, tampouco outro telefonema para a Embaixada.
Senti minha pulseira-relógio vibrar em meu pulso diversas vezes.
Eu não estava amordaçada, contudo não ousei dizer nem um "a".
— Estão demorando muito — reclamou Rebeca, pela milionésima vez, enquanto dava um gole em alguma bebida que definitivamente não era água.
— Rebeca — comecei, jogando a cabeça para trás, encostando na madeira. — Sinto muito lhe informar, mas eu não sou tão importante assim. Você deveria ter sequestrado outra pessoa mais importante.
— Que deprimente. Pior que deve ser verdade, porque estão demorando tanto!
Bufei.
— Esse lance de seu sul. Você é de uma máfia, milícia, um montante de terroristas? — Indaguei.
Ela quase gargalhou.
— Você é a refém mais peculiar que já sequestrei. A maioria estaria chorando, implorando para ser libertado, e cá está você, me perguntando de qual área do crime faço parte — admitiu ela, passando um copo da bebida para seu capanga.
— Não acho que adiantaria muito começar a surtar agora, e além do mais, pelo que entendi você precisa de mim para negociar, então não irá me matar.
— Mas eu poderia te machucar.
— Talvez — ponderei, sentindo o fantasma de uma tendinite no pescoço.
— Tirem as algemas da garota — ordenou Rebeca para um dos homens.
Ela apoiou o copo na mesa.
Quando o cara me levantou, cambaleei dois passos até sentir minhas pernas novamente.
— Ordem Imperial, é como somos chamados. Sou a Capitã do grupo, Rebeca Red, como sou conhecida. — Seus cachos vermelhos brilharam refletindo a luz da janela. — Não somos um bando de rebeldes sem causa como pregam por aí. A situação no país é crítica, como pode notar. Seu sequestro é nossa única chance antes de uma decisão radical, que pelos deuses, não queríamos ter de tomar. — Completou ela, oferecendo a bebida para mim.
Recusei.
Ela me encarou.
— O que você quer dizer com decisão radical? — Questionei.
— Não me leve a mal docinho, mas você ainda é parte da Embaixada e está diretamente ligada ao governo. Seria estúpido da minha parte revelar alguma coisa.
—Certo, e o que você vai fazer agora? Esperar o resgate aparecer ou me levar pra sua toca rebelde? — perguntei, me aproximando da mesa.
— Eu vou torcer pra que alguém apareça. Já cogitou fazer novas amizades? — Falou ela, sarcástica.
— Engraçadinha.
— É sério. Está a todo esse tempo lá, e não arranjou nem um homenzinho engravatado para aquecer sua cama? — Pressionou ela, estreitando os olhos.
Quase tossi de vergonha.
Pensei em Carter, provavelmente corada, mas ele logo desapareceu de minha mente quando ela prosseguiu:
— E aquele ruivinho dos jogos? Lembro de ter lido uma matéria na revista sobre os dois...
— Não temos nada. — Menti.
Ela pareceu verdadeiramente surpresa.
— Uma pena.
Fomos interrompidas pelo que pareciam ser barulhos de carros se aproximando.
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Deadly Mirrors - 1° Rascunho - CONCLUÍDA
Fantasy- Deadly Mirrors - Atravessando Espelhos |CONCLUÍDA| [PLÁGIO É CRIME!!] Sobre a obra: Um drama envolvendo política e família, triângulos amorosos e juras de vingança? Sim, você definitivamente está no livro certo! Bem, este é um típico thriller on...