Dois anos depois.
Desde minha infância, me lembro de frequentemente ir ao médico para checar o estado de minha amnésia psicogênica retrógrada, devido a um trauma que sofri, aparentemente antes de nascer ou durante o parto.
Ainda não descobrimos o quê, de fato, causou isso, mas provavelmente minha mãe sofreu algum trauma durante a gravidez.
Não me lembro com facilidade de momentos de minha vida, as vezes, é necessário grande esforço para que isso aconteça.
Eu estava sentada na cadeira acolchoada de minha escrivaninha, lendo livros da faculdade, e anotando informações importantes.
Minha parede fora decorada com o tempo por papéis, post-its, guardanapos, e todo tipo de pedaço de papel, com rabiscos de paisagens, em geral colinas, prédios e espelhos. Alguns nomes também não saíam de minha cabeça, e eu não fazia ideia sobre quem poderiam ser: Kimmy, Ben e Carter.
Carter. Esse era um dos mais frequentes.
Quando voltei a realidade, saindo da esfera de meus pensamentos, meu celular tocou. Pelo horário, deveria ser minha mãe.
— Boa noite, mãe. Tudo bem? — Atendi, levantando da cadeira e indo em direção a janela, do lado oposto da escrivaninha.
A lua cheia iluminava a noite, juntamente de algumas estrelas, que salpicavam o céu de um azul profundo, quase preto, formando uma linda paisagem. Alguns prédios compunham a vista também.
— Sim, querida, e com você? — Perguntou docemente.
— Também. Estava terminando alguns trabalhos da faculdade.
— Tem tomado os remédios certinho?
— Sim. Ehh, mãe, tenho tido aqueles pesadelos de novo. Você acha que pode estar relacionado ao estresse? — Eu os odiava mais que tudo na Terra. Eram sempre horríveis, me faziam acordar suada e ofegante, tremendo, com o estômago revirado.
— Sério? Aqueles sangrentos e horripilantes?
— Uhum. — Tentei soar despreocupada.
— Querida, tente descansar, ocupar a mente com outras coisas, não pense muito neles. Sempre que os pesadelos aparecerem, não hesite em me contar.
— Está bem — digo.
Ouço o barulho de alguma coisa cair no chão, provavelmente na cozinha.
Afasto o celular da orelha por um momento, para ouvir mais claramente.
Nenhum barulho.
— Querida, ainda está aí? — Ouço minha mãe falar.
— Sim, mãe, estou. Mãe, preciso desligar, agora. Te ligo amanhã, tudo bem? — falo.
— Claro. Boa noite, filha.
Desligo a chamada e vou para a cozinha.
Pego um guarda chuva no corredor, e o segurei como uma taco de beisebol; ando lentamente, um passo após o outro, fazendo o mínimo de barulho possível.
Quando cheguei, não havia nada.
Verifiquei a tranca da porta; estava tudo normal.
Voltei para o quarto e fechei a porta.
Encarei os desenhos na parede e deixei minha mente divagar.
°°°
Estava escovando os dentes, quando um brilho no espelho me chamou atenção.
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Deadly Mirrors - 1° Rascunho - CONCLUÍDA
Fantasy- Deadly Mirrors - Atravessando Espelhos |CONCLUÍDA| [PLÁGIO É CRIME!!] Sobre a obra: Um drama envolvendo política e família, triângulos amorosos e juras de vingança? Sim, você definitivamente está no livro certo! Bem, este é um típico thriller on...